64. Reencontros

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Era tudo minha culpa.


Por meras palavras, que falei somente para me livrar logo daquela situação, estou assim hoje.


Meu pai pediu uma ideia e eu pensei em uma absurdamente boa para que ele ficasse distraído o suficiente.


E pelo visto ele ficou.


E conseguiu reproduzir.


"- Por que me chamou? - Perguntei ao me acomodar na cadeira.


- Me dê ideias, para evoluirmos na guerra. - Ele parou o que estava fazendo, somente para me olhar, emburrado.


Ele nunca tirava essa expressão do rosto?


Se fosse assim, era melhor permanecer olhando para o papel.


Pensei em uma ideia que satisfizesse às expectativas do pai.


Imaginei algo impossível. Seria incrível se acontecesse, mas era difícil.


- Bem, voar. - Respondi, com minha imaginação indo longe, olhando o céu através da janela do escritório.


- Oh, por favor, você não teve aulas de história para saber que já temos aviões? - Me respondeu impaciente.


Precisei respirar fundo para me controlar.


É claro que meu pai não me deixaria concluir, antes de me subestimar.


- Por favor, me deixe continuar. - Pedi, mantendo a calma. - Quero dizer voar para um lugar longe, tipo, a lua. - Sugeri, achando a ideia realmente interessante. Era absurda, mas seria fantástico se acontecesse.


Imaginei a cara dos estadunidenses se vissem que nós construímos isso.


Vi meu pai passar a mexer o queixo, pensativo.


- Ótimo. - Falou, já voltando o foco aos seus papéis. "


Quem imaginaria que ele levou minhas ideias a sério?


Passou-se um ano, imaginei que ele tivesse esquecido.

Amores Ilegalmente CorretosOnde histórias criam vida. Descubra agora