Capítulo 21

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Isabelle  me  convenceu a passar a noite em sua casa. Disse que os meus sobrinhos, Lucca de nove anos e Charlotte de onze iriam adorar me ver, assim como o seu marido Simon. E foi bom ver o meu cunhado e as crianças,  mas eu estava inquieto. Eu ainda não havia conseguido falar com o Magnus, sempre caia na caixa postal e ele não havia retornado nenhuma das minhas ligações. 

"Inferno! O que havia de errado?" 

Me vi repassando os acontecimentos da manhã mentalmente, tentando entender se de alguma forma, eu podia ter feito algo errado. 

— Magnus? — E lá estava eu de novo deixando uma mensagem em sua caixa postal. — Estou começando a me preocupar, meu anjo. Por favor, ligue para mim, ok? 

⇢⇢⇢

Eu estava encolhido numa poltrona, no canto da sala escura, sendo iluminada apenas pela luz da rua. Alexander não parava de ligar. 

E eu estava me sentindo perdido, sem saber se eu devia responder. Mas o que eu diria, se eu o atendesse? Eu sabia que eu não poderia conversar com ele simplesmente, sem falar das fotos. E a cabeça dele já estava cheia demais para mais isso. 

E eu continuava me sentindo idiota por estar preocupado com ele, mas o pior de tudo, eu estava me sentindo traído. 

Cada foto daquele homem é como uma faca enfiada em meu peito. E como em flashes, eu revivia cada detalhe daquelas malditas fotos. As palavras do loiro ecoando em sua mente: 

"— Sabe que ainda tem muito de mim em Alec! Ele não me esqueceu, eu estou impregnado sob a pele dele.."

E se ele tivesse razão? E se Alexander de fato ainda não o tivesse esquecido? Eu odiava me sentir tão inseguro! 

Eu estava perdido! Eu já não conseguia me imaginar sem o meu Grandão! 

E eu sabia bem que já não era mais só sexo, eu estava encantado com tudo sobre ele. Mesmo o seu passado complicado não era suficiente para me fazer desejá-lo menos. 

Uma noite sem ele e eu já sentia muito a sua falta, do seu cheiro, seus beijos, sua voz, da forma como ele me chamava de gatinho.. Eu amava quando ele me chamava assim! 

Droga, aquele homem mexia com a minha cabeça e com o meu coração. E tristemente, como eu não fazia há muito tempo, senti lágrimas quentes rolarem por meu rosto. 

Nem mesmo quando eu descobri a traição de Imasu, eu derramei uma única gota. E agora, diante da possibilidade de não mais ter Alexander em minha vida, meus braços… Pelo anjo, é desesperador.  

⇢⇢⇢

Logo pela manhã, eu já pegava  a estrada. Eu precisava estar no serviço, ao menos no período da tarde. Não é justo com Jace, que eu o deixasse na mão por dois dias inteiros e eu tinha ainda a maior necessidade de ver Magnus, definitivamente algo estava errado. 

Preferi não ficar fazendo divagações, pois eu não ia chegar a nada. Até porque eu não faço ideia do que pode ter acontecido. 

Quando eu cheguei em casa, passava um pouco das onze da manhã. Sacando o celular, liguei novamente para ele e de novo, sem sucesso, e também tentei ligar para a sua loja, mas eu era sempre informado de que ele estava em reunião ou atendendo um cliente ou ainda não se encontrava, pedir que me retornasse já não adiantava mais. 

Suspirei profundamente, frustrado. Esse silêncio está me deixando louco! 

Minha vontade é de correr até  ele nesse momento e o interrogar. Por mais que eu  tentasse entender, eu  não via razão para a distância dele. Mas, eu não poderia ir atrás dele, como eu gostaria, eu tinha aquele almoço com a minha mãe, era um assunto que precisava ser resolvido.

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