chapter 13- Por que se importa?

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Fico alguns minutos no chão gélido do banheiro até que a dor dos cortes diminuíssem. Fiquei olhando para o nada pensando em tudo. Limpei os olhos inchados e me levantei com um pouco de dificuldade. Estranhei o fato de Haruka e vovó não terem batido na porta do banheiro. Peguei a blusa jogada no chão e vesti,abri a porta de fininho  e olhei para os dois lados para ver se ninguém estava ali. Entrei no quarto e me deparei com Haruka mexendo em seu Notebook. Andei de fininho para a loira não perceber minha presença,mas sem sucesso.

— O que estava fazendo trancada no banheiro?— escondi o braço cortado,a loira nem olhou para mim.

— Apenas pensando como minha vida está uma merda.— ri de escárnio, pegando faixas de dentro da gaveta. A loira virou sua atenção para mim,fazendo uma cara de espanto.

— O-o que aconteceu com seu braço?— ela engatinhou rapidamente em minha direção,tentando pegar meu braço,que logo foi totalmente negado por mim.

— Nada que te interessa.— peguei algumas faixas e um anti-inflamatório e levantei rapidamente e fui para a porta do quarto.

— Nada que me interessa,[Nome]? Porra,eu tô preocupada com você e é assim que eu sou tratada?— falou num tom de indignação. Virei o rosto a altura do ombro.

— Eu não preciso que você se preocupe comigo,Haruka.— fechei a porta fortemente. Eu estava cansada de pessoas sentindo pena de mim,eu realmente não precisava disso.

Novamente me tranquei no banheiro,o chão estava com respingos de sangue. Tinha que limpar isso o mais rápido possível. Peguei a toalha de rosto e abri a torneira na temperatura morna. Molhei o pano e em seguida passei no corte. Mordi o lábio inferior com força. Fiquei 30 segundos com o pano no antebraço e aproveitei e também deixei o mão direita. Tirei o pano e passei o anti-inflamatório. Passei no antebraço e na mão. Peguei a faixa e enrolei primeiro na mão direita e depois no meu antebraço. Fiquei pensando na desculpa que usaria caso a vovó perguntasse o que havia acontecido.

Destranquei o banheiro me deparando com Haruka na porta. Não ousei encara-la,desviei indo em direção a lavanderia pegar um pano. A loira esperou na frente do banheiro imóvel. Enrijeci o corpo e entreguei o pano para ela.

— Não conte a vovó sobre.— falei me referindo ao sangue no chão e a meu braço enfaixado. Uma lágrima escorreu no olho esquerdo da loira e ela assentiu de leve.

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O dia amanheceu chuvoso,acordei 1 hora antes do meu habitual justamente para não ter que dar satisfação a vovó e nem pra Haruka. Peguei meu uniforme e minhas roupas íntimas e fui para o banheiro. Eu estava péssima. Meu cabelo estava todo embaraçado,meus lábios pálidos ressecados,os olhos com olheiras gigantes. Bocejei e tirei meu pijama. Meus seios estavam começando a murchar. Fiz uma cara feia e coloquei o sutiã. Coloquei o uniforme e escovei os dentes. Fiquei uns minutos encarando o espelho.

— Quer saber? Eu não tô nem aí para o que vai falar.— falei pegando um lápis de olho, passando o mesmo na linha d'água dos olhos,para esconder a cara de morta,mas acho que só realçou. Dei de ombros.

Peguei um moletom e minha bolsa e fui para a porta de saída, calçar meus sapatos. Vovó estava na cozinha fazendo o café da manhã. Eu amava as comidas da vovó,mas eu não tinha apetite. Se  comesse algo,vomitaria na hora. Eu apenas falei um tchau para a mais velha e ela me perguntou por que eu estava indo se ainda era cedo. Menti dizendo que iria me encontrar com uma amiga antes de ir para a escola. Peguei um guarda-chuva e saí da casa. A chuva estava mais grossa do que eu esperava,xinguei baixo. Abri o portãozinho da entrada e segui o caminho de todo dia.

more than words;; kenma kozumeOnde histórias criam vida. Descubra agora