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Yuuji não queria saber de nada quando entrou na minha casa numa manhã de sábado. Sabe, eu estava dormindo ainda quando ele entrou gritando no meu quarto e eu não entendi nada do que ele falava.

Sua respiração estava descompassada e, ok, a estudante de medicina era Maki, mas até eu consigo ver quando alguém tá passando mal.

Meus pais tinham viajado - de novo - e o rosado sabia que eu estava sozinha. Não foi muito difícil adivinhar como ele entrou, né.

Enfim, tudo o que ele dizia era só uma mistura anormal de palavras e letras que entravam na minha cabeça e me deixavam tonta.

– Yuuji cala a boca, eu não consigo ouvir meus próprios pensamentos! Respira, menino! O que houve?

Ele sentou na minha cadeira acolchoada e se recompôs antes de começar.

– Nobs, você precisa entender tanta coisa! Olha, primeiro que aquilo com o Junpei foi só um teste, como eu já te falei, e não me olha com essa cara porque eu tô te falando a verdade, e tudo mais, mas lembra do Megumi?

Assenti, levantando da cama e prendendo o cabelo enquanto ia ao banheiro anexado ao quarto. Yuuji levantou a voz para não precisar sair da cadeira.

– Então, ele foi lá em casa! O pai dele também, óbvio, mas dessa vez a gente conversou sobre algumas coisas. Não temos muito em comum mas eu fiz ele rir! Eu. Fiz. Ele. Rir! E foi a coisa mais fofa! E eu surtei! Nobara eu não dormi essa noite por ansiedade, juro que esse menino fez feitiçaria.

Sai do banheiro ainda escovando os dentes e me apoiei no batente da porta.

– Mas azim, do nada? – rebati com a boca cheia daquela espuma.

– Sei lá amiga, eu só surtei mesmo. Você sabe que eu sou neutro com tudo, mas dessa vez não sei o que rolou. De verdade, ele é meio pá, sabe? Acho que você seria amiga dele.

– Hmm, ok, então vamos conhecer ele – disse cuspindo a pasta.

– Que conhecer ele o que Nobara, você não vai chegar nem a trinta metros dele.

– Possessivo por quê, gatinho? Você me envergonhou com a Maki, eu te envergonho com ele. Anda, só quero o conhecer.

– Nobara não faz assim – disse com uma voz sofrida, mas eu já tinha decidido o que faria.

– Manda uma mensagem pra ele. Vamos pra sua casa, pede pra ele chamar o pai dele, sei lá! Faz uma noite de filmes. Meus pais não ligam de qualquer jeito e eu já tinha planejado dormir na sua casa hoje – o rebati enquanto dobrava minhas roupas e as enfiava em uma mochila grande, pegando tudo o que eu precisaria para apenas um final de semana.

Obviamente, nem metade daquilo tudo seria realmente usado, já que eu gosto de roubar as camisas de Yuuji, mas é sempre melhor fingir que não irei, para fazer sem ele saber.

Ele passa o braço pelos olhos suspirando antes de ligar para Nanami.

– Ei, pai, posso chamar o Megumi para uma noite de filmes? Você pode ficar conversando com o Gojo e tals.

Pode. Não vai chamar o Junpei? A Nobara?

Me intrometi rapidamente.

– Eu vou sim, tio.

– E o Junpei não pode ir porque... – ele pensa um pouco e diz – Já fizemos semana passada.

Tá bom. Se cuida.

– Tchau, pai!

Ele desligou e apontou um dedo para mim.

– Nunca mais.

– Sim, sim. Vamos?

O caminho até a casa de Itadori era longo demais para ir à pé. Uma vez tentei, quando estava no meu primeiro ano do ensino médio, com pernas tão finas que o mínimo esforço físico me faria suar horrores.

Ok, hoje ainda sou sedentária e o mínimo esforço ainda me deixa mal, mas, poxa, ganho um crédito por ter malhado as pernas durante o terceiro ano do médio.

Ainda assim, o amigo fitness aqui é Itadori. E Sukuna - não que eu fosse admitir que aquele tanquinho dele era uma visão divina na cara dele.

Ele até tentou me fazer andar, mas não sei como ele esperava que eu tivesse pulmão, pernas e energia para andar tanto assim.

Por isso eu chamei um Uber. Ele reclamou muito mas aceitou quando eu disse que ou era isso ou eu cortaria seu pau fora.

Ele tem uma ligação estranha com essa frase, não que eu entenda.

De qualquer maneira, chegamos na casa dele bem rápido para falar a verdade, e já cheguei me jogando no sofá, sentindo alguém em baixo das minhas costas.

– Tio ou Sukuna? – perguntei de olhos fechados.

– Sua mocreia, sai de cima de mim!

Ok, isso respondeu minha pergunta. Nenhum dos dois então.

– Mahito, você tem tanto medo assim de uma gostosa? – perguntei abrindo os olhos.

– Não, a gostosa aqui sou eu. Mas você é pesada.

E foi assim que eu sai correndo atrás do namoradinho do Sukuna até itadori me pegar no colo e Sukuna puxar Mahito pela cintura.

– As duas pragas podem não quebrar a casa enquanto Nanami tá fora? – perguntou Sukuna, grosseiro como sempre.

– Não – disse Mahito, se soltando.

– Vai se fuder, invejosa – dei a língua para ele, antes de pisar no pé de Itadori e sentar no sofá.

Ainda ouvi atrás de mim Yuuji fazendo um barulhinho por causa da dor, mas eu sabia que não tinha o afetado tanto assim. Ele era muito resistente com esse tipo de coisa.

Mahito se sentou do meu lado, e eu comecei a trançar o cabelo dele.

– Eles são estranhos, a cinco minutos atrás tavam brigando e agora tão assim – reclamou Itadori, se sentando do meu outro lado.

– É porque são todos gays.

– Você também é, Sukuna.

– Eu não, o Mahito que deixa.

Reviro os olhos com essa conversa e vou direto ao assunto com o gêmeo infernal 1, mais conhecido como meu melhor amigo.

– Chamou? O Megumi?

– Ah, chamei. Ele vem mais tarde.

Sukuna me olha estreitando os olhos. Talvez com ciúmes de seu irmão.

Infelizmente essa desgraça é superprotetora. Não aceita ninguém que ele mesmo tenha aprovado ficar perto de seu irmão. Mas estranhei por ele já ter conhecido Megumi.

Quer dizer, ele não deveria gostar do menino? E se ele não tivesse gostado, como Yuuji - que aceita tudo o que o mais velho diz - iria prosseguir com isso?

Era mais fácil perguntar, né.

E eu odeio rodeios.

– Sukuna, você conheceu o Megumi? Gostou dele?

– Você sabe que eu conheci, mas não consegui ler nada nele – ele recostou no sofá e seus olhos pararam na mesinha de centro, que estava cheia de bebidas e um controle remoto. Pegou um copo meio cheio de vinho que presumi que já era dele e ligou a Tv antes de continuar – Sei lá. É melhor ver mais o menino. Não ligo dele vir aqui.

Sorri internamente e olhei para Itadori, que parecia já saber a mentalidade do mais velho.

– Vem pro meu quarto, Nobs! O Megumi chega daqui a três horas e eu quero pintar as unhas.

– Ok, bebê.

E subi as escadas com ele, enquanto ele me explicava algo que eu nunca pensei que ele iria me contar na vida.

~

haha acabou q delicia ne

continuem comentando pf amo quando vcs fazem isso

bjs amo todos vcs amores

University • nobamaki Onde histórias criam vida. Descubra agora