Capítulo VI - Ousadia

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Os olhos amarelos reviraram nas órbitas, o prazer inundava o seu pequeno corpo, que se contorcia na cama. Uzui se levantou, olhando admirando a bela obra de arte em sua frente. Zenitsu estava deitado em sua cama, os lençóis vermelhos destacavam a sua pele de tom leitosa, marcada por mordidas, chupões e arranhões. As belas madeixas loiras estavam espalhadas pela cama de casal, os braços levantados na altura da cabeça, com duas perfurações em cada pulso. Os olhos rosados baixaram para as coxas fartas e repletas de mordidas, a entrada o mais novo pulsava. O mais velho se aproximou, inspirando o cheiro delicioso que exalava do pescoço de Zenitsu, e ao fazer isso, sentiu suas presas latejarem. Queria mais daquele sangue.

– U-Uzui...Uzui... – sussurrou com a voz rouca, sentia sua garganta seca e dolorida. Não sabendo se era pelos seus gritos, ou por ter acomodado o membro do mais velho em sua cavidade bocal. Uzui sorriu, amarrando os cabelos soltos em um coque mal feito.

– Sim, meu amor?

– M-Mais...eu q-quero mais....

O loiro ofegou ao sentir as mãos fortes do albino tocarem suas coxas, apertando-as com força. Seu rosto voltou a esquentar, quando notou o membro ereto de Uzui, sentiu seu corpo tremer ao se lembrar da última rodada de sexo que tiveram. A quanto tempo estava naquela cama? Não se lembrava, só sabia sentir prazer, principalmente quando Tengen o mordia profundamente nos pulsos. Se assustou quando foi virado de bruços na cama, o albino acertou um tapa forte em sua bunda, fazendo com que o estalo alto da pequena agressão soar pelo quarto, ao mesmo tempo em que Zenitsu perdia o pouco fôlego que tinha, agarrando-se aos lençóis vermelhos amarrotados e úmidos. Úmidos pela união do suor dos dois homens, e pelas gotas de sêmen. Ofegou ao sentir a pele de sua bunda arder e pulsar, assim como a sua entrada, que ansiava por ser preenchida novamente. Levantou o quadril, na esperança em ganhar mais daqueles tapas. Queria prazer.

– Ah, sua pequena vadia gulosa. O que você quer? – O menor fisgou o lábio inferior com os dentes, sentindo a pequena dor por ter mordido muito os lábios. Outro tapa foi dado no mesmo local, enquanto o mais alto se colocava sobre o pequeno corpo, cheirando as madeixas loiras e arranhando as costas arqueadas do Agatsuma, que tentava formular uma frase coerente.

– Eu quero....hum.... - Tengen sabia exatamente o que o loiro queria, mas preferia escutar aquelas palavras sujas, saindo daquela pequena boca rosada. E por isso, ele começou a pincelar o seu membro na cavidade úmida de lubrificante, ameaçando entrar, enquanto mordia a orelha esquerda de Zenitsu e lhe dizia coisas sujas. Aquilo foi demais para o loiro – Eu quero... o seu pau dentro de mim...me dando prazer! Eu quero que você me foda! Ah!

Gritou em desespero, para logo gemer, sentido ser penetrado com força e de uma vez só. Uzui sentiu ao seu membro ser esmagado, mordeu o lábio inferior, se movendo forte e rápido, gemendo baixo em comparação aos gritos de prazer do Agatsuma, que lutava entre gemer e respirar ao mesmo tempo. A cabeceira da cama batia com força contra a parede cinza, rangendo e se misturando com o barulho dos corpos se chocando. Tengen ficou de joelhos na cama, puxando com força um punhado de fios amarelos de Zenitsu, em sua direção, ouvindo um gemido surpresa. O loiro se inclinou para trás, sendo segurado pelas grandes mãos do albino, que o ajudava a ficar de joelhos no colchão.

Pela proximidade dos seus corpos, Uzui sentia o corpo do amante se arrepiando e levando o quadril contra o seu grosso membro, gemendo alto enquanto jogava a cabeça para trás e arranhava os braços que o mantinha parado. Acabou por deitar a cabeça no ombro do albino, que pegou e mordeu mais uma vez o pulso direito do mais jovem. Descarregando uma carga grande de prazer no corpo do loiro, que viu sua visão ficar branca e o seu corpo deslizar por alguns segundos, gozando descontroladamente em seu abdome e nos lençóis. Já Tengen, sentiu o gosto de ferro forte em seu paladar, se degustando o sabor doce daquele sangue, com toques de acidez. Com a grande pressão em torno do seu membro, Uzui gozou em jatos fortes dentro do loiro, que amoleceu nos braços do mais velho, caindo em um sono profundo e tendo o corpo amparado pelo mais velho. Aquela, com toda a certeza, havia sido a melhor transa que Tengen teve em toda a sua existência.

O carro ia em alta velocidade pela rodovia, já eram quase três da madrugada e não passava nenhum veículo por ali. O velho senhor queria sair logo da cidade e chegar na capital, em suas mãos, estava o CD que Mitsuri havia entregado no dia anterior. Finalmente havia achado uma musa, já fazia muitos planos para aquela menina ingênua. Mal podia esperar para pôr as mãos nos frutos que ela lhe renderia, só faltava ser lapidada, mas do jeito que está atualmente, conseguiria fazer muito sucesso. Finalmente estava livre daquela maldita escola de esnobes, e daquele diretorzinho de merda. Poderia finalmente reconstruir sua carreira como empresário musical, não dependendo mais daquele homem mesquinho e prepotente para conseguir trabalhos no ramo musical. Se não fosse aquelas malditas cantoras, que o havia processado por assédio sexual, ele estaria em sua mansão, bebendo de um bom vinho caro e não naquele táxi barato de merda.

– Está muito lento, acelere esse carro.

– Senhor Shimura, estou acima do limite de velocidade. Mas que isso, eu não posso.

– Então ultrapasse mais. Tenho compromissos na capital, que não podem esperar. Você sabe quem eu sou?

– Mas, senhor, a pista está ainda molhada...

– Calado! Você é pago para dirigir, não para dar opiniões. Acelera essa merda.

O motorista preferiu não continuar aquela discussão, não podia perder o emprego. Aumentou a velocidade do carro, mas à medida que o veículo avançava, uma densa neblina começava a se formar. O motorista não entendia o que estava acontecendo, não era para ter neblina naquela época do ano, começou a desacelerar e a prestar mais atenção a estrada, mas não foi o suficiente para desviar do ser humanoide que, subitamente, apareceu em frente ao veículo. O som de freios se fez presente, as poças de água ajudaram o veículo a capotar, uma, duas, quatro vezes antes de parar de cabeça para baixo. O motorista, todo machucado, conseguia ver o ser que havia causado o acidente se aproximando, era um homem estranho, de cabelos em um tom de rosa curtos, pele pálida com linhas azuis que formavam um padrão simétrico, seus dedos das mãos eram da mesma cor das linhas, seu sorriso transmitia serenidade, enquanto que os seus olhos amarelos era a personificação da maldade.

O senhor Shimura, ao ver o homem se aproximar, saiu desesperado e com muita dificuldade do carro, não se importando com os seus ferimentos, ou o pedaço de ferro que atravessava sua coxa esquerda, sabia quem aquilo era e a quem ele servia. Será que ele me ouviu o ofendendo? Ou ele sabe dos meus planos? Impossível! Tinha que sair dali. Sua vida valia mais do que a daquele motorista pobre. O rosado se aproximou do carro, sorrindo, se aproximando do motorista e vendo que era impossível dele escapar. Deu a volta no carro, caminhando tranquilamente enquanto o velho senhor se arrastava pela rodovia. Ria alto do desespero do velho homem. Uma risada que faia qualquer ser tremer de medo e desespero. Não demorou para o rosado chegar até o Shimura, quebrando suas duas pernas. O grito de dor ecoou pelo lugar, junto da gargalhada do rosado.

– Por...por favor...eu não quero morrer. Tenha piedade! E-Eu prometo ser fiel ao senhor Mu...

Antes que pudesse terminar a sua frase, o homem teve a sua cabeça arrancada brutalmente. O motorista começou a entrar em desespero, chorando copiosamente e tentando sair do veículo destruído. O rosado virou para o motorista, revelando o sangue do Shimura que manchava sua face, dando um ar mais psicótico para a sua face. Ele começou a caminhar até o carro capotado, mas parou ao lado do motorista, quando sentiu o seu celular vibrar em seu bolso. Olhou para o identificador de chamadas, limpando a garganta e assumindo uma pose mais séria.

Terminou?

– Sim senhor. Só falta me livrar do motorista.

Ótimo. E como estão os preparativos?

– O garoto já chegou na cidade, mas não veio sozinho. Parece que tem muitas ligações na cidade. Devo me livrar deles?

– ...Ainda não. Eles podem ser úteis mais para frente. Fique de olho neles e me mantenha informado.

– Sim senhor. Senhor?

Diga.

– Não é confirmado. Mas tenho a certeza de que o mais novo da família voltou para a cidade. O que eu devo fazer, caso se confirme a sua chegada?

–...Siga com o plano. Aguarde mais instruções.

– Sim senhor – a chamada se encerrou, o homem de cabelo rosado guardou o celular no bolso de sua calça branca, e deu um sorriso simpático para o motorista ferido – Enfim, onde paramos?

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