22.5 ~ extra da Maki

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Esse capítulo é extra. Você pode o pular e ainda entender a história.

~

(pov: Maki Zenin)

Eu nunca quis me envolver com ninguém.

Acho que isso foi na realidade uma decisão precipitada de um "eu" que já não existe mais, mas eu concordaria até hoje com o tipo de pensamento, mesmo não tendo a mesma opinião.

Para explicar, eu teria que voltar anos no passado e mostrar cenas que me doem até hoje lembrar, cenas dentro da minha família até. Tudo isso reprisava em minha mente. Sempre. Toda hora.

É por isso que eu não esperava encontrar em Momo Nishimiya alguém que eu conseguiria gostar.

Não foi exatamente isso, mas eu seria verdadeira até demais falando que foi apenas diversão.

Mas eu estaria mentindo se eu falasse que não foi.

Por muito tempo, Momo era a única que eu conversava, passava o tempo, me abria. Com isso, vinham abraços e beijos que eu aguentava apenas pela loira ser a minha válvula de escape no mundo.

Se eu estava triste, falava para ela. Se eu ficasse puta, para ela que eu ia. Quando eu quis deixar minha família irritada, beijei ela no almoço com todos reunidos.

Ela foi basicamente uma boneca de pano que aceitaria tudo o que eu fizesse sem pestanejar. Era fácil ficar com ela, fácil até começar a me enganar falando que realmente amava ela.

Mas isso não era porque ela me amava, era porque ela não ligava. Melhor dizendo, a obsessão dela por mim não era paixão, ela só não se importava se ser usada.

Não confunda: ela gostava de mim, mas não era o tipo de gostar que seria realmente forte, importante.

Por isso foi tão difícil acabar as coisas com ela. Por isso ela ficou tão chocada quando terminamos.

Na verdade talvez tivesse até sido fácil, mas na época eu realmente achei que era a coisa mais difícil do mundo.

E o por que? Eu enjoei.

Ela me ligava demais. Se importava demais. Eu não queria uma amiga de verdade, eu só queria esquecer do mundo um pouco na presença dela, mas chegou um ponto onde isso não era possível.

Então eu fiz o que toda garota do ensino médio faria. Dispensei ela e ignorei como se fosse um celular velho, que eu nunca voltaria a usar a não ser que o novo quebrasse.

Eu nunca intencionei machucar seus sentimentos. Genuinamente pensei que ela tivesse a mesma visão de relacionamento que eu, e realmente me assustei quando vi que não era bem assim. Não a magoei mas acho que ela deve ter se sentido insuficiente por ter sido rejeitada. Faz parte, acho.

Ela era fofa pelo menos. Não tanto quando estava me perseguindo, mas era sim.

Enfim, terminei com ela.

Não vou mentir: tiveram outros casos depois dela. Casos demais. Mai me xingava todo dia por trazer pessoas estranhas para dentro de casa e isso me deixava irritada - não era minha culpa que ela era encalhada!

Mas eu sabia que era errado. Não que pegar pessoas enquanto solteira fosse algo ruim, mas eu as usava de capacho, sempre tentando esconder meus bloqueios emocionais com elas.

Bom, pelo menos eu tinha noção disso.

Quando entrei na faculdade as coisas pareceram melhorar, não era mais uma pessoa por semana e Mai enchia meu saco só as vezes.

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