Alguém Muito Especial...

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Sem correção.

Paula estacionou diante da construção em obras. Desceu acionando a trava do veículo atrás dela e correu os olhos pelo lugar, observando os trabalhadores que se movimentavam apressados por ali. Alguns andaimes ainda continuavam montados na beira da fachada, à espera da equipe de arquitetura, motivo que a fez deslocar-se até a obra naquela manhã.  Ainda havia muito a ser feito no casarão para transformá-lo em uma aconchegante pousada e estava decidida a  afundar-se no trabalho para não pensar tanto em Carlos, e para realizar-se como uma mulher independente que desejava ser dali para a frente.

A separação, por incrível que parecesse, estava sendo menos dolorosa do que imaginou, e sem dúvidas, era melhor do que aquele mal-estar que estava vivendo na casa de Carlos.
Era impossível continuarem lado a lado apenas por gratidão, por ternura, por obrigação ou seja lá, qual nome se dava à indiferença que notava da parte dele.
As cobranças, certamente, viriam à tona a cada discussão que os dois tivessem e isso só a desgastaria emocionalmente. Acabariam sim, perdendo todo o respeito e admiração que tinham um pelo outro, e isso Paula não queria. Amava os filhos dele e gostaria continuar os visitando.

Fazia duas semanas, que tinha se instalado num dos hotéis, perto da marina. Os primeiros dias foram pesados, mas estava, aos poucos, aprendendo a viver por si mesma, e hoje, vinha ao encontro da arquiteta, que comandava a equipe de restauração da fachada e da obra em si.

Conferiu as horas: dez para as dez e ergueu a cabeça assim que vislumbrou o Honda Civic preto entrando no grande pórtico de ferro, trabalhado em estilo hispânico.

Ela esperou encostada, de braços cruzados, no corrimão da escadaria, que levava a entrada principal do casarão, o veículo estacionar.
Um homem alto desceu e veio em sua direção caminhando firme e ereto.
Ao aproximar-se, tirou os óculos escuros que usava, pendurando-os acima do primeiro botão da camisa polo branca.

__ Senhorita Paula Marquez Muniz? - indagou altivo, estendendo-lhe a mão.__ Muito prazer, sou o arquiteto Ramirez Diaz, da R&G Artdesign Engenharia e Arquitetura.

Paula sorriu e sentiu a intensidade do olhar masculino recair sobre ela, quando teve a mão apertada.

__ Como vai? Confesso que esperava uma outra pessoa.

__  Uma mulher, suponho.

Ela assentiu com a cabeça.

__  Desculpe, eu deveria tê-la informado. Sou o sócio de Giane Diaz. Somos irmãos.

__ E porque Giane não veio?

__ Estamos com alguns problemas numa obra em Sevilha e Giane precisou ir para lá para resolvê-los.

Paula tomou a frente subindo as escadas e o arquiteto a acompanhou, explicando:

__De hoje em diante, assumirei as obras do seu casarão. Mas não se preocupe, sou tão competente quanto ela e trabalharemos em conjunto. Sinceramente, espero que isso não seja um problema.

__ De maneira nenhuma. O sucesso da empresa de vocês corre longe. Por isso os escolhi. Antes de contatá-los, fiz uma pesquisa minuciosa.  Granjearam fama devido à rapidez e eficiência com que executam as obras. Confio totalmente tanto em Giane quanto em você.

__ Agradeço a sua preferência e confiança. Dificilmente dilatamos prazos. Na data combinada o cliente recebe a construção, pronta, limpa, em perfeitas condições de uso.Giane me contou que a obra estava parada.

__ Sim, eu não estava muita bem de saúde e foi para Barcelona pensar na vida...Enfim, não tinha cabeça para nada, então preferi interromper as reformas, já que não poderia acompanhar.

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