Nezuko era uma viciada em romances, isso era um fato. Tanto por consumir produções físicas, quanto por audiovisuais. Era uma verdadeira romântica incurável, mas isso era só em teoria, pois na prática, na vida real, ela não acreditava muito no amor. Para Nezuko, poucas pessoas encontravam alguém que realmente gostavam, alguém que somava. E quando era mais nova, sonhava em encontrar alguém especial e viver uma linda história de amor, igual à dos seus pais. Mas ela cresceu e entendeu, que o mundo não era um lugar cor-de-rosa, e que aconteceu com os seus progenitores, foi apenas sorte. Mas o que ela menos esperava, era viver uma cena clichê de um dorama. A cada minuto que se passava o corredor se enchia de alunos e alguns poucos professores, curiosos com a situação que se desenrolava na frente deles. Afinal de contas, não era todo dia em que o respeitável e de pavio curto, diretor Sanemi Shinazugawa, entrava em uma briga. Principalmente com alguma autoridade da lei. E principalmente, por uma mulher. A fofoca corria solta nos corredores e nos grupos de amigos em redes sociais. Havia alguns alunos corajosos ou curiosos demais, filmando a cena. Havia várias teorias para o que estava acontecendo, dentre elas, três se destacavam.
1. O detetive tinha, de alguma forma, ofendido da Kamado e o diretor a estava defendendo.
2. A Kamado havia falado algo que não devia para o detetive, e o diretor a estava ameaçando.
3. O diretor Sanemi tinha um caso com a professora de história e estava tendo um ataque de ciúmes.
A maioria estava acreditando na terceira teoria, já que o detetive realmente passava muito tempo com Nezuko. E quando o moreno saía de perto, era notável a feição de alívio da docente. Fora a clara tensão sexual que a Kamado e o Shinazugawa, exalavam quando estavam perto; e uma foto que corria pelos grupos de alunos, do diretor agarrado a morena, não ajudava a desmentir ou descredibilizar a terceira teoria.
Nezuko se sentia desconfortável com toda aquela atmosfera. Se tivesse um nariz potente e sensível, como o do seu irmão, ela conseguiria sentir a testosterona que aqueles dois homens exalavam. Além do fato deles parecerem dois cachorros, querendo marcar território. Podia jurar que ouviu um rosnado, quando Akaza entrelaçou as suas mãos, em um agarre firme. Tentava não perder a paciência, não em público. Limpou a garganta e começou a falar, em um tom de voz doce e que não entregasse o quão irritada estava.
– Diretor Shinazugawa, o senhor não está muito ocupado?
– Evidente professora Kamado, e por isso vim em sua procura. Há alguns papéis faltando, na pasta que me entregou sobre o festival. Além de que a senhorita esqueceu da reunião que havia marcado mais cedo.
Reunião? Do que esse cara tá falando? Olhou para Kanae, que estava encarando o tio, sem entender muito bem como ajudar a amiga.
– Certo. Mas creio que a Nezuko pode resolver isso outra hora. Estamos ocupados conversando.
– Detetive, esse festival é muito importante para a nossa escola e para a cidade. A conversa suas pode muito bem esperar.
– Infelizmente não diretor. É algo muito importante para mim, e para o meu caso.
– Não vejo como um encontro possa ajudar no caso em que está investigando, detetive.
– Encontro?! – algumas pessoas falam alto, mas parece que não foi o suficiente para os dois homens desviarem os olhos. Era quase que uma competição.
– E é por isso, que o senhor é um diretor de escola, e não um detetive.
– Certo, garotos. Acho que para mim já deu. – Nezuko falou um pouco mais alto, puxando as suas mãos com força do agarre de Akaza, e retirando as grandes mãos de Sanemi dos seus ombros. Colocou um falso sorriso no rosto, enquanto puxava Kanae para longe daquela multidão – Eu tenho várias coisas importantes para fazer, e infelizmente, não posso me atrasar mais do que já estou. Mas vocês dois podem muito bem se sentarem, tomarem um café e terem uma conversa decente. Akaza, fico grata pelo convite, mas terei que recusar. E diretor, eu deixo a reunião para outro dia, lamento por tê-lo feito esperar e com toda a certeza, ainda hoje, eu vou deixar em sua sala os papéis que faltam. Com licença.
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Fragmentos
FanfictionNo auge dos seus vinte e sete anos, Tanjirou decide se mudar com a irmã mais nova, para uma cidade turística no interior do país. Onde esperava encontrar um pouco de paz e respostas. Tanto para a sua vida, quanto para os sonhos malucos que sempre te...