Capítulo II - Academia Hashira

267 25 10
                                    


O vento gelado que vinha do lago batia no seu corpo nu, protegido pelo lençol branco. Seus olhos avermelhados olhavam para o grande lago que refletia o brilho da lua. Havia uma pequena névoa em torno do lago, que começava a ficar densa à medida que o tempo passava. Estava sentado na varanda da pequena casa feita de pedras. Escutou uma movimentação na cama, braços fortes rodearam sua cintura, o cheiro natural do moreno o embriagava. O nariz desenhava linhas imaginárias no pescoço do ruivo, distribuindo beijos que faziam os pelos do menor se arrepiaram. A voz grave e baixa alcançou os ouvidos do ruivo.

Volta pra cama.

Estou sem sono

Sem sono é? Posso te ajudar com isso.

Pervertido! – disse com o rosto quente, olhando o moreno que sorria para a reação do menor. Adorava quando conseguia fazer aquelas belas bochechas redondas se tingirem de vermelho. Olhava hipnotizado para o rosto do seu amante, deslizou uma de suas mãos pela face corada, conseguindo a atenção do ruivo.

Tanjirou...casa comigo?

O ruivo sentiu seu corpo doer, a queda do sofá que estava dormindo não foi suave. Pelo contrário, foi brusca e desajeitada, ao ponto de derrubar a mesinha de centro de madeira em cima do pobre ruivo. O Kamado tinha os olhos arregalados, a boca aberta e a face pegando fogo. Estava deitado de bruços no chão de madeira, o que foi aquele sonho?

– Tanjirou? Tudo bem ai?

Perguntava Zenitsu, sentado na pequena mesa da cozinha de Aoi. A garota tentava não rir da queda do amigo, Nezuko correu do banheiro que ficava no segundo andar, para ver o que era aquele barulho. Do alto da escada podia ver o corpo do irmão no chão. A morena se aproximou do irmão, o ajudando a se levantar.

– O que foi?

O ruivo balançou a cabeça. Olhou para a irmã, notando que ela vestia uma calça jeans preta, com uma bota preta de cano baixo e uma blusa social branca. Seus longos cabelos estavam presos em um rabo de cavalo, usava uma maquiagem leve, que realçava a sua beleza. Tanjirou fechou a cara.

– Aonde você vai?

– Eu tenho uma entrevista de emprego no internato da cidade. Você se lembra?

O rosto do ruivo se suavizou, se lembrando que Aoi havia conseguido uma entrevista de emprego para sua irmã e para Zenitsu no internato da cidade. Olhou para o seu amigo, que vestia um terno cinza, com uma camisa branca e gravata preta. Os longos cabelos loiros estavam bem-arrumados, presos em um coque bem feito, o que acontecia raramente, já que as madeixas loiras estavam sempre bagunçadas. Aoi Kanzaki estudou na mesma universidade que os irmãos Kamado e o Agatsuma, ela e Inosuke haviam saído da cidade para poderem estudar. Fazia pouco mais de dois anos que os dois voltaram para a cidade, Aoi como enfermeira e Inosuke como dentista.

– Desculpa. Eu esqueci. Estão nervosos?

– Muito. Aoi disse que o diretor da escola é um carrasco. Eu não estou muito confiante que vou passar no teste. Acho que a Nezuko vai passar de primeira, ela é inteligente e esperta. Mas e se eu travar? E se eu...

– Zenitsu, calma. Vai dar tudo certo.

Disse Aoi segurando as mãos trêmulas do loiro. Tanjirou fechou as mãos para tentar conter a frustração, se sentia incapaz quando via os ataques de ansiedade e inferioridade que o loiro sempre tinha. Sabia que aquilo era o resultado da convivência com o irmão postiço. Mesmo a distância, Kaikagu tinha muita influência na vida do Agatsuma; mas sentia certa esperança ao ver o amigo lutando contra isso. Se afastar do irmão era uma amostra disso. Nezuko caminhou até o amigo, dando batidinhas nas costas do loiro

FragmentosOnde histórias criam vida. Descubra agora