Desde o casamento de Chenle e Jisung, a corte coreana estava ainda mais agitada que o normal. Todos queriam ver o casal recém coroado, todos queriam especular quanto a possível união entre os reinos, "Coréia e Qing continuarão aliados ou se tornarão um?", era o que mais perguntavam mas lá no fundo, as pessoas sabiam que os negócios eram apenas a desculpa mais conveniente para permanecerem naquele local de luxo e beleza por mais tempo. Como era de praxe, novas chegadas exigiam novas festas cuja organização era sempre responsabilidade dos ômegas de companhia do rei e da rainha, que sempre os ajudava com seu bom gosto e ânimo. Lee Felix, que sempre fora o mais prático do grupo, esteve especialmente atarefado no ano que se seguiu ao casamento porque ele simplesmente negava-se a delegar funções. Qualquer assunto de seu rei, era seu assunto, e isso incluíam os gêmeos chorões e minúsculos que agora esforçava-se para balançar ao mesmo tempo.
- Você sabia que têm umas quatro babás desempregadas por sua causa?- Uma voz desconhecida se faz presente e o ômega sobressalta-se um pouco.
- Olá?- Cumprimenta.- Lamento, vossa graça deve ter errado o caminho, essa ala do palácio é apenas da família real.
O alfa cheirava intensamente a terra molhada, tinha cabelos tão escuros que poderia ser um Zhong, seus olhos brilhavam com a mais intensa malícia e, em seu rosto de traços bem esculpidos brincava um sorriso que, sem sutilezas alguma, declarava: "Eu sou um presente para todos os ômegas desse mundo." Outros, provavelmente já estariam sorrindo à bela criatura mas a mais pura realidade era que Lee Felix nunca foi um garoto facilmente impressionável e tudo o que oferecia ao homem alto tratava-se de uma expressão impassível. Já cansado de lidar com os visitantes curiosos, fingindo estarem perdidos apenas para espiar os bebês reais que, bem protegidos, ainda não haviam sido apresentados à corte, o Lee virou as costas para aquele que continuava a encara-lo e voltou a ninar os gêmeos bochechudos.
- Quem diria que eles realmente puxariam ao rei Zhong, hein?- Curioso, o desconhecido teve o desplante de aproximar-se demais e espiar por sobre o ombro alheio.
- Quem diria que o senhor ainda estaria aqui mesmo após ser expulso?- Felix questiona de volta, claramente revoltado.
A parte mais incrível daquilo tudo era que o homem alto parecia confiante demais para simplesmente temer um dos lordes mais poderosos da Ásia e simplesmente manteve-se ali, entretido por finalmente observar as belas feições de tão perto e tomando todo o seu tempo para contar as lindas sardas espalhadas pelas bochechas fofinhas em constelações. O Lee, impaciente com aquela palhaçada e a cara de flerte do homem à sua frente, colocou os bebês que ainda choravam com cuidado no berço e virou-se totalmente em direção ao sujeito, levantando sua perna em preparação para pisar com tudo no pé de prancha, o que teria feito não fosse pelo familiar odor frutoso preenchendo o quarto em um aviso da presença real antes mesmo que ele de fato adentrasse o lugar, fazendo com que o ômega respirasse aliviado em uma constatação simples: Seu rei estava ali e ninguém ousaria provoca-lo na presença do lúpus.
- Lix, você não faz ideia de quão grato sinto-me por cuidar do Yoo...- Interrompe-se o pequeno monarca, fitando o alfa que agora o reverenciava.- Marquês Hwang?
- É um prazer conhece-lo, vossa majestade.- O homem rebate com um sorriso educado.
Veja bem, Park Jisung não costumava falar muito sobre outras pessoas com Chenle, principalmente se as pessoas em questão fossem alfas, entretanto ao longo dos dezesseis meses de seu matrimônio, "Hwang Hyunjin" fora um nome no mínimo frequente em seus diálogos. O atual rei da Coréia cresceu com poucos amigos próximos e, dentre estes, estava o seu mais querido primo: Jisung sempre comentava sobre como o outro alfa era alegre e ousado, passava horas relembrando suas traquinagens e o descrevia como o segundo mais bonito da linhagem, fazendo questão de colocar-se em primeiro lugar, óbvio. Portanto não fora muita surpresa que o Zhong pudesse reconhecer tal marquês com facilidade, a surpresa estava no fato de que o tal primo encantador teve coragem de entrar em um quarto privado apenas para espiar seus dois novos priminhos e, sendo bem sincero, Chenle nem se importaria muito não fosse a expressão desgostosa de seu lorde, indicando que havia algo mais ali.
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Noivado- Chensung ABO
Random"O tempo é o melhor remédio" Este ditado, infelizmente, será amplamente refutado nessa história. Um reino dividido cujas cicatrizes apenas foram aprofundadas em prol de um amor malfadado tende a dividir-se ainda mais ao longo do tempo, não o opost...