Resgata-me! 🔞❗

Epílogo

Sem correção

A alegria de Paula e Carlos durante aqueles quase nove meses de gestação foi indescritível. Dividiam cada fase da gravidez com intenso amor, interesse e gratidão com os filhos e amigos.
Paula deu à luz, um mês antes do tempo, a um casal de bebês, que rapidamente ganharam peso e se recuperaram de sua prematura chegada ao mundo. A escolha dos nomes foi algo demorado ao longo daqueles meses em que gestava seus mais preciosos tesouros. Contudo numa noite, um mêss antes do nascimento, sentados na varanda, namorando, Paula expôs o seu desejo.
__ Gostaria de conversar com você. - ela disse recostada nas almofadas floreadas, devorando uma taça de iogurte com morangos.

A noite trazia a brisa fresca e junto o perfume das flores nos vasos suspensos.
Preocupado, ele indagou, levantando as pernas inchadas dela, colocando sobre as suas, as massageando carinhosamente.

__ Tem alguma coisa a incomodando? Se for sobre dar um tempo nas idas à pousada todas as tardes, eu apoio totalmente. Acho que essa barriga está pesada demais para você ficar se locomovendo todos os dias nessa distância.

__ Estou deixando tudo em ordem para que Ângela possa ir se adaptando em administrá-la sozinha enquanto eu estiver de resguardo. Não posso simplesmente deixar ela atordoada com toda aquela papelada. Mas não é sobre isso que quero falar, lá na pousada tenho tudo sob controle.
Suspirou e afagou a barriga de sete meses, sentindo os filhos se ajeitarem dentro dela. Sorriu de prazer e depois olhou as flores coloridas que caíam em cachopas.

__ Quem plantou elas nesses vasos?

__ Val. Ela adorava flores. As rosas também foram ela. Quando acabamos de construir a casa e antes de nos mudarmos, realizei um de seus desejos, que era o de ter canteiros de rosas.
Comprei as mudas e ela plantou cada uma delas.

Paula o fitou, falando com voz macia.
__ Então, é isso que quero pedir...mas se você achar que não é viável...que as lembranças o farão sofrer...eu esqueço essa ideia imediatamente.

__ E qual é a ideia que teve? Quer canteiros de rosas também? Amanhã mesmo eu providencio para você ter o seu.
Carlos se esmerava em carinhos e agrados, fazendo todas as suas vontades.

Ela soltou um riso frouxo.
__ Não é nada disso. Não percebeu? Valéria tem me permitido cuidar das rosas dela. Viu como estão lindas?!

__ Então o que é?

__ Já decidimos junto com Gabi, o nome do garotinho.Todos entramos em consenso que o chamaremos de Luka. Aí, estive pensando, essa casa foi construída com todo amor para que uma Valéria habitasse nela...- pausou, temendo a reação de Carlos diante da proposta.__ Eu pensei que...

__ Que...?

Paula procurou pelas palavras certas por alguns segundos.
__ Que poderíamos chamar a menininha de Valéria.
Ele levantou os olhos dos pés dela e parou a massagem para encará-la.
Paula mordeu os lábios. Carlos tinha uma expressão incrédula nos olhos.

__ E então...?- ela indagou ansiosa.

__ Você tem certeza do que quer...digo, é o nome da minha esposa falecida...Uma mulher que ama seu homem não intentaria em homenagear a outra.

__ Essa casa foi construída para ela, os filhos são dela...mas eu sei que o seu amor é meu. Sou uma mulher segura agora. Por que não, Carlos? Acha que Gabi não concordaria...ou quem sabe você?...

__ As pessoas vão achar estranho. Você não se importa com isso?

__ Pelo que me lembre você não dava a mínima para o que as pessoas pensavam.Eu também não dou.
Carlos retirou com cuidado os pés dela de cima de suas pernas e levantou parando a sua frente, estendendo-lhe a mão.
__ Eu não sei o que responder. Você me surpreende às vezes. - disse, acariciando a pele da face com o polegar.