Capítulo 25

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Capítulo podendo ativar gatilhos!

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Eu consigo sentir... a cada batida do meu coração, cada respirada escassa, cada movimento por menor que seja que chama minha atenção eu sinto a adrenalina gostosa batendo forte pelas minha veias, motivando-me, dando-me o vislumbre do que sou capaz e que não estou aqui atoa.

Lembro-me das primeiras vezes em que ainda parecia uma ratinha perdida, foi complicado aprender todo o treinamento porém ter auto suficiência para me tornar capaz foi muito mais difícil. Era apenas um mulher com traumas, vivendo no mundo mafioso mas sempre do outro lado dessa vida e que do nada precisava ocupar seu posto o mais rápido possível, aprender e entender do que eu era capaz foi extremamente trabalhoso.

O corpo a minha frente está atento como eu, isso faz-me lembrar que o homem é uma máquina quando necessário e nada irá acontecer com ele. Liam é sério e centrado, porém me surpreendi com suas facetas no campo e sei que se alguém está preparado para acabar com essa merda esse alguém é ele, apesar de ter um passo atrás por ser algo pessoal estou confiando cem por cento.

Nossa entrada foi programada para ser silenciosa, na calada, quando todos estão de guarda baixa achando que estamos na Europa e não com o inimigo ao lado. Admito que nosso planejamento ajudou e muito a termo a segurança para os pegarmos o mais desprevenidos possível.

Assim seguimos, nos espreitando como gatos a meia noite numa cidade luminosa. A cada comando um era abatido à espreita não dando tempo de nos verem aproximando da casa, começando primeiro para os guardas ao redor do terreno de acordo com as coordenadas de Will, de sua van ele conseguia ver tudo com sua aparelhagem e dizia o melhor ataque e quando o fazer. Foram minutos longos com muita espera e paciência, mas somos treinados para entender que entrar atirando nem sempre é a melhor opção, precisamos ser estratégicos.

- Podem entrar. - A voz do londrino ecoa em nossos pontos.

Sem alardes ou quaisquer barulhos invadimos o espaço cada qual em seu ponto estratégico como planejado. Agora que a festa irá começar de verdade e qualquer coisa pode mudar.

Nosso ataque foi estratégico, precisávamos ser minuciosos sendo demorado todo o processo, entretanto valeria apena para no fim não ter perdas e sim apenas ganhos.

Nossa entrada especificamente foi pelos fundos, a lógica seria que qualquer barulho os homens que estavam dentro primeiro iriam para a frente da casa onde tem dois grupos nos dando a chance suficiente de vasculhar o local.

Um homem surgiu simplesmente do nada arrumando as calças e me parece que saiu do banheiro, com toda calma que eu nunca teria no corpo a corpo Liam o imobilizou com agilidade enforcando-o sem mistério, silenciosamente.

Esse é o último momento em toda a vida que deveria achar algo sexy ou ao menos ficar excitada, porém nos últimos tempos aprendi não ser uma mulher dita normal sendo impossível não acha-lo uma tentação nesse momento.

Tirando do meu estado inicial escutamos barulhos do lado de fora e sei que agora precisamos ser rápidos para não haver furos, o andar inferior é papel dos soldados por isso tomamos o rumo das escadas tendo um dos homens na dianteira e outro cobrindo nossas costas.

- Tem algo errado... espera... - A voz de Willian soa quando chegamos ao segundo andar e o cheiro ruim me enoja instantaneamente. - Tem duas pessoas no quarto, ele não está sozinho.

- Você, vasculha os outros quartos. - Sussurra apontando para o homem mais alto que nos acompanha antes de se virar para o outro. - Arromba essa porta.

Não estava preparada para a cena que veria a minha frente, tudo aconteceu rápido demais e apesar de querer ajudar ele nesse momento não conseguiria.

Sean que antes tinha visto apenas por fotos estava com um sorriso diabólico no rosto apontando um arma para o soldado que não demorou dois segundos a cair desfaleciso no chão, entretanto o que chama minha atenção não é isso.

O quarto está a maus trapilhos, fedendo a fezes, urina e até restos de comida, porém tudo se esvai da minha mente quando visualizo uma menina que não aparenta ter nem seus vinte anos ainda amarrada na cama que sabia apenas gritar parecendo tirar forças onde não tinha para pedir socorro. Seu corpo nu estava recheado se hematomas, sem contar o sangue seco que pude ver ali.

Eu conheço essa sensação, de não conseguir lutar e ainda sim continuar tentando por que no fundo uma esperança ainda está ali presente e mesmo sem querer ela não nos deixa dizendo que alguém vai sim nos salvar.

Em todos os meus trabalhos dentro da máfia eu lidei sim com estrupadores de merda, entretanto apenas uma vez cheguei a tempo de ver a cena ao vivo, nesse dia meu peito doeu de uma forma que nem eu sabia que poderia doer, eu queria me rasgar por não ter conseguido salvar alguém de passar o que eu passei.

Talvez tenha sido essa a sensação que meu salvador sentiu quando me viu desaparada, machucada, violada e amedrontada, acho que hoje posso entender melhor suas reações por que de tudo errado e cruel que já fiz essa é a segunda vez em campo que fico sem reação e não consigo fazer meu trabalho que seria ajudar meu consigliere.

Vejo de relance em segundos que Liam conseguiu se aproximar de Sean não sei como e tentou o apunhalar recebendo o vento entre o corte, ele sabe se virar, ele vai conseguir sair daqui.

Pensando assim em segundos dessamaro todos os nós puxando o corpo magro para fora da cama, não me importo com sua situação, apenas uso toda a força que treinei para ter a levando comigo dali quase desmaiada.

- Fica comigo. - Peço baixo. - Você está a salva agora.

Vejo de relance nosso soldado voltando e abaixo a arma novamente apenas apontando para o quarto, dando um recado de onde deve ir.

Enquanto penso que o deixei ao menos com alguma ajuda desço as escadas o mais rápido possível e sem barulhos no andar inferior a carrego agora nos braços para fora dessa maldita casa pensando apenas que preciso a deixar segura com Willian e voltar para tirar Liam dali, sã e salvo.

Liam - Trilogia Irmãos Trevelyn 3Onde histórias criam vida. Descubra agora