26. Lamentações

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As luzes se acenderam novamente, após cerca de três minutos e o brilho incomodou o casal que ainda se beijava e se sentiram pressionados a parar, mesmo que não fosse o que desejavam.

As bocas se desgrudaram e os dois colaram as testas, sem perceber, com um sorriso bobo nos lábios.

- Acho que eu gostaria de saber seu número. - Eadlyn pergunta, ofegante, com os olhos ainda fechados.

O mesmo dá uma breve risada anasalada, pela forma como a mesma foi direta , mas depois fica meio confuso por achar aquela voz conhecida.

Por isso decide abrir os olhos. E não poderia estar mais surpreso pelo que viu.

- Se- Senhorita?- Pergunta, afastando a cabeça para trás.

Eadlyn que permanecia anestesiada pelo momento, teve seu pensamento congelado ao reconhecer a voz, que a fez abrir os olhos prontamente.

Os dois agora se encaravam com choque.

Se não estivessem ainda praticamente grudados, com Kile ainda a segurando firmemente pela cintura e a mesma agarrando os fios loiros, eles até poderiam criar desculpas de que não havia acontecido nada, mas definitivamente algo aconteceu.

Como se tivesse acordado de um transe, Kile se recorda da proximidade e a solta, se afastando. E Eadlyn só pôde fazer o mesmo.

Com um silêncio constrangedor e tentando evitar o olhar alheio, Kile colocou novamente seu chapéu de mosqueteiro ,o qual havia tirado quando apagaram as luzes.

Os dois não sabiam o que fazer, como agir, porque, somente duas coisas eram claras ali:

1. Eles eram melhores amigos.

2. Provaram algo que os deixou anestesiados e ansiando por mais. E saber quem era o causador disso, os deixou ainda mais interessados do que esperavam.







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As 4 amigas tinham muito a dizer e a lamentar, por isso precisavam beber.

E muito.

Por isso cada uma vez sua feira de bebidas e todas foram para o apartamento de Brice, uma das únicas que moravam sozinha e que poderiam beber a vontade e passar a noite.

A noite do baile havia sido no dia anterior, mas as memórias estavam frescas ainda na cabeça das 4.

O motivo para não chamarem os meninos na realidade era meio óbvio.

3 delas estavam querendo beber por eles, então não faria sentido a presença deles ali.

Cada uma tinha seus motivos para reclamar, então, seguindo o círculo que haviam formado no chão, Brice começa a falar:

- Eu começo, preciso explicar ainda um pouco sóbria, ao menos. - Explica, mas já entortando uma garrafa direto na boca, dando dois longos goles e faz uma careta pelo sabor forte. - Eu praticamente levei um fora de Joaquim. Ele veio ontem me dizer que não se sentia dessa forma comigo e pediu encarecidamente para mim não forçar a barra, porque ele estava ficando incomodado. - Falou, se balançando para frente e para trás, com os olhos lacrimejando.

No final das contas, ela realmente era apaixonada pelo amigo.

Antes de tudo, eles eram amigos, os 5, com Cristina e Francinny sendo mais próximas e Joaquim, Eduard e Brice mais próximos.

A de óculos o considerava um de seus melhores amigos e em alguém que sempre poderia contar e ainda era assim, mas ela desejava algo a mais. Um outro nível de relacionamento com o mesmo.

Amores Ilegalmente CorretosOnde histórias criam vida. Descubra agora