- Olha só, parece que encontramos seu motivo. - Donghyuck sussurra ao seu lado.
Ao ouvir aquela frase vinda de seu amigo, o lupus engole em seco, temendo que sua reação a chegada da nobre houvesse sido óbvia demais entretanto um olhar aos outros naquela mesa bastou para que se desse conta de que apenas seus amigos haviam percebido o incômodo. Como sempre, Felix fora o mais sutil, lançando-lhe um sorriso reconfortante sem expôr os dentes, enquanto Renjun o interrogou com o olhar e Jaemin fez uma careta na direção da recém chegada. Decidiu que agiria mais uma vez normalmente porque o que ele tinha a ver com seja lá qual fosse o problema da rainha com a garota?
- Se importa se me sentar aqui? - a voz melodiosa soa novamente e, para o choque de todos aquela pergunta era direcionada ao rei de Qing.
Para os visitantes, tudo não passava de um grande ponto de interrogação, a tensão no ar não lhes fazia sentido e não sentiam nada sobre a recém chegada além de curiosidade, entretanto para os membros da corte, aquilo era bem diferente. O romance de Yoorim com o príncipe nunca havia sido um segredo, na verdade, eles nunca haviam feito questão de esconder: Beijos em público, proximidade excessiva, conversas explícitas. Para ser exata, aquele relacionamento fora uma das coisas mais promíscuas que já ocorreram naquela corte, principalmente levando em conta quão jovens ambos eram.
A lady Lee costumava andar por aí gabando-se das vantagens de ser amante do príncipe e, naquela época, todos esperavam um casamento que nunca veio. Fora para a alegria geral que a rainha Jennie interviu, impedindo que seu filho imaturo e impulsivo fizesse alguma burrada irreversível sob a influência da garota esperta e manipuladora. Jennie nunca havia sentido simpatia pela menina, não apenas porque ela era da família de Kyungsoo mas porque sempre houve algo a mais naquele olhar, uma ganância ilimitada e um brilho ardiloso. Agora ela estava de volta, ostentando orgulhosamente o cheiro de café que prendeu-se a suas roupas e corpo pelo que aconteceu mais cedo enquanto ousava pedir para sentar-se ao lado do noivo de Jisung.
- Claro que não, sinta-se à vontade. - o Chinês responde com um sorriso gracioso que logo é retribuído.
A expectativa geral era que ela se sentasse, calasse a boca e evitasse intrigas uma vez que o olhar fatal da monarca ainda a fuzilava de forma ameaçadora e isto se fez real por um curto período de tempo. Como se nada jamais tivesse acontecido, Doyoung voltou a uma conversa animada com o ômega lúpus e seus lordes de companhia fizeram questão de se incluírem, afim de distrair o garoto pequeno do incômodo evidente que aquela presença desconhecida o estava trazendo, entretanto quando a sobremesa foi posta a mesa, a garota pareceu cansar-se da torta de chocolate e tentou criar uma torta de climão.
- Chenle, certo? - Yoorim pergunta baixinho, tocando levemente o braço alheio afim de lhe chamar a atenção.
- Perdão mas ainda não sei seu nome. - O chinês responde-lhe após assentir um pouco desconcertado. Era estranho não ser chamado por um título respeitoso quando conversava com estranhos.
- Oh, pensei que o Sungie tivesse falado de mim. - O sorriso no rosto da ômega era no mínimo venenoso, embora pelo seu tom, parecesse estar conversando com um amigo de longa data. - Yoorim, Lee Yoorim. Sou prima do Jeno. - apresenta-se.
- É bom te conhecer, Yoorim. - Ainda que se esforçasse para manter os modos animados, o rosto de Chenle estava empalidecendo aos poucos. Ele estava desconfortável, não queria saber seja lá o que ela tivesse pra falar pois era simplesmente mais fácil esquecer do que vira horas antes.
- Na verdade, eu preciso te agradecer. - A Lee fala como quem não quer nada e mais uma vez, a mão esguia envolve o braço alheio, os olhos arregalados na mais falsa das gratidões.
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Noivado- Chensung ABO
Random"O tempo é o melhor remédio" Este ditado, infelizmente, será amplamente refutado nessa história. Um reino dividido cujas cicatrizes apenas foram aprofundadas em prol de um amor malfadado tende a dividir-se ainda mais ao longo do tempo, não o opost...