14- Preso ao passado.

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Samantha estava estragando tudo.

Primeiro, ela pediu para Dylan prometer que não ia se casar de verdade com aquela
piranha de quem estava noivo. Depois, quando ele disse que estava pensando mesmo nisso, ela bateu nele.
Incrível.
Não que ele fosse jogá-la na sarjeta nem nada assim. Ele seria perfeitamente feliz tendo uma esposa e uma amante ao lado.

Depois que ele explicou tudo, Samantha se acalmou um pouco. Mas isso destruiu o que poderia ser uma noite perfeitamente boa de sexo enlouquecedor e bebidas.
Ele acabou dirigindo de volta para casa à uma da manhã. Não valia a pena dormir com ela, já que estava tão grudenta.

{...}

Ele tateou a fechadura e entrou na casa em silêncio. Onde exatamente Lili estava
dormindo? Ele se esqueceu de perguntar.

Subiu a escada dois degraus de cada vez e esbarrou em Cole, que estava saindo de um dos quartos de hóspede.

- O que você está fazendo? - perguntaram os dois ao mesmo tempo.

Cole coçou a cabeça e olhou para o quarto de onde tinha acabado de sair.

- Hum, a Lili bebeu vinho demais e eu fiz questão de trazê-la pro quarto.

Dylan não acreditou. Ele não era idiota.

- Então você, gentilmente, a ajudou a subir as escadas e lutou contra os monstros e dragões para proteger sua honra?

Cole revirou os olhos.

- Já acabou? Estou cansado. Preciso dormir. Mas não a incomode, tá?

- Ela não é uma preocupação sua, Cole. Eu a incomodo quando quiser. Vou pular na
cama dela e trepar com ela desmaiada, e isso não será problema seu. Você não está envolvido nisso.

Cole jogou Dylan contra a parede.

- Se você ousar tocar nela de novo, juro que eu te mato.

- Tocar nela? - Desde quando Cole se tornara tão puritano? - Vou tocar nela se eu quiser e, mais uma vez, não é da sua conta.

- Qual é o seu problema? - Cole o soltou e xingou.

- Nada. - Dylan ajeitou o casaco de couro. - Relaxa, tá? Eu já superei, ela já superou,
nós dois já superamos. Parece que a única pessoa presa ao passado, meu irmão, é você.

Isso devia calar Cole.

Dylan o olhou com desprezo e bateu na porta de Lili. Depois, entrou em silêncio, deixando Cole com raiva no corredor.

- Ei, querida, eu voltei. - Dylan beijou sua testa.

Ela não parecia bêbada nem confusa.
No máximo, estava corada, com os lábios inchados. Meu Deus, ele tinha se esquecido de como ela era bonita. O cabelo estava espalhado sobre o travesseiro. Ela suspirou e virou o rosto para ele.

- Tudo bem no trabalho? - murmurou ela.

- Tudo. - A voz dele ficou rouca, e ele não conseguiu se concentrar em mais nada
além da sensação da pele dela quando acariciou seu rosto de novo. - Ficou tudo ótimo.

E então ele não se controlou. Tinha prometido que não ia tocá-la, mas ele era homem, e era normal a estupidez dominar o bom senso.

Seus lábios roçaram nos dela, hesitantes, e depois com mais força, quando ele a empurrou para a cama.

Cole entrou furioso no quarto, como um assustador cavaleiro de armadura, e xingou quando viu Dylan sobre Lili.

- Irmão, posso te ajudar? Estamos meio ocupados.

Os olhos de Cole flutuaram até Lili, que pareceu sumir sob as cobertas, e voltaram
para Dylan.

- Você está certo. Não é da minha conta o que vocês dois fazem. Não dou a mínima.
Boa noite. - E saiu batendo a porta.

Caramba, o irmão dele precisava de um tratamento contra raiva.

Por que ele se importava se Lili e Dylan ainda tinham alguma coisa?

Lili o cutucou.

- Você devia ir. - O rosto dela estava molhado de lágrimas. Ela estava chorando?

- Por que você está chorando? Tá tudo bem? O que está errado? - Todas as perguntas saíram depressa.

- N-nada - gaguejou Lili. - Me desculpa, Dylan. Eu bebi vinho demais. Eu não
queria te beijar. - Ela virou a cabeça e fechou os olhos.

- Está tudo bem. - Mas não estava. Na verdade, tudo teria sido diferente se Cole não tivesse visto os dois.

Talvez fosse melhor assim. Afinal, ele sabia que isso só o levaria a magoá-la de novo.

Dylan não era mesmo o tipo de cara de uma garota só. Mas ela tinha algo tão tentador que ele tinha dificuldade para se afastar. Talvez fossem as memórias da amizade dos dois. Ou o jeito como ela sorria e o provocava.

Dylan balançou a cabeça. Ele realmente devia ter transado hoje à noite. As coisas teriam sido muito mais fáceis.

Ele a beijou pela última vez na testa e saiu do quarto, sorrindo de forma presunçosa
quando passou pelo irmão no corredor. Aparentemente, o irmão mais velho ia brincar de guarda-costas. Tudo bem, por ele.

Ele parou antes de entrar no próprio quarto.

- Ela está dormindo. Tenho certeza de que está exausta, depois de tanta empolgação. - Com uma piscadela, Dylan entrou no quarto e bateu a porta, adorando o som dos xingamentos do irmão passando por todo o corredor.

...

THE BET. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora