JULIETTE
Eu escuto a voz do Rodolffo me chamando, meu coração acelerou na hora, eu não queria que ninguém me visse desse jeito, estou decidida a ir embora, estou fazendo minhas malas. Olho pra ele neste momento e logo passo a mão nos meu olhos pra secar as lágrimas que ainda caíam.
- Oh Bastiana, o quê que aconteceu? – fala ele chegando empurra minha mala um pouco pro lado para que ele sente na cama na minha frente.
- Você estava lá e viu o que aconteceu.
- Eu vi Ju, mas ocê vai deixar esse povo ganhar e te fazer desistir disso aqui?
- Rodolffo, eu não aguento mais tudo isso, as coisas que venho sofrendo a dias nessa casa resultaram hoje na maior vergonha que passei na minha vida, isso está me destruindo, estou a dias nessa quarto chorando, ninguém olha na minha cara, ninguém me pergunta nada, não querem me ouvir e, quando são obrigados, quando tenho a minha chance de falar, que é no ao vivo, eu passo esse vexame e ninguém nem espera eu sair pra rirem, pelo menos nas minhas costas, que humilhação, meu Deus!
- Ju, ocê está muito reculhida, nós estranhamos muito seu jeito, e eu vi que tem umas pessoas aqui pegando muito pesado.
- Eles fizeram muitas coisas, brincaram comigo, brincaram com minha mãe, brincaram com minha fé, com minha autoestima, brincaram com meu sotaque e se eu chorar sou vítima, se brigar eu sou braba, se gritar eu sou doidja e por aí vai Rodolffo, tô cansada, toda vez que passo é uma piada, uma risada, isso me magoa, eu tenho sentimentos poxa, eu preciso muito desse prêmio, mas a custo de quê? Minha saúde mental? Prefiro sair, mainha vai me entender. – eu finalmente consigo desabafar tudo que está entalado todos esses dias. Como eu estava de cabeça baixa eu não estava conseguindo encarar ele. Eu levanto minha cabeça para encara-lo pela primeira vez e percebo que os olhos dele estão marejados, uma lágrima cai neste exato momento, ele se apressa em enxugar.
- Ju eu te peço desculpa por tudo que eu te fiz nesses dias e por ter contribuído pra que isso acontecesse com você. Bastiana eu gosto muito de ocê, só agora me dei conta de tudo, mas eu não vou deixar ocê sair daqui não.
- Mas eu já estou decidida, não quero mais passar por essa tortura não, vou pra perto das pessoas que eu sei que gostam de mim, que me conhecem de verdade.
- Mai ocê não vai sair que eu num vô deixar, agora sê tem um amigo aqui. Pra tudo que ocê precisar, quer desabafar chega e fala “Bastião, quero conversar”, se quiser xingar alguém, xinga a mim que vou entender, não vô deixar ocê entrar nesse casulo de novo. Eu também não estou sendo bem visto aqui dentro também, não é atoa que fui pro paredão semana passada, e se eu num pegar esse líder, eu vou estar no paredão. – Ele levantou e me estendeu a mão.
Eu sinto confiança nele, sinto que está disposto a me ajudar realmente, estou um pouco receosa, mas a outra alternativa é deixar essa oportunidade passar e com isso posso estar condenando a saúde da minha mainha. Rodolffo está aqui na minha frente, me oferecendo apoio, eu estava aqui neste momento pedindo por isso. Decido aceitar a proposta dele, por minha mãe que precisa que eu lute um pouco mais por ela. Eu estendo a minha mão pra ele e a seguro. Ele segura forte a minha mão e me puxa pra um abraço, sinto aquele abraço quente, aqueles braços fortes me envolvendo, nesse momento eu me sinto tão acolhida que desabo de vez, soluçava de tanto que eu chorava, mas dessa vez não de agonia mas de alívio, esse abraço era o que eu mais precisava a dias e aqui estava, sinto que fiz bem, estou pronta pra guerra, estava com meu Piruca, ele foi quem me ouviu.
- Obrigada Piruca!
Ele me afasta um pouco e olha meio estranho pra mim.
- Que raio de apelido é esse Bastiana?
- Sei lá, acho que é por causa desse seu tupete. – Ele da uma risada e me abraça de novo.
RODOLFFO
Eu sentei na frente dela, e pedi pra me explicar sobre tudo que ela estava passando, queria entender sobre o estrago que estávamos fazendo com essa menina. Ela começa meio resistente e na defensiva, mas cada palavra dela me fazia sentir que eu era o pior homem do mundo, a minha Bastiana estava sem brilho, o brilho que no início eu via nela, a dias não via mais a mulher alegre que me fazia rir, mas não rir as custas do sofrimento dela, mas das piadas e zoação que ela fazia. Fui ouvindo cada palavra calado, olhando pra ela que permanecia com a cabeça abaixada e chorando, não consegui conter minhas próprias lágrimas, nesse momento eu decido que vou ser o seu protetor aqui dentro, ser seu porto seguro, assim como ela será o meu, afinal também sou alvo da casa, tenho o Bastião, mas ele ainda consegue conversar com o povo, eu não e, ainda mais agora eu decidindo apoiar a Bastiana.
Quando ela termina de falar eu a proponho que a gente seja parceiros, ela resiste, parece pensar mas aceita e me estende a mão e eu puxo ela pra um abraço e ela se aconchega mais a mim e chora muito e do nada ela solta uma.
- Obrigada Piruca!
- Que raio de apelido é esse Bastiana?
- Sei lá, acho que é por causa desse seu tupete. – Eu sorrio pra ela e a abraço, não era hora de dizer que esse apelido era muito ruim, mas que bom que serviu pra ela dá um sorrisinho entre as lágrimas.
* Pronto! Aqui está mais um capítulo cheio de emoção! Espero que tenham gostado! Bjs e até o próximo 😗🎱🌵
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Um amor de reality
RomanceO que acontece quando colocam dentro de uma casa, isolados do mundo, 20 pessoas totalmente diferentes? Tudo pode acontecer, inclusive um grande amor pode surgir! Juliette Freire, advogada e maquiadora de Campina Grande na Paraíba. Uma mulher de 31 a...