For You (Malec)

Capítulo 10

— Hey, Lightwood? O que há, homem? É a terceira vez que erra a nota da música! E olha que essa é uma das suas músicas preferidas! 

Levantei  os olhos e fitei Will, o vocalista da banda onde eu tocava guitarra. Por um instante, não entendi o que ele falava. Enfim suspirei, passando as mãos pelo cabelo.

— Desculpe, cara! A minha cabeça está um pouco longe hoje...   —  Murmurei.

— Sei! — Jem provocou, ele era  o baixista.  —  Isso aí só tem um nome: falta de sexo! 

— Não enche! — Falei mal-humorado, deixando o meu mau humor transparecer. 

O outro riu indo buscar uma garrafa de água na geladeira. Eu fazia parte dessa banda, The Infernals, onde tocamos por diversão, sem grandes aspirações, há algum tempo. 

Ensaiamos  na garagem da casa de Will aos sábados, eu  adorava aquelas horas e as que fazíamos shows, em festas de amigos e pequenas casas noturnas na cidade e redondezas. Mas no  dia de hoje, eu não estava com cabeça. Eu não conseguia me concentrar em nada. 

— Eu sei de uma coisinha que te fará se sentir melhor.  — Insinuou Gideon, o baterista. 

Eu sabia do que ele estava falando. A maioria dos caras da banda eram chegados em remédios e outras drogas ilícitas. Eu estava fora dessa onda já há alguns anos. 

Entendendo o silêncio do amigo, Will ralhou com o outro.  

— Você sabe que ele não curte mais essas paradas, Gideon! Deixe o cara em paz! Bom, vamos fazer uma pausa, ok? Meia hora? — Sugeriu. 

Bati  em seu ombro em agradecimento e rumei para o banheiro. Chegando lá, joguei  água no rosto e me olhei no espelho. 

Hoje faz uma semana desde que eu fiquei com Magnus. E eu simplesmente não conseguia tirá-lo da cabeça! 

Eu tinha  esperança de que depois de passar a noite com ele, faria com que toda essa atração ao menos diminuísse. Me enganei legal! Transar com ele só fez aumentar. 

E percebi isso, horas depois de foder com gosto aquele corpinho receptivo e quente. Acordei  no meio da noite e lá estava ele, nu, deitado ao meu lado.

Era tão lindo, mesmo dormindo. Quatro transas e eu me via duro de novo, ansioso por estar de novo dentro dele, provar de seu corpo perfeito, sentir o seu gosto.. Um gosto que eu  ainda sentia em minha boca.

Eu não era assim. Uma, duas transas com a mesma pessoa na noite já me eram o suficiente. Mas com Magnus.. Parecia que eu  nunca conseguiria o suficiente e isso me deixava assustado. 

Eu não queria de novo esse tipo de dependência em um homem e nem em ninguém. Por isso, eu parti sem me despedir, sem deixar qualquer recado. Saí de lá decidido a não procurá-lo mais. 

A sensação de ter sido um canalha com Magnus me atormentava. Passei a mão pelo cabelo, pela milésima vez nesse dia. Eu estava realmente inquieto. Não havíamos marcado um segundo encontro. 

Era uma noite apenas, de sexo quente, selvagem e descompromissado. E assim foi. Mas infelizmente deixou um gosto de quero mais na minha boca e por todo o meu corpo. 

Mas homens como Magnus Bane não eram o tipo que desejaria uma segunda noite com homens como eu!

Sim, eu sabia que ele havia gostado e muito das horas que desfrutamos  juntos, porque ele fazia questão de demonstrar isso, seja em sua entrega total ou os seus gemidos de prazer, mas isso não significava que ele queria que eu ficasse na sua vida.