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– Como assim você quer pedir Maki em namoro? – Sukuna me falou, se referindo minhas palavras anteriores.

Respiro fundo e solto um som do fundo da minha garganta, já cansada de explicar.

Estávamos sentados no chão da sala de Nanami, eu do lado de Itadori e de frente para Sukuna enquanto uma mesa nos separava com cartas de UNO em cima.

Joguei um 4 azul e continuei explicando o que o cabeça de vento do Ryomen não entendia.

– Da última vez ela me pediu, foi super significativo e eu achei tão fofinho mas... Acho que se depender ela não me pede nunca mais. Não sei, tô com essa impressão.

Ele jogou um bloqueio para Yuuji, o qual bateu na cabeça do irmão em protesto. Ri um pouco da cena mas logo o tatuado me olhou sério.

– Olha Nobara, eu sei que esse idiota aqui do meu irmão vai te apoiar em qualquer merda que você faça então vou tentar ser o amigo racional aqui: Você tem que ter certeza. É diferente quando se tem a iniciativa de pedir alguém em namoro porque isso expõe que suas intenções são mais do que o que vocês já tem agora. Isso assusta a outra pessoa um pouquinho. Lembra quando ela te pediu em namoro? Você não ficou surpresa? – assenti e joguei mais uma carta – Então, esse é o sentimento que é a variante instável, ok?

Sinceramente nesse momento achei que ele ia me dar uma aula de matemática usando esses termos estranhos, mas ele jogou uma carta vermelha e continuou falando.

– Significa que, ela pode reclamar de você ter apressado as coisas ou pode dar graças a deus. Os dois tem o mesmo motivo da reação: vocês já agem como namoradas. Enfim, talvez eu esteja falando muita merda, mas quem liga? Meu namorado é o Mahito, não sou exatamente um padrão de relacionamento.

Depois de falar isso, Itadori jogou um +2 e me fez perder uma rodada. Gritei um pouco com esse gêmeo capeta mas logo voltei ao assunto.

– Eu acho que ela me quer. Tipo, com um título e tudo mais. Sei lá, não é que a gente precise disso, sabe? Eu só quero poder gritar pro mundo que Maki Zenin me namora. Não uma ficante, nem uma amiga íntima. Entende? – falei e abaixei meu queixo para apoiá-lo na minha mão pousada na mesa. Itadori afagou minhas costas.

– Eu te entendo – ele disse – Também acho que vou querer pedir Megumi antes que ele me peça.

– Calma! – levantei rápido – Você pensa em namorar ele??!!

Seu rosto enrubesceu enquanto Sukuna não sabia se ria ou se ficava em choque por ver o irmão crescer. Não que ele mesmo não namorasse mas Yuuji sempre foi o bebezinho da familia. Um bebê capeta, no caso.

Meu amigo cobriu seus olhos com a palma das mãos e falou abafadamente:

– Era suposto eu não pensar? Qual é, ele me trata super bem e é um fofo comigo... Não estamos aqui para falar de mim, de qualquer jeito! – o menino finalmente me olhou de novo e jogou uma carta no monte – Por que você não tenta jogar um verde? Chegar e falar ai nossa esse anel seria lindo pra nossa aliança... Algo assim.

Suspirei tristemente e joguei minha carta de +4.

– Verde. – Sukuna me olhou com tanto ódio que achei que ele iria voar em meu pescoço mas me dirigi ao irmão no lugar de encarar toda sua fúria – Acho que ela falaria "mas não era você que não queria nada sério?", algo do tipo. Não tô pronta pra admitir explicitamente que a quero seriamente, tá ligado? Eu só queria que ela já soubesse disso. Infelizmente eu mesma me fudi nesse quesito.

Ele negou um pouco com a cabeça mas riu em entendimento. Enquanto isso Sukuna me encarava até a alma.

– Espero que ela te dê um pé na bunda – ele disse, provavelmente revoltado com as quatro cartas.

– Me pouparia trabalho e dinheiro, então meio que concordo com você – falei e joguei uma carta – Uno!

Os dois bufaram, já sabendo que iriam perder comigo na mesa.

Ainda assim minha mente estava a mil. Eram diversas possibilidades a reação dela. Eu não era exatamente a pessoa que simplesmente pediria alguém em namoro. Nem sequer sabia fazer isso! Eu deveria chegar nela com uma flor catada do quintal como fizeram comigo na sexta série ou deveria dar um anel e me ajoelhar como os filmes de romance que sempre acabavam em um final feliz?

Eu poderia a dar uma pulseira assim como ela fez comigo mas... Sinceramente, depois de ver Momo usando a mesma coisa que eu essa ideia me pareceu extremamente sem graça. Não iria ser especial se qualquer pessoa pudesse ter.

Precisava de algo que me lembrasse da gente. Que fosse uma lembrança boa e que, caso terminássemos, iria a fazer lembrar de mim. Uma lembrança boa, obviamente.

Passei muito tempo vagando pela minha mente, só voltei a prestar atenção na sala no momento em que falei um "Ah!".

Coincidentemente, foi o mesmo momento em que Yuuji chamou meu nome.

– O que foi? – perguntei.

– Você ai, moscando completamente. Tá pensando no que?

– Seguinte, pensei em como a pedir em namoro.

– Certeza? – assenti, vendo Sukuna recostar os cotovelos na mesa.

– E então, o que vai ser? – o tatuado perguntou, me fazendo abrir um sorriso animado.

[...]

– E então?? – disse depois de contar detalhadamente cada parte do meu plano incrível.

– Uma bosta. Com certeza vai dar certo. – o gêmeo capeta Ryomen falou, o que me fez o dar língua mas logo voltar com meu semblante animado e olhar para Yuuji.

– Eu... Achei uma boa. Se você realmente quiser, te ajudo. Pode realmente dar certo.

Fiz um high-five com ele e olhei Sukuna com uma cara de quem dizia "pelo menos seu irmão me apoia". Ele bufou e apontou sua unha preta do dedo indicador para mim.

– Te ajudo, mas seguinte, se der tudo errado você vai ter que falar para todo mundo que eu nunca participei em nada disso.

– Claro, claro! Amo vocês!

Abracei ambos e repensei em tudo o que eu tinha falado para eles.

Podia dar certo.

E ia dar.

~

desculpa n ter postado ontem eu tava meio triste e tals mas pelo menos hj teve, inclusive desculpa tb por ser curtinha

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