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O filme ainda passava na televisão quando Maki adentrou o quarto com uma bandeja que tinha uns sanduíches e um suco.

Eu estava realmente o vendo, mas parei para ver a sua aproximação. Ela usava a blusa que tinha pegado para mim, e eu usava o top dela, ambas sorriam uma para a outra em uma confidência mútua.

– E então? – Maki disse, se sentando na cama, passando a comida para mim – O filme estava bom?

– Enrolados ganha. Você sabe disso.

Ela ri, seus olhos se fechando com o sorriso espontâneo e inesperado.

– Ah, claro. E o sol é feito de queijo.

– Não era suposto ser a lua? – mastigo lentamente o pedaço que mordi do lanche enquanto a observo pensar um pouco.

– Nah. A lua deveria ser feita de tofu. O sol, de queijo. Faz mais sentido assim.

– Desde quando?

– Ah, decidi agora. Vai refutar, gatinha?

Ri e bebi um gole do suco, e a vi finalmente morder o próprio sanduíche.

– Eu não me atreveria, não quando se tem um gênio mediciner do meu lado.

Ouço ela bufar, rolando os olhos e cruzando os braços, e com isso eu gargalho.

– Calma, calma.

– Medicina por dinheiro. Pelo menos isso me dá um crédito com as novinhas.

– Ah é? E como elas fazem? "Ai, doutora, a dor é no meu coração e a culpa é sua"?

– Quem me dera! Normalmente é mais "Sou uma estudante de design e acabei de tentar subir uma escada com uma pressão de 9/6" .

– Ei! Foi só uma vez! E eu não estava flertando, sinceramente eu acho que não conseguiria ver nem um palmo na minha frente com a visão embaçada que eu estava. – resmunguei, comendo mais.

– Sei...

Rimos juntas, terminando nosso lanche rapidamente.

Ficamos ainda até o final do filme agarradinhas e comendo a casa inteira dela.

Achei meu celular em baixo de muitas dobras do lençol da Zenin, e ele estava com pouca bateria, mas vivo.

Tinham algumas mensagens de Yuuji me desejando boa sorte, e apenas uma ligação de minha mãe. Provavelmente me perguntando se eu estava no Nanami. Obviamente eu teria que ligar de volta.

Faziam só algumas horas que eu estava na casa da esverdeada, mas o sol já estava se pondo e com meus pais em casa seria difícil de dormir fora.

Minha mãe atendeu no segundo toque, e estalou a língua ao dizer:

Você sabe que não se deve dormir na casa de homens, certo?

Suspirei, isso sempre acontecia.

– Mãe, não vou dormir no Yuuji. Já estou indo pra casa, ok?

Hm... Só não me venha grávida.

– Mãe!! – exclamei, mas ela já havia desligado.

Suspirando, levantei da cama e procurei minhas próprias peças de roupa pelo chão bagunçado.

– Já vai? – Maki questionou, mas eu sabia que ela tinha a resposta.

– Uhum. Já tá tarde, sabe como é – vesti a camisa.

– Então calma ai – ela disse e entrou no closet.

Terminei de me vestir e a segui, a vendo buscar algo dentro de uma caixa.

– Aqui – ela falou, me dando uma pulseira – Não é única, mas é a pulseira que eu usei quando sai de casa. Tem um valor sentimental, sabe gatinha.

– Maki, eu-

Realmente não haviam palavras para descrever a felicidade dentro de mim. Meu sorriso pegou minha face e ela me cortou quando viu que eu não conseguiria formar a frase.

– Ei, relaxa. É só um lembrete.

– Lembrete de quê?

Cortando o espaço entre nós, sua mão apoiou meu pescoço, me fazendo involuntariamente inclinar a cabeça.

– De que você e eu somos algo. O que é, você escolhe.

– Mais que amigas?

– Óbvio.

– E mais do que ficantes?

Ela sorriu de lado, puxando minha face e ficando com o nariz encostado no meu.

– Se assim você quiser.

E pela primeira vez, me beijou sorrindo.

Meu estômago borbulhava com sensações novas de felicidade e excitação (por ter sido pedida em namoro, não por tesão!).

Subitamente, eu percebi que era fácil amar Maki.

Ela tinha me feito a pessoa mais feliz do mundo com apenas umas poucas palavras e, enquanto me beijava, eu me senti confortável e acolhida em seu abraço. Não importava mais nada, apenas ela e eu, as duas.

Olha, eu real achava que a conhecia 100%. Talvez, e só talvez, teria sido melhor entender mais sobre sua vida e sobre alguns assuntos inacabados antes de a namorar, mas quem ligava?! Maki Zenin me deu uma pulseira, uma marca de que estávamos juntas, e eu tinha falado de ser mais do que ficantes!

A vida era linda, mas ela separou seus lábios dos meus, e respirou fundo antes de realmente dar um passo para trás.

– Então... Te levo em casa. Vamos?

Assenti, entorpecida demais pela tênue pressão ainda sentida em meus lábios para conseguir responder algo que não fosse um "hm" ou um "ah".

Andamos até o veículo, e eu estava sorrindo bobinha a todo o trajeto até em casa.

Ela percebeu isso e sorriu também, apoiando a mão em minha coxa novamente - parecia um fetiche, credo.

Quando chegamos na minha casa, eu a dei um beijinho de boa noite e tchau, entrando correndo pela porta.

Sorrindo, eu cumprimentei todos em casa, o que fez minha mãe me olhar duas vezes para ter certeza que era eu mesma, e não um clone. Isso a fez sorrir de lado, o que era raro.

Deitada na minha própria cama, eu falei para Yuuji e Sukuna do namoro antes do celular morrer por conta da bateria.

Eu estava feliz demais para ser verdade.

Não entrava na minha cabeça que aquela mulher estava comigo, era como uma realidade alternativa.

Sorri tanto que minhas bochechas doeram quando fui dormir. Mas também, sinceramente, quem não sorriria enquanto namorava Maki?

Olha, talvez eu descobrisse a resposta para essa pergunta beeem antes do esperado.

~

4 mil leituras q isso tmj amo vcs

desculpa pelo cap curto eu prometo que no próximo eu recompenso vcs

University • nobamaki Onde histórias criam vida. Descubra agora