Piqueniques, desconfianças e expulsão

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Um resmungo irritado pôde ser ouvido por quatro ômegas risinhos assim que a luz do Sol invadiu o quarto do pequeno rei: Chegaram ali um pouco mais cedo e bastaram alguns segundos para perceberem que o Zhong não fora direto para a cama após ser deixado sozinho. Estranhamente, nenhum deles estava nervoso ou preocupado quanto ao cheiro de cipreste impregnado no pijama alheio porque, desde o começo, sabiam que Lee Jeno era a melhor das companhias pro seu rei e que mais cedo ou mais tarde ele se aproximaria o suficiente para comprovar-lhes isso. Não se importavam com o fato de que ele era um alfa ou que não possuía títulos tão importantes, a questão era que viram seu amigo chorar por um babaca e naquele momento, dariam apoio a qualquer um que mantivesse um sorriso no rosto do lúpus.

- O belo adormecido irá se levantar por livre e espontânea vontade ou terei de chamar seu ferreiro encantado para lhe dar umas beijocas? - Jaemin debocha após tentar puxar os cobertores de Chenle pela quinta vez mas sem obter sucesso.

As gargalhadas preencheram aquele quarto não apenas porque a fala do Na havia sido cômica nas porque aquilo despertou o rei como um passe de mágicas: Descabelado, olhinhos arregalados e vermelho dos pés a cabeça, Chenle sentou-se na cama e fuzilou seus lordes de companhia, o seu melhor biquinho insatisfeito nos lábios cheinhos. Sempre seria engraçado como o Zhong conseguia parecer o mais controlador e assustador dos monarcas durante seu dia a dia mas sempre acordava como uma criança manhosa, e justamente por isso era uma espécie de ritual para os quatro ômegas se aglomerarem ali durante as manhãs.

- Yah! Não falem essas coisas, devo lembrá-los que o noivado ainda não foi cancelado? - Protesta irritado. - Além de que Sunghoon chegará hoje e ele, infelizmente, também é irmão do Jeno.

- Nós poderíamos sugerir... - Donghyuck começa com suas ideias mirabolantes antes de ser interrompido.

- Lee Donghyuck, você já arrumou problema por duas vidas inteiras, nem ouse mencionar algo sobre essa palavra com "L". - Felix ameaça.

- Agora vamos ao que interessa. - Renjun se pronuncia pela primeira vez, aproximando-se da cama com os olhos cerrados. - Ele beija bem?

O que houve a seguir foi a mais pura representação de caos: Gargalhadas escandalosas, piadas de duplo sentido e gritinhos de animação tomaram conta do ambiente outrora silencioso enquanto um chinês completamente desconcertado escondia-se embaixo de seus muitos travesseiros, desejando sumir. O que diabos havia feito na noite anterior? Onde esteve com a cabeça quando tomou aquela atitude? Uma parte sua sabia muito bem que esteve com a cabeça naqueles lábios convidativos mas sua parcela racional insistia em protestar que fora absurdo. Como um rei, Chenle não podia namorar e como garoto, não podia tentar entregar seu coração a alguém sendo que nem havia o pego de volta ainda.

Era estranho pensar em como aquilo parecia tão errado e tão certo por todos os pontos de vista: Ele queria gostar de Jeno, queria do fundo de seu coração um dia poder retribuir a todos os sentimentos belos que o alfa afirmava sentir mas ainda assim, tinha certeza absoluta de que não era assim que se sentia no momento. Sentia-se leve, feliz por ter ouvido tantas coisas bonitas e satisfeito por ter sido capaz de lhe dizer a verdade, sentia-se animado para embarcar na aventura que lhe foi proposta e maravilhosamente apavorado com as chances que aquilo tinha de dar errado mas, em meio a tantas incertezas, uma coisa parecia certa: Seus melhores amigos sempre estariam ali para apoia-lo, secar suas lágrimas e, em última instância, cortar algumas cabeças.

- Vai nos falar ou vamos ter de arrancar tudo do Lee sob tortura? - Haechan cantarola.

- Yah! - O lúpus protesta mas eventualmente, acaba cedendo. - Ele disse que me ama.

- Nós deveríamos fingir surpresa pra você se sentir melhor? - Felix debocha, já buscando algum traje apropriado para o rei.

- Hey, eu não sabia, okay? - Mais uma vez Chenle argumenta.

Noivado- Chensung ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora