A partir do momento em que o tão aguardado sim foi ouvido, tudo resumiu-se a uma bolha de ansiedade e nervosismo para os dois. O resto do discurso passou despercebido e nem mesmo a pesada coroa cerimonial que ornamentou a cabeça do ômega durante a coroação de ambos como reis da Coréia fora capaz de despertar o interesse de nenhum dos recém casados, que compartilhavam os mesmos pensamentos: Quando enfim estariam sozinhos? Quando poderiam conversar e matar a saudade que vinha torturando-os nos últimos dias? Quando aquela união pararia de ser um espetáculo para os outros e se tornaria real para eles? Em meio a tanta euforia, quase esqueceram completamente que a etapa mais complexa e constrangedora do casamento da nobreza estava por vir.
Já passava da meia noite quando o banquete teve fim e os noivos se retiraram do enorme salão, infelizmente, separados. Chenle encaminhou-se aos seus novos aposentos, onde se banharia e trocaria suas roupas pomposas de festa pelas vestimentas de dormir, já Jisung fez o caminho contrário, em direção ao quarto do rei, onde criados o ajudaram a se trocar. Apenas naquele momento, enquanto de preparavam para a temida consumação foram que recordaram-se de que não importava quão ridícula a situação parecesse, ainda teriam de enfrenta-la. Não que temessem fazer sexo um com o outro, longe disso, queriam aquilo havia algum tempo e só aguardaram até o casamento porque o Zhong precisava proteger a própria reputação, o problema era que quando se tratava de um casamento entre reis, a lua de mel fazia parte do contrato.
A sua tão sonhada noite romântica, onde enfim se entregariam por completo, agora casados, jamais poderia de fato ser romântica porque haveriam testemunhas. Dezesseis, com exatidão. Os dez membros do antigo conselho coreano, o sacerdote que os casou e cinco nobres enviados por Taemin, o tio do ômega, deveriam haver mais quatro pessoas por trás das cortinas entretanto tanto os progenitores de Chenle quanto o pai de Jisung já haviam falecido e Jennie preferiu se abster. A consumação precisava ser acompanhada por testemunhas por inúmeras razões mas as principais eram para garantir que o ômega em questão era virgem, ou seja, não haveriam riscos de estar esperando um filhote de antes do casamento e, após tal ato, para evitar que o casal tentasse desfazer a união porque aquele era o ponto "irremediável" e um ômega supostamente não poderia se separar e casar de novo uma vez que sua pureza estava perdida. A grande questão ali era que não importava quão racional aquela tradição parecesse a todos, era algo constrangedor e desconfortável para os envolvidos.
Nem mesmo o olhar carinhoso do alfa fora suficiente para diminuir a tensão do pequeno lúpus ao adentrar o quarto. Seguinte a tradição da corte, ambos deveriam possuir aposentos separados e um cômodo seria ligado a ambos, para momentos de cio e produção de herdeiros, mas tudo aquilo era baseado na ideia de que o casal monarca não gostaria ou suportaria proximidade contínua e, como no caso deles era diferente, o enorme quarto no qual agora se encontravam, completamente coberto em madeira e com lençóis dourados, jamais seria utilizado. Na verdade, aqueles dois tinham certeza absoluta de que um dos aposentos apenas seria útil durante os dias, quando Chenle quisesse privacidade para conversar com seus lordes de companhia, porque durante as noites, eles fariam exatamente como fizeram nas últimas semanas: Dormiriam abraçados. Infelizmente, aquele lugar lotado de alfas velhos e assustadores não parecia o ambiente ideal para ficarem abraçadinhos, muito menos para terem a primeira experiência juntos.
Jisung estava literalmente elétrico, ansioso para provar mais, conhecer mais do pequeno, e justamente por isso, decidiu que o melhor a se fazer era enfrentar aquilo logo para que enfim pudessem se livrar daqueles caras. Andou até seu marido com confiança e calma, mantendo o sorriso caloroso no rosto porque não importava quão constrangedora a situação fosse, seria difícil não se sentir feliz naquele dia, quando finalmente haviam se casado. Uma das mãos grandes foi levada ao rosto fofinho do menor e, embora ele tremesse, Chenle fechou seus olhos e esforçou-se para aproveitar o carinho. Para um ômega como o Zhong, que manteve-se completamente puro até aquele momento, estava sendo aterrorizante saber o que faria e que o faria na frente de tantas pessoas, ainda mais agora que podia sentir os olhos curiosos dos expectadores sobre seu corpo pouco coberto. Aquilo o fazia sentir sujo.
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Noivado- Chensung ABO
Random"O tempo é o melhor remédio" Este ditado, infelizmente, será amplamente refutado nessa história. Um reino dividido cujas cicatrizes apenas foram aprofundadas em prol de um amor malfadado tende a dividir-se ainda mais ao longo do tempo, não o opost...