Sobre planos mirabolantes, amizades problemáticas e chegadas

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Enquanto a rainha planejava uma recepção estrondosa para a comitiva de Qing do Norte e Chenle preparava seus lordes para a futura negociação, Jisung discutia veementemente com seu pai. O rei já havia negado seu pedido cinquenta vezes consecutivas entretanto o príncipe não desistia facilmente e o perseguia em todos os horários de seu dia: Quando Park Jongin deixava as reuniões, dava de cara com o herdeiro na porta, quando estava em seus aposentos, seu filho adentrava sem nem pedir autorização e até mesmo quando estava em seus momentos íntimos com Kyungsoo, ouvia batidas na porta. Naquele ponto, era certeza geral de que Jisung conseguiria seja lá o que fosse pelo cansaço ou acabaria executado em praça pública pelo mesmo motivo.

- Porque de repente quer tanto este noivado?

A voz melodiosa de Donghyuck o inqueria em uma das muitas vezes nas quais plantou guarda em frente ao escritório do pai. O príncipe encara o ômega confuso: Todos no palácio sabiam que Lee Donghyuck possuía mente e língua afiadas mas o Park não tinha certeza de quão verdadeiros eram os boatos até então. Teria o ômega descoberto suas intenções desesperadas ao implorar ao pai para auxiliar um reino amigo? Ou seus olhares bobos em direção ao Zhong eram suficientes para lhe denunciar? Seja lá o que fosse, estava óbvio que o Lee sabia ou desconfiava.

- Porque eu lhe responderia isto? - Questiona de volta, as sobrancelhas arqueadas em desafio.

- Bem, são muitas as razões mas a principal, eu devo dizer, é que eu sou o único dos lordes de um certo rei que está disposto a lhe apoiar. - O Lee comenta com um sorrisinho esperto.

- Você? Disposto a me apoiar? Porque eu acreditaria nisso? - Jisung duvida.

- Porque eu era o responsável por vigiar o Lele naquela noite e ainda assim os dei privacidade para olhar as estrelas e trocar sussurros. Aliás, você nem mesmo me agradeceu, seu ingrato! -Reclama insatisfeito a um príncipe confuso.

- Você nos deu privacidade? Como…- É interrompido pelo outro.

- Não achou que deixaríamos nosso rei sem proteção, certo? Não importa onde ele esteja, um de nós sempre estará perto. A questão é que você não me parece uma ameaça, ainda que todos digam o contrário e eu decidi que tinham coisas mais interessantes a fazer do que observar enquanto você se envergonhava. - Haechan, como era chamado pelos mais próximos, debocha com um dar de ombros.

- Se você quer saber, não passei vergonha naquela noite, okay? - O príncipe se defendia, as bochechas vermelhas. - E você escolheu o lado certo, lorde Lee, porque eu com certeza terei a mão do Chenle.

O ômega teria respondido com algum comentário sarcástico sobre quão burro aquele alfa estava sendo caso as enormes portas duplas de mogno não tivessem aberto de supetão e assustado a ambos. O rei Park, em toda a sua glória, havia interrompido a própria reunião para dar um esporro em seu filho irritante mas ao deixar a sala teve a surpresa de encontra-lo junto a um ômega que não apenas não era seu noivo como, pra piorar, era lorde de companhia do mesmo. Com um suspiro cansado, fecha a porta atrás de si e guia os dois mais novos até uma sala completamente vazia ao fim do corredor.

- Porque enche meu saco pedindo por meios de salvar seu noivado se anda por aí aos cochichos com outros? - Questiona ao príncipe, que se encolhe.

- Vossa majestade, temo que tenha confundido as coisas. Se ele anda aos cochichos com outros ômegas, não faço ideia mas devo esclarecer que naquele momento não estávamos cochichando. - Declara de nariz empinado para então perceber algo e acrescentar: - Quer dizer, estávamos mas não nesse sentido.

- Muito ousado, também é assim entre quatro paredes, gracinha? - O rei parecia de fato intrigado, o que causou mais um par de bochechas coradas.

- PAI! - Jisung protesta indignado.

Noivado- Chensung ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora