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A resposta era sim, dava sim para ter um encontro ruim com Maki.

E talvez tivesse sido se não fosse por eu ser ansiosa e portanto precavida.

Olha, não vou queimar minha fita aqui, nem a dela logo no começo, então queria melhorar um pouco.

Desde o início, demorei um pouco demais para me arrumar. A maquiagem simples foi rápida, mas tomar banho e fazer o cabelo foi um parto.

A minha sorte era que Maki não ligou de me ajudar quando chegou na minha casa - inclusive, sim, ela ficou estática quando me viu, mas eu também fiquei quando vi sua calça de couro preta colada e a blusa social azul marinho (talvez arrumada demais, mas quem sinceramente ligava?).

Tivemos que arrumar uma cesta, com toda a listinha que eu fiz e preparamos tudo bem rápido, incrivelmente. Seu carro pairava em frente á escada da minha casa então não tivemos que andar muito.

Sinceramente eu estava exagerando no começo, o encontro não foi ruim, isso provavelmente foi coisa da minha cabeça que, por sinal, estava pensando demais. Como sempre.

Mas, a ida até o parque foi realmente meio constrangedora se isso me dá pontos de ser verdadeira.

De primeira achei que era porque não conversamos no caminho, mas sinceramente quando se está com alguém importante para si e se sente bem com essa pessoa, nunca existe realmente um clima constrangedor. Pelo menos não em situações cotidianas.

Era por isso mesmo que estávamos nervosas. Mais eu do que ela, admito.

Eu estava ainda pisando em ovos, querendo agradar Maki por ela ser especial para mim.

Mas, até aquele ponto, eu estava o tempo todo apenas fazendo o que queria, então imaginei que ela gostava da minha presença por isso mesmo.

Bem, isso foi tudo o que eu pensei em questão de minutos em um carro onde as duas ficavam em silêncio.

Minha cabeça as vezes explode com mil pensamentos, isso acontece frequentemente.

De qualquer maneira, depois de reconhecer isso eu suspirei alto e ela acabou percebendo.

Bom, para ela o clima no carro estava lindo e maravilhoso então o mais lógico era que eu estivesse passando mal.

– Ei, Nobs, você tá se sentindo bem? – ela tinha uma expressão preocupada enquanto me perguntava.

– Olha para a estrada! Tô bem sim, vida.

Assim que respondi ela botou sua mão sobre minha testa.

Revirei os olhos enquanto ela media minha temperatura e assentindo assim que confirmou. Tudo isso sem tirar os olhos da rua, dessa vez.

O problema é que sua mão não voltou. Ela deixou ela parada em minha coxa, sem se preocupar com a marcha já que o carro era automático.

Parecia que minha coxa, aquele pequeno pedaço em contato com a pele dela, era uma fogueira. Talvez toda minha temperatura tivesse se concentrado ali, eu não saberia dizer.

Ela provavelmente percebeu minha mudança de humor e o jeito quem eu remexia minha perna, mas se pensou algo, não falou.

Continuamos nessa "dança" onde o silêncio prevalecia até a entrada do parque ser visível.

Maki estacionou rapidamente, e quando o fez ela virou para mim sorrindo e falou:

– Não sai ainda!

Eu assenti, rindo mas confusa.

A menina saiu do carro, correndo pela frente para chegar à minha porta e abrindo-a com uma mão esticada, como se indicasse a minha saída.

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