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Namorar é algo engraçado quando se pensa muito sobre.

Eu sorri durante classes de estilos de sapato. Sobre combinações entre bolsas e saias. Apreciei minha pulseira enquanto anotava coisas bobas no meu fichário e me peguei pensando na minha namorada todas as vezes.

Era mágico, me fazia pensar sobre nuvens de unicórnio e beijos doces.

Maki me visitou durante intervalos de classes, me deu beijinhos pelo rosto todo e me faz sentir bonita. Mais que isso, talvez.

Itadori surtou milhares de vezes ao ver minha pulseira, e deve ter me pedido para recontar a história umas cinquenta vezes.

Eu não ligava. Era bom ter alguém para me gabar sobre o namoro, para relembrar os detalhes que eu esperava que nunca se perdessem em minha memória.

Ele me lembrou também de que eu precisava a contar algumas coisas. Mas não era a hora, sabe. Eu estava feliz demais e não realmente gosto de lembrar de coisas tristes com tal frequência. E, por sinal, eu já estava relembrando sobre aquilo a muito tempo. Parte disso era culpa de Yuuji, que me pressionava a contar, mas eu entendia sua parte. Ele só queria que eu fosse sincera, e estava certo.

Talvez Maki devesse ter tido algumas conversas com ele.

Enfim, estava tudo bem.

Minha faculdade continuou. Eu e ela saíamos tantas vezes que eu não saberia contar em ambas as mãos. Meu primeiro período terminou basicamente assim.

Ok, tiveram algumas coisas que foram chocantes. Tipo Yuuji aparecer com um encontro marcado com Megumi. E o fato de que a carinha de Junpei parecia excepcionalmente triste naquele dia em que Itadori me falou aquilo.

Mas, sabe, por mais que eu realmente goste do lacostezinho era nítido que o rosinha não sentia o mesmo. Isso é complicado. Odeio ver corações partidos.

Mas, ei! Também não foi 100% culpa de Itadori... Eu acho, não lembro.

De qualquer jeito, a situação era triste e eu não queria me meter mais do que dar apoio ao meu amigo e ajudá-lo a conversar com o emo. Era o mínimo que eu podia fazer depois que o gêmeo capeta me escutou por tardes a fio falando da textura do cabelo da Zenin - que, por acaso, era como passar a mão em uma seda macia e lisa.

Apesar do tempo feliz e tranquilo - quase monótono e repetitivo - houve algo que realmente me desestabilizou.

No mesmo dia que Maki faltou (consequentemente o dia que eu estava mais triste), Mai veio falar comigo.

Mai não tinha nada a ver com a irmã. Tipo, elas eram gêmeas e tudo mais, mas Maki era mais alta, o cabelo maior e - na minha opinião - mais bonita.

A irmã parecia ser mais estressada. Talvez até mais provocativa, se é que isso era possível.

Ela chegou no meu almoço, e eu mal tinha começado a comer quando a mesma puxou meu prato de comida e me deu um potinho com uns dois onigiris.

– Ei!! – exclamei – Eu ia comer isso, sabia?

Mai apenas olhou para o prato e deixou o mesmo de lado.

– Come isso ai. Pense nisso como um presente.

– Por que?

– Não posso fazer algo amigável para minha cunhada?

– Não. O que foi?

Ela suspirou, passou os dedos pelos cabelos e me deu um sorrisinho de canto.

– Eu não queria começar assim. Você que pediu, ok? – ela disse apontando um dedo para mim. Revirei os olhos à isso.

Abri um onigiri e gesticulei para ela continuar.

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