Capítulo XIII - Bebida

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– Muito ocupada?

Shinobu levantou os seus olhos violetas dos exames em suas mãos, para a porta do seu consultório, onde uma figura masculina alta estava escorada.

– Não, não. Algum problema Uzui?

– Zenitsu está agindo de maneira

– Quem é Zenitsu?

A morena de pontas roxas levantou a sobrancelha em confusão. O albino suspirou, teria uma longa conversa pela frente.

– Voltou tarde hoje.

Tanjirou sorriu para a rosada, que terminava de arrumar a padaria. Mitsuri notou como o ruivo estava pálido, havia algumas folhas presas nos cabelos revoltos do Kamado. Notou também que ele estava mancando e se apoiava nas paredes da entrada da padaria.

– Tudo bem ai?

– Tá sim. Eu só estou com um pouco de dor, mas logo passa. Eu só tenho que descansar um pouco. Foi tudo bem hoje? Desculpe por ter deixado você sozinha esses tempos.

– Tudo bem. Eu sei que você está fazendo algo importante, é sobre os seus sonhos né?

– Como você sabe? – o ruivo ficou surpreso com a fala da mulher, não se lembrava de ter contado o motivo de ter ido para Monte Airumã.

– Nezuko me contou. Achei bem romântico da sua parte. Me lembra uma das histórias do Ícaro.

– Não gosto desse cara. – disse se sentando na mesa que ficava do lado da janela. Mitsuri havia ido até a geladeira, para pegar uma garrafa de água e um copo para servir o ruivo. Que agradeceu pela água. A mulher fechou a cara, demonstrando sua indignação com a afirmação do ruivo.

– Como não? Você já leu algum livro dele?

– Já. Mas não é a história ou a escrita que me incomoda. É só que eu sinto uma grande tristeza lendo qualquer obra dele. Menos as de mistério.

– Mas o bom é o sofrimento!

Os dois começaram a rir, ficaram conversando por um tempo. Mas o ruivo não conseguia se concentrar devidamente, sentia um cheiro familiar. Olhou ao redor da mesa, vendo um pano caído no chão; se abaixou para poder pegá-lo. O cheiro de carvalho invadiu suas narinas. Era embriagante, o tecido de cor cinza era muito macio, a lã parecia ser de alta qualidade. Levou o tecido as narinas, absorvendo mais daquele cheiro que lhe trazia calma e paz. Nem notou que tinha fechado os olhos, olhou para uma Mitsuri confusa.

– Tá tudo bem ai amigo?

– Ah...desculpe. Acho que alguém perdeu ele aqui.

– Acho que é do Giyuu.

– Com quem?!

O ruivo virou a cabeça rapidamente para a rosada, que ficou surpresa com o estalo que as juntas pelo movimento repentino. A mulher olhou de um lado para o outro enquanto falava.

– O cara que vem todos os dias aqui. Que come todos os doces que você faz e dá a opinião dele. Se lembra?

– Ah, sim. Sim. Desculpa, minha cabeça não anda bem esses tempos.

– Tudo bem, eu entendo. Bom, já está tudo arrumado. Só vou trocar de roupa e ir pro Vitorius. Quer ir? A Nezuko e o Zeni estarão lá. Vai ser bom dar uma relaxada. E você parece que está precisando, mais do que eu até.

O ruivo deu um pequeno sorriso amarelo, se ajeitando na cadeira enquanto enchia mais um copo de água para si.

– Passo dessa vez. Vou fechar a loja, tomar um banho e ler um pouco. Mas da próxima eu vou.

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