55. Posicionamento e respeito

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Tempo: 1 ano e dois meses.

Era mais um dia comum, como qualquer outro.

Não era novidade aquele frio em Londres e não seria diferente aquele dia.

Eadlyn e Kile estavam juntos, na casa do mesmo, assistindo televisão.


Lucy havia saído com Carol e Clark para fazer exames e Anne saiu com os amigos, então só estavam os dois.

Estavam agarrados um ao outro, Eadlyn deitada por cima de Kile, os dois se abraçando.

Apesar de não ser totalmente confortável, eles se sentiam bem daquele jeito.

Era fato que pouco assistiam a TV, aquele contato quentinho entre seus corpos naquele frio estava os deixando sonolentos.

Mas nada os impediu de escutar o que foi dito pela tela.

" Notícias de última hora. Estados Unidos afirmam ter economias suficientes para uma retaliação contra o que a União Soviética esteja tramando. O rei Carter não se pronunciou até o momento, mas podemos ver uma resposta implícita ao ver o financiamento dele a cientistas do mundo inteiro nos últimos dias. Seu projeto é um mistério, mas assim que soubermos, será transmitido para vocês, povo londrino. Até um outro momento. "

O loiro viu naquilo a oportunidade de fazer uma pergunta frequente em sua mente.

A guerra fria era de conhecimento geral e provavelmente a namorada tinha algum posicionamento.

Por isso, a perguntou:

- Senhorita? - Chamou, baixinho. A mesma vira a cabeça para ele, apoiando o queixo no peito do rapaz. - Quem você acha que está certo nessa guerra? - Ele pergunta, uma curiosidade genuína.

Eadlyn não demora muito a falar, com firmeza:

- Estados Unidos. - Admite, o que sempre acreditou ser a verdade. - E você?

- União Soviética. - Ele responde de volta.

Eles se entreolharam, mas não conseguiram ler o que tinha nos olhos do outro.

Eadlyn voltou para sua posição inicial, vendo a TV.

Era estranho.

A sensação que tiveram foi estranha.

Saber que a pessoa que você ama não concorda com o país que você rege, era estranho.

Um sentimento de culpa, talvez.

Afinal, porque não apoiava?

Achava a política ruim? No que poderia melhorar?

Era bom ter a aprovação e apoio de quem você amava para fazer as coisas e descobrir que a pessoa que você namora não apoia o que você faz, foi um baque.

Haviam muitas reações que eles poderiam ter, ali e agora.

Poderiam começar a discutir o porquê do outro apoiar um país que provavelmente é pior e perdedor.

Ou se questionar, com indignação e repulsa, pela escolha do outro.

Nas nenhuma delas era o que eles realmente queriam.

Por isso, ficaram quietos, calados.

Eadlyn se agarrou mais ao pescoço do rapaz e assim ficaram.

Preferiram respeitar o posicionamento alheio.

Afinal, não era como se precisassem concordar em tudo para continuarem se amando.

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Notas da autora:

Achei tão bonito escrever esse capítulo.

É bem curto, mas mostra algo importante em um relacionamento.

Espero que tenham gostado!

Semana que vem eu chego de novo!

Amores Ilegalmente CorretosOnde histórias criam vida. Descubra agora