Capítulo 26

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Já eram quase três horas da tarde, quando Camille adentrou o meu escritório: 

— Magnus? George Lovelace e uns amigos estão lá fora e ele diz que quer que você o atenda. 

— Sério? 

O homem em questão é um herdeiro milionário, convencido, arrogante e insuportável. Mas, como eu  sou comerciante e por conviver no mesmo ciclo de amizades que ele, eu sou obrigado a tratá-lo com cortesia. 

— Mas ele nunca exigiu que eu o atendesse! — Exclamei. 

— Bom, talvez você não se lembre, mas ele é muito amigo de um certo loiro..

— Oh, maldição! Esse fato realmente havia fugido da minha mente! — Revirei os olhos. — Pois bem! Se ele veio com tais exigências, esteja preparado, querida! Já não me basta ter que aguentar Sebastian, agora terei que aturar a turminha dele? — Me coloquei de pé, muito a contragosto. 

— Posso dizer que está ocupado, se preferir. — Camille oferecia. 

— E eu lá sou homem de me esconder? Ainda mais da turma daquele maluco? De jeito nenhum! — Passei a mão sobre o meu terno azul-cobalto e me dirigi para a porta de queixo erguido. — Se George e os seus amigos vieram em busca de confusão, não será aqui que eles vão encontrar! 

Assim que eu cheguei à loja, avistei George e os seus companheiros. Como eu desconfiava e já sabia que era o estilo deles, ostentavam muitas jóias, relógios caros e anéis enormes, e roupas extravagantes. "Playboyzinhos", como diria Camille e Alexander. Forcei um sorriso tão falso quanto ao que o garoto me dirigia e me aproximei.

— George! Que bom vê-lo! — Estendi a minha mão em um cumprimento. 

— Olá, Magnus! Não o tenho visto por aí ultimamente. — O outro falava de forma afetada. 

Depois de cumprimentar os demais, retornei a minha atenção ao garoto:

— Bom, eu tenho estado por outros lugares. — Fui vago, mesmo porque eu não tinha que dar satisfações da minha vida a ninguém, menos ainda a aquele fulaninho. — Mas, em que eu posso ajudá-lo? 

— Você sabe. O casamento de Aline Penhallow está se aproximando. 

— Claro que eu me lembro! Será a festa do ano! 

— Com toda certeza! E como eu sou um dos padrinhos, quero impressionar no presente! — Confessou sem pudores. 

— E tem ideia do que quer dar?  — Perguntei.

— Algo bem caro! Não se preocupe com o preço, querido! 

— Ok. Venha por aqui, por favor. Olhe, eu tenho esse quadro, é de Monet.  —  Pela expressão do homem, eu pude notar que ele não fazia ideia de quem se tratava. Bom, eu que não ia explicar! 

— Hum.. Não gostei! Parece.. Velho! 

Tive que engolir uma expressão. Um quadro de Claude Monet? Velho? Bom Deus! O que eu poderia oferecer a alguém tão ignorante?

 "Algo brilhante!" 

Eu tinha que mostrar algo bem brilhante e caro. Assim, o levei até onde ficavam os lustres. Eu sabia que eu tinha acertado em cheio, quando os seus acompanhantes começaram a comentar entre si.

For You (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora