Capítulo XXXVII - Rancor

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Se perguntava se foi uma boa ideia se embrenhar naquela mata, um local que não conhecia. Mas não tinha muito o que fazer, Nezuko havia ligado lhe pedindo carona, segundo ela, o carro em que ela e Akaza estavam havia furado o pneu na estrada, quando desviaram de um animal silvestre. Seguiu a localização do GPS que lhe foi enviada, só não contava que, pouco tempo depois o carro simplesmente parasse de funcionar. Deveria ter avisado alguém da casa, e não seguido o pedido da irmã, em não avisar ninguém para não provocar ciúmes em Sanemi, pois a Kamado sabia que o namorado não ia muito com a cara do policial. Sabendo disso, Tanjirou não estranhou o pedido, mas não quer dizer que ele não se arrepende de não ter trazido alguém consigo. Principalmente agora, que estava caminhando em meio aquela chuva, em direção ao carro em que sua irmã, supostamente estava. Mas ao chegar perto, notou que não havia ninguém no carro. Ligou novamente para a irmã, o telefone deu na caixa postal. Se amaldiçoou novamente quando viu o nível de bateria do seu celular, estava quase para desligar. Mas antes de mandar uma mensagem, avisando aonde estava para alguém na mansão, ele ouviu a voz de sua irmã o chamando.

– Nezuko?

Nenhuma resposta. Resolveu chamar novamente, mas nada. A única coisa que conseguia escutar era o som das gotas de chuva batendo nas plantas, no carro e no chão. O ruivo decidiu caminhar um puco, talvez sua irmã e Akaza estivessem por perto, ou talvez eles tenham conseguido uma carona.

Irmão.

– Nezuko?

Chamou em resposta. Ele não estava ouvindo coisas, aquela era a voz de sua irmã. Continuou chamando-a e ela, a ele. Decidiu seguir a voz.

– Aonde você está? Tem como ficar parada?

Venha, rápido. Akaza acabou machucando a perna.

– Como? Vocês bateram?

Ele caiu tentando sair da floresta.

– Nezuko, eu não estou te vendo. Só consigo te escutar.

Pode seguir a minha voz? Não posso tirar os olhos de onde estou com Akaza, se não, é capaz dele sair para tentar buscar ajuda em vez de ficar parado. Não quero que a ferida dele piore.

– O quão ruim isso foi?

Você nem faz ideia, irmão.

Quanto mais caminhava, mais fundo na floresta Tanjirou adentrava. Tentava achar Nezuko, mas ela estava "invisível", embora ela pudesse vê-lo e guiá-lo pela mata. Tanjirou estava um pouco cansado, sua perna doía pelo esforço que estava fazendo naquele terreno desregulado. Sua prótese não fora feita para aquele tipo de atividade, com certeza não. Caminhou mais um pouco, até parar em uma casa, parecia ser antiga e, quem habitava ela, deveria ter muito dinheiro. Adentrou na moradia, e reparou que não havia ninguém. A casa não parecia ter sido abandonada, então, onde estaria as pessoas dali?

Tanjirou...

O som da voz de Nezuko ecoou pelo corredor do segundo andar, onde Tanjirou estava depois de explorar o primeiro. Aquilo já estava o irritando, custava ela aparecer? Já no segundo andar, todas as portas estavam fechadas e trancadas, exceto uma, a última do corredor, que estava destrancada. Girou a maçaneta e adentrou o cômodo. Tateou a parede em busca de um interruptor, e quando ascendeu a luz, tomou um susto com o que viu. O quarto estava repleto de fotos. Fotos de Giyuu. De várias épocas diferentes. Havia retratos, fotografias – em sua maioria, no que parecia ser em Paris – e vídeos rodando em tablets dispostos no chão. Tanjirou analisou tudo lentamente, aquilo era bizarro. Estava tão absorto observando as fotos, que nem percebeu que mais alguém havia entrado no quarto.

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⏰ Última atualização: Mar 17, 2022 ⏰

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