– Anda, conta! – Itadori fala, enquanto eu bato o armário e começo a andar até a saída.
– Não acredito que você cruzou a faculdade toda pra me ver aqui. Yuuji, faz uma semana já! Esquece!
Não adianta reclamar com o rosado, ele sempre consegue tirar o que quer de mim mas meu gênio orgulhoso me impede de entregar tudo de bandeja.
Ele grunhe, balançando os braços ao se por a andar. Considero se errei ao contar sobre Maki e como nos conhecemos mas chego a conclusão que não. Me gastaria tempo e energia esconder algo dele, coisa que eu não tenho, e Itadori saberia que eu estaria omitindo algo. Esse filho da puta sempre sabe.
Descendo as escadas, ele puxa meu braço subitamente, quase me desequilibrando.
– Eu te pago um vestido.
Olho para a sua cara cerrando os olhos e analisando sua expressão. Não era mentira, e me comprar com roupa era uma jogada fácil.
– Gucci ou nada. – digo me preparando para ver alguma ruga de arrependimento mas ele nem se retrai.
– Feito. Eu peguei o cartão do Nanami.
Respiro fundo, olhando em seus olhos. Ele sabia que eu estava cedendo.
Ainda não entendia o que ele esperava que eu falasse. Quer dizer, não foi exatamente um encontro ou algo do tipo com a estudante de medicina. Só nos vimos.
Usar o cartão do Nanami era maldade, eu sabia disso. Sukuna e Itadori já usavam tanto aquele pedacinho de plástico que eu duvidava que o pai adotivo dos garotos conseguia comprar algo para si.
Balancei a cabeça, o encarando ainda.
– Ela veio até mim, achando que eu estava passando mal, ok? Dei umas cantadas mixurucas nela e fui carregada até um refeitório, cantina, sei lá! Só sei que ela pagou minha água e me ajudou bastante. Satisfeito?
– Hmm não muito, mas vale o vestido. Trocaram telefone? Vão se ver de novo?
Voltei a descer a escada, esperando que ele viesse junto antes de o responder.
– Não, mas acho que nunca vou a ver de novo de qualquer jeito...
Bom, eu estava errada. Assim que chegamos no último andar segurei o braço do meu amigo com tanta força que ele se afastou.
– Que porra?
– Ela... Ali...
Apontei sutilmente - lê-se brutamente - para o banco onde a garota se sentava com uma menina. Elas pareciam próximas e parecidas, e pelo jeito que se encaravam provavelmente era uma briga.
– Bom, já que elas estão lá vamos dar oi!
– Que- Itadori, não! Porra, me solta-
O menino puxa meu braço até o assento da esverdeada, que interrompe a conversa com a pessoa ao seu lado para observar a dupla com o cenho franzido.
– Oi... Você é a garota que eu ajudei, não? Desculpa, sou ruim com nomes.
Eu acho que minha cara está vermelha. Não consegui pensar direito em nada, mas me vi automaticamente falando, sem pensar muito.
– É Nobara...
– Olá, Nobara. E você é...?
Itadori abriu um sorriso cativante ao observar a menina.
– Itadori Yuuji! Só vim trazer essa criança aqui pra te agradecer.
Os olhos dela percorreram meu corpo de modo gentil, como se soubesse do meu desconforto.
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University • nobamaki
FanfictionQuando Nobara decidiu fazer design foi uma ação impulsiva, mas ao descobrir que a faculdade de medicina ficava do lado de seu prédio seus dias ficaram mais intensos com a aluna de cabelos verdes que sempre passava por perto.