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Yuuji me encarou por uns bons minutos antes que eu me estressasse de vez.

– O que é, cabeça de pica?

– Hm... – franzindo a sobrancelha, ele me cutucou – Você sabe que não deveria comer sorvete enquanto gripada, né?

Bufei para ele mas senti minha colher e meu potinho sendo tirados de minhas mãos.

– Ei! – exclamei e olhei para cima, e vi uma cabeleira loira me encarando.

– O que foi? Ele está certo. Já foi difícil sua mãe deixar você vir aqui, - o que, por acaso, é algo que eu mesmo não concordei - então eu é que não vou te deixar mais doente ainda.

Por mais que Nanami estivesse certo ainda fiz uma carinha de choro para ele. Poxa, meu sorvetinho.

– Ah, mas eu já tô me sentindo bem melhor...

– O que significa que pode piorar.

Cruzo os braços e faço um pouco de birra enquanto Itadori me olha aterrorizado.

– O que foi dessa vez, animal?

– Você é nojenta. Nunca mais faz isso na minha frente.

Revirei os olhos e joguei meu cabelo para trás do ombro, o ignorando.

– Adultos acham isso fofinho, sabia irmãozinho? – disse Sukuna, passando pela sala para chegar à cozinha e jogar um prato dentro da pia. Ele levanta os olhos para mim, que o dou língua – É ridículo mesmo. Não sei como Nanami aguenta.

– Eu é que não sei como ele aguenta dois gêmeos capetas.

– Eu não aguento nenhum dos três. É mais fácil lidar com Gojo do que cuidar de adolescentes – Nanami rebateu, massageando as têmporas.

– Não vai morder a língua depois, viu? – resmungou Yuuji, o que me fez lembrar sobre outra coisa.

– Yuuji! Vamos pro seu quarto, preciso te perguntar algo!

Senti dois pares de olhos me encarando estranho e percebo que eram Ryomen e o pai adotivo. De repente, lembrei que sou uma garota e que garotas e homens no mesmo quarto não são boa coisa.

Fingindo vomitar, levei Yuuji até o próprio espaço e me deitei na cama um pouco cansada.

– É um saco ficar doente. Enfim, como vai você e o Megumi? – sorri falando isso, vendo o meu amigo dar uma volta pela cadeira giratória e sentar nela enquanto a arrastava para mais perto da cama.

– Hm, na realidade ele me falou que gosta de mim...

– O QUÊ?? E você simplesmente não me contou? Que tipo de amizade é essa! Decepção Yuuji, decepção.

– Amor mas você tava tão triste que eu tive pena de falar que eu tava feliz...

– Ei, não precisa esconder algo assim de mim. Tipo, eu tô mal, mas se você fica feliz eu pelo menos me contagio com sua felicidade.

Sorrindo, ele acaricia meu cabelo.

– Ai, não fala assim que eu choro.

– Chora um caralho, eu nunca te vi chorar. Mas e aí, o que rolou?

– Hm... A gente decidiu ir um passinho de cada vez. Vou ter mais um encontro com ele, sabia? Vamos até uma praia! Ele odeia o sol, tadinho, tô na luta pra convencer ele que ficar bronzeado é algo bom.

– Vocês são tão fofos! Mas sinceramente acho que o albino do Gojo vai influenciar ele a não pegar sol. Modelos são sempre assim.

Rindo, ele se afastou um pouquinho de mim para voltar a ficar girando na cadeira.

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