Capítulo 18

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Pensei que a vida não poderia estar melhor. Já faz pouco mais de três  meses  que Alexander e eu estamos juntos. Não rotulamos o que temos, queremos assim, não necessitamos nomear, porque apesar de não dizermos em voz alta, somos um do outro, e isso é o mais importante. 

Apenas curtimos o tempo que passamos juntos. E é muito bom! E não somente sexo. Conversamos muito, sobre tudo. Mas eu sentia que ele não gostava muito de falar do passado e eu também não perguntava muito sobre isso. Principalmente por eu não querer saber muito do que houve entre ele e Sebastian. 

Falando em Sebastian, ele parou de me atormentar, não mais me enviou mensagens ou fez visitas sinistras, o que era um alívio! Até Imasu deixou de ligar, devia estar furioso comigo, e eu apreciava muito esse fato! 

E Ragnor me recompensou, achando verdadeiros tesouros, para desculpar-se da mancada que deu.

— Quando é que você vai aceitar jantar comigo, Magnus? — Ragnor perguntou, da sua forma preguiçosa, esparramado no sofá do meu escritório, enquanto examinava joias que haviam pertencido a Elizabeth Taylor. 

Eu ri, debochando dele. 

— Sabe que eu não misturo negócios com prazer, meu caro. E você é meu empregado, lembra? 

— Ok, então eu me demito! 

— Sim, claro! E vai viver de que, se lhe pago uma verdadeira fortuna pelo seu trabalho?  —  Digo, debochado.

O homem suspirou exasperado.  

— Não se pode ter tudo. — Balbuciou. 

— Mas, espere. E a mulher que havia conhecido naquele dia em que me esqueceu? Não era amor de verdade? — Provoquei-o. 

Ragnor torceu os lábios, fazendo pouco-caso. 

— Não, foi apenas sexo mesmo..

— Você não presta! E ainda me pergunta por que eu não aceito sair com você!  —  Digo rindo.

Mas o tempo de calmaria estava perto de acabar. Ao retornar do almoço, dei de cara com um loiro, acomodado em minha  cadeira, com os pés cruzados sobre a minha mesa. Tive que piscar algumas vezes para me  certificar de que eu enxergava bem: 

— Como é que você entrou aqui? —  Pensei em Camille, que ainda não devia ter voltado de seu intervalo, pois ela nunca permitiria a invasão do outro. 

— Você deveria selecionar melhor os seus seguranças, Banezinho. Foi só mostrar um pouco mais do meu talento com a boca, talento esse que Alec adora por sinal. — Me olhou malicioso, e eu revirei os olhos.  —  Que aquele palhaço ficou todo bobo e me deixou entrar.. E assim, cá estou eu! 

— Não acha que é muita ousadia sua aparecer aqui, depois do que fez na minha casa?  — Digo furioso.

— Foi um aviso, querido. Mas parece que você não entendeu muito bem... E correu como um idiota para o Alec.

— Eu pensei que ele tinha conversado com você.

Os olhos do loiro faiscaram e ele se colocou de pé, vindo em minha  direção de forma intimidante, mas eu não me movi, limitando-me a cruzar os braços e elevar o meu queixo.

— Eu pensei que eu tinha sido claro! Eu não quero você perto do MEU homem! 

Examinei a postura dele. Qualquer outro estaria apavorado, diante de imensos olhos castanhos escuro vibrantes, narinas dilatadas e uma expressão assassina na face. 

Mas além do castanho de sua íris, havia o vermelho que nublava também o seu olhar. E eu sabia bem o que causava aquilo, o garoto estava chapado. Eu só podia sentir pena... E alívio por Alexander não estar mais nessa onda. 

For You (Malec)Onde histórias criam vida. Descubra agora