Kaigaku sentia que estava no inferno. O seu corpo todo queimava. Sua garganta principalmente. Estava sem ar, sentindo que estava se afogando. E estava. Obanai estava em estado de choque, não soube como conseguiu retirar forças para contatar Shinobu e Kyoujurou, mas conseguiu. Agora, os três vampiros encaravam o macabro espetáculo que desenrolava-se a frente dos seus olhos. Kaigaku gritava, esperneava, quase como se estivesse tendo uma convulsão na cadeira em que estava amarrado. De sua boca, nariz, olhos e ouvidos, transbordava um líquido preto, viscoso e de mal odor. O vampiro sentia sua pele queimar.
– Entregue o seu corpo!
A voz em sua cabeça ordenava. Gritava. Mais em desespero do que o próprio Kaigaku. De quem era aquela voz? Sentia que conhecia, mas não naquele timbre. O tom claro de ordem parecia muito com o do seu mestre, Muzan. Mas Muzan era um homem, e não uma mulher.
– Entregue para mim!
Parou de se mexer. Parou de gritar. Parou de expelir o líquido preto. Os quatro vampiros não disseram nada, apenas escutavam. A respiração ofegante de Kaigaku. O som de uma goteira. O zumbido que a eletricidade fazia. Então, da poça preta em volta do prisioneiro começou a se mover, se levantar, tomar forma. Shinobu engoliu um grito de horror, mordendo os lábios e os cobrindo com as duas mãos. Rengoku, que carregava uma espada, ficou em posição de ataque; enquanto Obanai somente aguardava. Um vento extremamente frio adentrou a sela. Um grito extremamente agudo foi ouvido, fazendo com que alguns objetos de vidro no subterrâneo estourassem. O líquido começou-a tomar forma de um corpo, em algumas partes dava para notar ossos podres. Um forte cheiro de podridão saia da criatura
– Eu lhe dei esse corpo! Eu o quero de volta!
A voz estava quebrada. Falha. Rouca. Dolorida. Então a criatura começou a gritar, desesperada, em direção a Kaigaku que também gritava em desespero. O jovem vampiro sentia a pele queimar nos locais em que a criatura tocava. Ela estava-o escalando. Lentamente. Os membros da família Hashira estavam paralisados, o que estava acontecendo?!
A criatura colocou as mãos na boca de Kaigaku, obrigando-o a abrir mais a abertura para ela adentrar no corpo do jovem vampiro. Kaigaku gritou ainda mais, chorando em desespero, sem conseguir falar e pedir ajuda. A criatura em forma de gosma adentrou no corpo do vampiro, que lentamente, começou a queimar de dentro para fora. Quando tudo acabou, só restava as roupas do jovem vampiro, manchadas da gosma preta.
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Na maior parte do tempo, Tomioka era um homem calmo, sério e frio – essa última devido a morte de Tanjirou. O vampiro de madeixas negras azuladas era alguém bastante controlado, não se deixava levar muito por emoções. Mas, aquilo na sua frente, era pedir demais. Ele precisava sair daquele quarto, o mais rápido possível, antes que fizesse qualquer besteira que se arrependesse depois. Deu um passo para trás, batendo com tudo na porta fechada. Quando foi que a porta havia se fechado? Tateou a porta, procurando o trinco desesperadamente. Não conseguia retirar os olhos do corpo de Tanjirou, que a cada segundo, ficava cada vez mais vermelho e ofegante.
Porra.
Pensou desesperado ao respirar fundo – em busca de alguma gota de calma – e sentir o cheiro característico de excitação, misturado com o cheiro do Kamado. A boca do vampiro se encheu de água, assim como sentiu que as pressas começavam a crescer dentro de sua boca. Qual seria o gosto do sangue dele? Seria tao doce como da vida passada? Ou seria melhor? Se perdia nesses pensamentos, se esquecendo momentaneamente de onde o trinco se encontrava.
Já Tanjirou, sentia que dentro de si algo borbulhava. Algo clamava, desesperadamente dentro de si pelo homem a sua frente. Como seria ter ele lhe tocando? Lhe tratando com delicadeza e cuidado que via o outro quando estava com Kanae. Como seria o beijo dele? Seria gelado ou morno? Como seria o seu abraço? Seu cheiro e sua voz intensificados pela aproximação? Como seria ter ele dentro de si, forte, fundo e bruto? Tais pensamentos rondavam a mente do Kamado, o fazendo borbulhar por dentro. Uma nuvem de tesão imundavam os seus sentidos, nem sentiu quando se levantou da cama e andou em direção ao moreno.
Giyuu prendeu a respiração ao ver o Kamado levantar-se da cama lentamente e caminhar em sua direção. Como um gato que caminha em direção a sua presa. E, sinceramente? Giyuu adoraria cair nas garras do ruivo. Não tinha como não reparar no belo corpo que Tanjirou ostentava. As curvas nos lugares certos. Tão igual, mas ao mesmo tempo tão diferente da primeira vida. Havia cicatrizes, cicatrizes que indicavam os ferimentos que tiraram a vida do seu amado. E, mesmo sem uma perna de carne, Tanjirou continuava sendo o ser mais belo que Giyuu havia visto na vida.
Os olhos azuis acompanhavam a pequena língua que passeava pela boca do Kamado. Um passo. Apenas um passo distanciava os dois amantes. Giyuu podia sentir o calor emanar do pequeno corpo a sua frente, assim como Tanjirou podia sentir o frio emanar do grande corpo a sua frente. Olho no olho, a intensidade dos sentimentos era tanta, que chegava a ser palpável. Lentamente, o Kamado levou as pequenas mãos em direção a calça do vampiro, massageando o volume que se encontrava ali e abrindo o botão da calça, logo foi a vez do zíper. Não demorou muito para calça e cueca encontrarem o chão, assim como a camisa que Tomioka vestia.
Havia deixado o ruivo fazer o que quiser consigo. Não estava pensando direito, e como pensaria? Principalmente quando via que Tanjirou, vagarosamente, se abaixava em sua frente e tomava o seu pênis nas mãos. Massageando fortemente, antes de dar uma longa sugada forte e colocá-lo dentro da boca. Giyuu teve que se segurar na parede e no trinco da porta – que misteriosamente havia aparecido do lado do seu braço direito – para não cair no chão. Sentia que as forças de suas pernas haviam desaparecido, principalmente por estar sobre a vigia daqueles olhos castanhos avermelhados. Sinceramente, não sabia para onde olhava. Se mantinha os olhos nas orbe castanho avermelhadas ou em como o ruivo devorava o seu membro com vontade.
Segurar os gemidos estava fora de questão. Não sabia o que fazer com as mãos, não queria machucar o Kamado, principalmente quando estava recebendo o melhor boquete de sua vida. Não sabia se ficava extremamente feliz com o tratamento, ou se perguntava onde o ruivo aprendeu aquilo e com quantas pessoas ele tinha feito aquilo. Um sentimento de posse e ciúme começou a tomar conta de Tomioka, que quebrou o boquete, levantando o ruivo e lhe beijando com força, fúria e paixão.
Uma explosão de sentimentos tomou os dois, e Tanjirou, não conseguiu segurar o gemido de satisfação ao finalmente sentir o gosto da boca de Tomioka. O beijo real era mil vezes melhor do que em suas lembranças. O cheque de temperatura era agradável, e até prazeroso. Tomioka tinha fome, uma fome que não seria saciada naquela noite. Da mesma forma que Tanjirou começava a ter essa fome. O Kamado, com muita força de vontade, separou-se do beijo. Nessa altura ambos estavam muito perto da cama, a tarefa de empurrar Giyuu para que o vampiro caísse na cama foi fácil. O humano logo se sentou no colo do mais velho, sentindo a dureza que Tomioka carregava entre as pernas e que com certeza, Tanjirou adoraria se oferecer para acabar com aquele pequeno problema. Kamado aproximou sua boca da orelha de Giyuu, e sussurrou lentamente:
– Quero que faça tudo comigo. Quero que me ame. Quero que me faça gritar de prazer. Quero que me faça esquecer o meu nome e somente consiga gemer. Quero não sentir as pernas. E, principalmente, quero sentir você.
E Tomioka o fez.
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Fragmentos
FanficNo auge dos seus vinte e sete anos, Tanjirou decide se mudar com a irmã mais nova, para uma cidade turística no interior do país. Onde esperava encontrar um pouco de paz e respostas. Tanto para a sua vida, quanto para os sonhos malucos que sempre te...