Sem correção
Paula podia ouvir a conversa animada das crianças e de Carlos brincando à beira da piscina naquela manhã de sexta-feira enquanto se dirigia à biblioteca para resolver por e-mails alguns problemas com os fornecedores da obra da reforma. Há 10 dias, que tinha saído do hotel para voltar à casa dele. Gabi já há um mês de férias, dividia-se entre a casa dos avós e dias na companhia do casal e do irmão. A felicidade em estarem juntos podia-se ser ouvida pelos risos durante o decorrer dos dias finais daquele verão. Concentrada, não ouviu quando o carro estacionou em frente da casa.
Em seguida, Inês bateu na porta, enfiando o rosto pelo vão.
Ela levantou os olhos da tela do computador para dar atenção a empregada.__ D.Paula...tem um moço que gostaria de falar com a senhora. Se identificou como oficial de justiça.
__Um oficial de justiça?!
__ Foi o que ele disse.
__ Certo. Diga-lhe que já estou indo.
Minutos depois, ela olhava para a intimação tendo a sensação de estar diante de uma cobra venenosa pronta para atacá-la.
O teor solicitava sua presença na delegacia de San Martin para prestar esclarecimentos referente aos episódios envolvendo Maitê.
Descobriu que tinha as mãos trêmulas, o corpo todo operando no modo de luta ou fuga diante da perspectiva de reviver todos aqueles acontecimentos de novo.
O tempo, o trabalho e os problemas que tivera com seu relacionamento com Carlos a fizeram esquecer que ainda tinha mais um leão para matar na sua vida. Suspirou, desejando que fosse o último.
Ficou imóvel por um tempo antes de pensar em deixar a sala que, de repente, parecia sufocá-la.
A porta da área de serviço bateu e passos se aproximaram dela na sala.__ Paula...
Diante do chamado, levantou os olhos do papel com o timbre da justiça, Carlos estava parado a sua frente, mãos na cintura usando apenas uma bermuda jeans.
__ Quem era no carro preto? Porque não me chamaram?
__ Porque não era para você. Era um oficial de justiça. Olhe!
Acha que precisarei levar um advogado?
Carlos corria os olhos pelo papel, o analisando enquanto, ela nervosa, segurava as têmporas, esperando uma resposta.__ Provavelmente não. - concluiu evasivo.
Ela andou de um lado para outro.
__ E se acharem que tomei aquelas pílulas?... Que sou maluca?...Já fui usuária de drogas...tenho laudos psiquiátricos...
Carlos largou a intimação em cima do sofá e segurou seus ombros com carinho.
__ Não há o que temer, Paula. São só esclarecimentos. Eu já a havia alertado que isso ia acontecer.
Vendo que ela tinha adquirido uma certa palidez, Carlos preocupou-se.
__ Você está bem?
__ Não - admitiu.
As reservas emocionais que havia juntado naquelas últimas semanas pareciam ter sido destruídas pela ameaça aberta.
__ Não consegue perceber que há mais evidências contra mim do que contra Maitê?__ Paula, não permitirei que ninguém a prejudique. Alonso está por dentro de tudo, se tivesse algo que pudesse ir contra você, teria nos alertado.
__ Como pode oferecer tal garantia? Mesmo que eu tenha Leandra e Marlon como testemunhas do que me aconteceu naquele hospital, fico apreensiva. Aborto ainda é crime na Espanha!
Ele parecia tão calmo e confiável que Paula quase não acreditou. Então meneou a cabeça, e seus olhos se encheram de lágrimas.
__Não chore, Paula. Não suporto mais vê-la chorando. Encare isso como sendo a última etapa para que a gente possa ser feliz, sem a interferência de terceiros.- ele falou, a trazendo para o seu abraço.
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Resgata-me! 🔞❗
Romansa"Às vezes, é preciso descer ao inferno para que possamos nos reencontrar." Poderá um anjo resgatar um coração cheio de ódio e ressentimentos? Esta é a história de Paula, a vilã de Um Tempo Para Amar. E para que ela se redima de todo o mal que causou...