Por Favor, Não Desligue!

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Sem correção.

Carlos entrou devagar na Maison de Vinhos e logo avistou o francês.

Marlon levantou os olhos do computador o observando a se aproximar do balcão com as mãos nos bolsos. De imediato, sentiu a raiva esquentar-lhe o sangue.

__ Está à procura de um bom vinho? - seu tom era nada cortês.

__ No momento não. Estou à procura de Paula. Sei que ela voltou com você e Leandra há cerca três dias. Acabei de sair do prédio e o porteiro informou-me isso. Não consigo falar com ela, o número só dá inexistente. Quero explicações. Por que a estão escondendo? Por que ela não quer falar comigo?

Com ar de pouco caso para tantas perguntas desesperadoras de Carlos, respondeu:

__ Infelizmente, não posso ajudá-lo.

__ Não pode ou não quer, Marlon?

O francês se levantou brusco, vindo para beira do balcão, o enfrentando:

__ Escuta aqui, Carlos, você acha que pode brincar com as pessoas? Você acabou com a vida de Paula quando mandou aquela mensagem! Como você pensa que ela se sentiu, sabendo que não tinha culpa nenhuma em ter perdido o bebê? Como você acha que ela poderia enfrentar sozinha a morte de quem ela mais queria na vida e ainda suportar o seu desprezo?! Você a julgou e recusou-lhe apoio!!
Se eu não fosse uma pessoa bem educada, eu sairia de trás deste balcão e quebraria a sua cara! Você a chamou de assassina, quando na verdade os medicamentos, que foram encontrados nos exames dela, saíram da sua clínica e estavam sob sua administração!

Carlos achou que seu coração sairia pela boca, as pernas fraquejaram e sua cabeça tentou assimilar o que Marlon lhe dizia, mas nada fazia muito sentido.
Escorou as mãos no mármore frio, o encarando com olhar confuso e triste, que de imediato se encheram.

__ Você está me dizendo que Paula perdeu o bebê?

__ Ora, não se faça! O que quer agora? Achá-la para terminar de matá-la de tanta tristeza?!

__ Do que está falando? Como isso aconteceu? Por que não me avisaram ?

__ Ah, me poupe de todo esse fingimento!

Sem medir as consequências, em meio ao seu desespero, Carlos pulou o balcão, segurando Marlon pelo colarinho.

__ Pare com isso! Você vai sentar aqui - empurrou francês para a cadeira.__ e vai me falar tudo o que realmente aconteceu?! Se houve ou se falei alguma coisa a Paula, não sou conhecedor!

Dois empregados se aproximaram. Marlon ergueu a mão dizendo que estava tudo bem. Sinalizou para Carlos sentar a sua frente.
Arrumou a gola da camisa, o encarou e contou tudo o que julgava que ele já soubesse: o desmaio que culminou no acidente e posteriormente na perda do bebê, a mensagem quando Leandra o avisou, o sofrimento dela que presenciaram no hospital...
Por fim, percebeu que algo estranho tinha, pois Carlos, com todo aquele tamanho e força, chorou com a cabeça entre as mãos como uma.crianca indefesa. Só alguém muito atormentado pela dor seria capaz de demonstrar tal fraqueza diante de todos que circulavam por ali. Depois de alguns minutos, ele voltou a encarar o homem francês.

__ Os remédios saíram da minha clínica, não posso negar...e tudo o que me falou sobre Maitê faz todo sentido. O chá que levei a Paula...foi ela quem fez.

__ Só quero que entenda que o estrago no emocional de Paula foi enorme. Por isso estou sendo tão hostil com você.

A mente de Carlos transformou-se num turbilhão de pensamentos e imagens desconexas, onde o que mais se destacava era a necessidade de encontrá-la o mais rápido possível. Não podia deixar que sofresse mais do que já tinha sofrido
Carlos levantou-se,  atônito.

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