Capítulo X - Conclusões

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Sanemi pensava que sua semana não podia piorar, além do péssimo clima que estava entre ele e Tengen – que desde a discussão não pisou mais o pé na mansão em que os Hashiras moravam –, o albino ainda tinha que lidar com o corpo do antigo professor de música, desmembrado nas redondezas da escola, e três adolescentes completamente apavorados, juntos de seus pais que pareciam soltar fogo pelas narinas.

Eu pago essa mensalidade absurda, para o meu filho ter a melhor educação do país, e estar seguro. Como você explica o fato do meu bebezinho, achar um corpo, na escola em que EU PAGO!

Senhora Yukimura, vou explicar a situação mais uma vez – Sanemi se acomodou na cadeira, retirando os óculos de grau, colocando-o em cima de sua mesa –, caso não tenha compreendido. O seu filho, junto com os dois amigos dele, saíram da propriedade da escola, sem a permissão de algum professor ou minha, para fumar maconha. Em uma casa abandonada, no meio da floresta. A Academia Hashira contém um efetivo sistema de segurança, no entanto, nesse dia em específico, o segurança que fazia a ronda nessa parte do castelo, passou mal. E caso a senhora não acredite, temos o atestado médico e podemos ir até o hospital da cidade, conversar com os funcionários para averiguar se ele estava ou não passando mal. O que acha?

A mulher ficou quieta, sendo amparada pelo marido envergonhado. Os pais dos três adolescentes não sabiam o que fazer, estava claro que os seus filhos estavam errados naquela história toda. A polícia estava presente na escola, tomando o depoimento dos alunos, em busca de pistas sobre os donos da cabana e como era o professor Shimura. Sanemi não gostava muito disso, sentia que o seu território estava sendo invadido, principalmente por aquele investigador de merda, que estava conversando com Nezuko. Ela não tinha qualquer tipo de ligação com o falecido professor, e nem muita proximidade com os alunos, sendo que os três jovens saíram no meio da palestra que a vice-diretora dava. Ele se sentia incomodado com a proximidade dos dois, a forma como o policial de curtos cabelos negras se inclinava sobre a figura pequena da Kamado, que estava sentada em uma das várias mesas da sala dos professores. Ambos estavam sentados, com vários papéis espalhados pela mesa. A risada do agente da lei dominou o lugar.

É sério, sua aula é muito boa. Queria ter tido professores assim, na minha época de ensino. Principalmente com a sua beleza.

Muito obrigada. Fico feliz que tenha gostado Akaza.

O sorriso que ela deu para ele lhe irritou, sentiu o sangue ferver quando viu o modo como aquele cara olhava para Nezuko: como se ela fosse uma presa. Sentia que havia algo de errado naquele cara. Ele não era um ser da noite, mas também não era um humano. O que demônios esse cara é? Em todos os seus séculos de existência, Sanemi viu todo o tipo de criatura da noite. Sereias, lobisomens, fadas, elfos, centauros, perdia as contas de quantos outros existiam ou já existiram. E é claro: ceifeiros. Os guardiões da ordem naquele mundo. Só havia visto um, e não queria repetir a experiência. Havia ido a uma cidade no leste da ásia, apenas por curiosidade. Não recordava o nome que tinha na época, e nem como se chamava atualmente. Os moradores estavam apavorados com os ataques de vampiros, que ocorriam quase todas as noites. Em sua investigação, Sanemi descobriu que se tratava de uma família de mais de cinquenta vampiros.

Estava indo ter uma conversa com o chefe daquela família, quando a viu. A pressão que aquele ser exercia sobre o ambiente era esmagadora, o albino mal conseguia respirar direito. Suas pernas travaram, não se moviam, na verdade, todo o seu corpo estava travado, em pânico! O ser na sua frente tinha a pele parda, grandes cabelos negros cacheados, presos em um rabo de cavalo. Usava roupas da região, só que em um tom negro, tão negro, que se misturava com as sombras do lugar. Mas o que lhe dava medo, eram seus olhos, em um tom gélido de roxo. Em sua mão, estava uma foice, a lâmina negra brilhava com o sangue de todos os familiares.

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