Desculpa, Mas Estou Com Ciúmes!

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Sem correção.

Paula fechou a porta e ficou olhando a mulher, cuja idade não parecia ter mais do que 25 anos, subindo as escadas.
Quando o casaco vermelho de moletom, curto mexia-se, mostrava o quadril moldado pela legging azul escura. Maitê era uma bonita mulher de nádegas arredondadas, coxas firmes e pernas bem torneadas.
Paula deu de ombros, suspirando, e mordeu a boca pensando no que poderia ter acontecido se a cunhada não tivesse chegado. No entanto, não alimentaria nenhuma esperança em relação a Carlos. O que tinha sido interrompido há pouco, foi uma questão de agora ou nunca. Provavelmente, assim que saísse daquela casa tudo voltaria a ser como antes na vida dele. Depois do que aconteceu com Murilo, já não se deixava levar por ilusões. Carlos se envolveria com outras pessoas, talvez até com a cunhada e ela não passaria de uma lembrança em sua vida. Em dois dias juntos, a única coisa que poderia acontecer mesmo com duas pessoas carentes de afeto e infelizes com a suas solidões, era sexo. Carlos era amável, carinhoso e ia além disso, significava perigo, fogo, paixão e dor. Representava incerteza, risco e a promessa de mais dias de sofrimento, angústia e amargura se ela deixasse as coisas passarem além da cama.
Tinha caído na lábia de Murilo por muitos anos, esperando que os farelos se juntassem e se transformassem em amor. Não cairia mais em conto de homem apaixonado, porque há dois dias, isso lhe rendera uma bofetada! Nunca mais, pensou, decidida a dar um rumo certo na sua vida.

O toque do seu celular a fez sobressaltar. Na tela, o número de Ângela vibrava. Atendeu.
A amiga não lhe pareceu bem e nem era possível estar. As desilusões amorosas eram sempre doloridas, Paula sabia bem disso.
Angela contou que fizera uma ultrassonografia, estava esperando uma menina. Chorou, lamentando que Santiago não quisesse o bebê, mas que estava decidida a esquecê-lo. Com cuidado, Paula mencionou a visita que tinha feito ao consultório dele no domingo e falou também alguns detalhes dos últimos acontecimentos, que abalaram sua vida. Contou sobre Carlos, mas omitiu a surra que levara de Martina e de como Murilo a desprezava agora. Não abriu totalmente, a história de como havia conhecido o homem de olhos azuis cativantes, e disse que estava hospedada em um hotel. Relatou apenas, que havia saído da mansão e que tudo tinha ficado insuportável e sofrível, depois do casamento de Murilo com Martina. No ínterim, da conversa, Ângela ofereceu seu apartamento a Paula e a autorizou que fizesse novas chaves para poder entrar. Ao final, Paula a tranquilizou dizendo que mandaria dinheiro para que ela e o bebê ficassem bem.

Caminhando pela sala, Paula olhava para o relógio em cima da lareira mais uma vez. Já fazia uns trinta minutos, que a cunhada dele tinha subido e foi neste instante, que vozes foram ouvidas no alto da escada.
Imediatamente, ela sentou-se à cabeceira da mesa e serviu-se de um pouco do café da térmica. Quebrou um pedaço de pão para disfarçar sua impaciência e ansiedade. Carlos parou a frente da mesa, vestindo calça jeans e camiseta cinza com uma estampa dark country. Maitê o abraçou pela cintura com muita intimidade. Gentilmente, deu um jeito de se afastar.
__ Paula, esta é Maitê.
Maitê está é Paula, minha hóspede.
A apresentação informal demonstrava que não se importava nenhum pouco com o que a cunhada estivesse pensando sobre os dois. A demora lá em cima, fez Paula pensar que ele provavelmente, já tinha rendido a Maitê, algumas explicações.
Por um instante, o silêncio pareceu preencher cada canto daquele ambiente; mas foi só um momento.
Maitê viu o rosto de Paula se alterar levemente.
Paula sorriu para ser simpática. No entanto, Maitê não disfarçou seu descontentamento. A voz continha um tom familiar para Paula. Conhecia bem uma mulher com ciúmes e esse era o sentimento que dominava Maitê no momento. Ela queria o cunhado e não disfarçava.
Se Carlos estava notando, não deixava transparecer porque com sua costumeira gentileza, puxou a cadeira para que a cunhada se acomodasse. Ela levantou uma sobrancelha, informando:
__ Caso ainda tenha dúvidas, sou irmã de Valéria.
Paula não estava preparada para aquela reação.
__ Ah, sim, não tenho nenhuma dúvida. Carlos e Gabi já mencionaram seu nome desde que cheguei aqui, várias vezes. Muito prazer!
Carlos atrás da cadeira da cunhada, piscou e Paula a convidou.
__ Íamos tomar café, pode ficar à vontade! Vou pegar outra xícara. - Paula afastou a cadeira para sair da mesa.
__ Não sei exatamente, o que você é do meu querido cunhado...- Paula parou para escutar.__mas fique certa, de que não preciso de sua ajuda para fazer nada dentro desta casa. Eu mesma pego. Sei exatamente, onde fica cada louça dentro desses armários.
Paula sentou-se, empalidecendo com o ataque tão descarado na frente dele. Certamente, ali, não existia apenas amizade de parentes. E uma súbita onda de um sentimento estranho se apossou de Paula quando ele sorriu, olhando de uma para outra.
__ Paula apenas quis ser gentil, Maitê.
Engolindo o desaforo, Paula encarou a moça e depois Carlos. E ele viu aqueles olhos, que mais pareciam duas esmeraldas se arregalarem e escurecerem, trazendo uma cobrança implícita.
__ Desculpa se fui inconveniente, Maitê! Não achei que você e Carlos fossem tão íntimos! É que não estou muito acostumada com famílias assim. A minha é muito reservada. Longe de mim, querer mudar as regras desta casa. Estou aqui de favor.
Maitê saiu então para a cozinha e Carlos fez sinal a Paula para que se acalmasse.
Quando a outra voltou trazendo a xícara, serviu-se do líquido escuro, ignorando Paula completamente.
De fato, ela sentia-se em casa e agia como dona do cunhado. O assunto estava mais do que claro para Paula. Mais um motivo para se manter longe da fala e das mãos de veludo de Carlos. Definitivamente, ele não era muito diferente dos outros homens e concluir aquilo, deixou Paula bem irritada. Todas aquelas conversas suaves sobre respeito e amor tinham um intuito: a levar para a cama!

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