Capítulo II

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Naomi Farmy

Por sorte, o tempo tinha melhorado. O sol apareceu no dia seguinte e a brisa fresca levava seus cabelos e as folhas secas. Ela estava com sua mãe, colhendo os tomates bons para a venda, e os que não estavam tão bons para o almoço.

-Acho que o que precisávamos era de um pouco de sol, não acha? -Disse sua mãe Carla, se levantando e limpando as mãos no vestido.

-Acho que sim. Como o papai está?

-Feliz, como sempre, gostando do novo emprego, ele disse que o novo chefe dele o convidou para tomar um chá, dentro de casa!

-Papai odeia chá! -Naomi disse rindo.

-Eu sei! Mas ele não podia recusar, ele tomou quase 3 xícaras, ele torceu para que na próxima ele sirva um café bem doce. Eu te disse que as coisas vão melhorar, e a nossa fazenda está de volta, olha como tudo parece melhor e maduro.

-Você está esperando que eu diga: mãe, você sempre tem razão! Certo?

-Você não precisa dizer, eu sei que é a verdade. E já que as coisas estão tão boas por aqui, você devia ir dar uma volta pela cidade, ver novas pessoas, se casar e ter vários filhos, essas coisas cotidianas.

-Vocês precisam de mim, aqui! -Disse Naomi, e todos já perguntaram várias vezes, o porque que ela ainda estava solteira, Naomi tinha herdado a beleza da mãe, os olhos claros e os cabelos escuros compridos, era muito bonita, e sempre recebia elogios, é claro que ela já pensou em se casar e ter uma família, mas ela já tinha uma família, por mais que sua mãe negasse, as vezes as coisas ficavam bem difíceis, e Naomi não podia abandonar sua família para construir outra, e ela também nunca havia se apaixonado tão perdidamente, e ela tinha expectativas altas, toda vez que olhava seus pais juntos, ela sabia que queria aquilo, aquele amor que só cresce com o tempo, que te faz sorrir sem parar e não conseguir se imaginar sem a pessoa, mas até agora ninguém conseguiu despertar algo assim nela.

-Quem disse que precisamos de você? Laís já consegue fazer tudo o que você faz, e muito mais rápido. -Disse sua mãe apontando para Laís, que estava tentando acertar no tomate no caixote, e errando pela terceira vez.

-Estou vendo, ela é a esperança da família. -Disse Naomi sorrindo.

-Você sabe o que eu quero dizer! Isso tudo, foi o que eu escolhi para mim. Mas isso não é uma escolha para você, o que você precisa e tomar suas próprias decisões.

-Eu estou feliz aqui, com você, o papai, e as vezes com a Laís.

-Se você terminar com 40 anos, solteira e infeliz sendo madrinha da sua irmã mais nova, não coloque o culpa em mim. -Disse Carla se levantando e levando um dos caixotes para dentro de casa.

Naomi ficou ali, ainda em pé. Faz quase uma semana desde que não vai aos bailes noturnos, desde o último incidente que ainda a deixa furiosa, mas o real motivo era que ela precisava acordar cedo no dia seguinte para ajudar na colheita, as coisas estavam indo muito bem, estavam sendo bem pagos pelas frutas e legumes, e o seu pai estava indo bem no emprego, pela primeira vez em muito tempo, as coisas pareciam melhorar.

-Você está usando a força da mente para mover essa caixa até a entrada ou só está pensando demais? -Perguntou, Gilbert, seu pai se aproximando dela.

Como se Casar por Amor | Concluído Onde histórias criam vida. Descubra agora