Uma vez sobre o poder dos Lee, a corte coreana não parecia mais com o local cheio de vida no qual fofocas eram causa de agitação desde o amanhecer, em vez disso, havia se tornado uma espécie de corte fantasma: Guardas mal cheirosos e de aparência hostil eram os únicos a circularem pelos amplos corredores e até mesmo os criados se esforçavam para realizar sua função de forma silenciosa e manter o máximo de distância possível dos nobres reféns. Naquela imensidão de pedras frias e temor, apenas uma ala do castelo soava agitada e por conta do silêncio geral, os berros revoltados de Lee Yoorim podiam ser ouvidos por todos os corredores da parte Leste.
- O SENHOR ESTÁ LOUCO? - A ômega berra mais uma vez.
- Querida Yoorim, não teste a minha paciência. - Minhyuk ameaça em sua tranquilidade enquanto bebericava seu chá.
- Pai, não teste a minha paciência. - A Lee rebate, dando ênfase ao pronome. - Perdeu meu irmão e perdeu a noção junto? Esqueceu que ainda tem uma filha? Não se importa comigo apenas porque sou ômega?
- Não ouse falar como se eu desprezasse ômegas! - O alfa finalmente caçoa. - Eu os adoro! O único problema é que você é completamente inútil, não pode herdar meus bens e tampouco conseguirá um casamento decente.
- Eu serei rainha um dia! - Ela garante de nariz empinado. - E é justamente por isso que você não pode matar o Jisung. Nós iremos casar e então você será pai de uma rainha.
Naquele instante, o alfa não se aguentou e irrompeu em gargalhadas. Minhyuk simplesmente não se conformava com quão diferentes os seus dois filhos eram: Enquanto Soobin era um garoto esperto e nobre, alguém que se dedicava a assuntos sérios e refletia com cuidado sobre suas atitudes, Yoorim era uma piada. Na verdade, o maior arrependimento da vida do alfa fora permitir que seus filhos se afastassem de sua vista pois sabia que se Soobin jamais tivesse ido a Meiji, ele encontraria meios de protegê-lo e que se Yoorim não tivesse sido entregue aos cuidados de seu tio ômega tão jovem, ela jamais seria tão fútil e deslumbrada pela realeza que nem mesmo a considerava uma opção.
- Você será rainha, mas não ao lado do Park. - O pai pronuncia lentamente.- Casará com o futuro rei da Coréia, seu primo.
- É, o senhor perdeu a cabeça de vez. - a garota afirma incrédula. - Percebe do que está falando? Alterar a linha de sucessão, forçar um incesto, assassinar membros da família real... Cometerá todos esses crimes e Jeno ainda assim não casará comigo.
- Porque acha isso? -Minhyuk debocha. - Porque ele está apaixonado pelo adorável rei de Qing? Ah, aquele ômega! Se você ao menos tivesse um terço do poder daquele garoto, não precisaria de uma coroa para mudar o rumo de nações. Não se preocupe com Chenle, ele é meu pagamento nisso tudo.
- O que quer dizer? - Yoorim questiona confusa.
- Que rei ou não, Jeno não poderá tê-lo. O lúpus será meu. - Afirma com convicção. - E ouso dizer que o farei mais feliz que qualquer criança convencida nesse palácio poderia. Você ao menos tem uma boa relação com seu futuro padrasto?
- COMO EU PODERIA? - Ela mais uma vez perde a compostura e berra. - Eu o odeio, o desprezo com todo o meu ser. Aquela miniatura de ômega ousou me ameaçar e agora você diz que não apenas irá matar meu amado como desposar meu inimigo jurado?
- Não seja patética, Yoorim. - O alfa rosna, finalmente impaciente. - Jisung não mais a ama e isso era previsível. Todos sabiam que no instante em que aquele pirralho tolo encostasse seus olhos no lúpus, nenhum de seus antigos amantes teriam chance. Você mesma tentou apressa-lo a lhe marcar antes que reencontrasse o noivo, não venha bancar a sentimental agora! Aliás, seria um desperdício que um ômega daqueles parasse nas mãos de alguém como o Park, ele nem saberia o que fazer com tudo aquilo.
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Noivado- Chensung ABO
De Todo"O tempo é o melhor remédio" Este ditado, infelizmente, será amplamente refutado nessa história. Um reino dividido cujas cicatrizes apenas foram aprofundadas em prol de um amor malfadado tende a dividir-se ainda mais ao longo do tempo, não o opost...