Noivado- Chensung ABO

Apresentações, canções significativas e surpresas

- Não. - A monarca sentencia e lança um olhar significativo não a Chenle mas em direção a Lee Donghyuck. - Nosso querido Lorde Jeon chegou algumas horas mais cedo.

A frase paira pelo ambiente silencioso por longos segundos de agonia até que Jennie se move mais uma vez, deixando a sala afim de recepcionar os hóspedes. Chenle tinha plena consciência de que deveria seguir o exemplo da ômega, entretanto constatou que sua ausência não seria considerada grosseria uma vez que em minutos o beta também estaria ali, portanto permaneceu onde estava, encontrando certo conforto na presença familiar e calma de Lee Jeno.

- Hey, Lele, vai dar tudo certo. - Como que adivinhando os pensamentos alheios, o coreano lhe assegura com um sorriso condescendente.

- Lele? Desde quando ficaram tão íntimos? - Jisung questiona insatisfeito, logo sendo repreendido pelo olhar do ômega pequeno.

- Príncipe Jisung, acredito que esta não é a hora de se tornar um noivo possessivo. - Renjun reforça a reprimenda.

- Até porque o noivado já está chegando ao fim. - O Na completa, se aproximando mais do namorado.

Renjun e Jaemin se conheciam desde a infância e são próximos desde então: Quando chegou à corte coreana, Renjun tinha pouco mais de dois anos, Já o Na se juntou ao grupo de amizade aos cinco. Fora um processo apenas natural para as duas crianças de gostos completamente diferentes mas corações puros virarem melhores amigos e, com o tempo, tal sentimento aflorou. Embora fossem dois ômegas, decidiram encarar aquela atração de forma positiva e já namoravam havia cinco anos. Àquela altura do campeonato, embora temessem ser separados por pressão da sociedade, nem tentavam mais esconder.

Irritado pela resposta dos ômegas e por não conseguir nenhum pingo de atenção vinda de seu noivo, que além de exalar seu cheiro mais intensamente por estar inquieto ainda estava apertando a mão de seu irmão, Jisung teria respondido com alguma grosseria mas foi interrompido pelo barulho de portas se abrindo. Talvez alguns ficassem confusos quanto a qual dos três homens se tratava de Jeon Doyoung mas não foi o caso de ninguém ali: Embora nunca o tivessem visto, todos já haviam ouvido falar sobre quão parecido com um coelho fora o pai de Chenle, logo estava óbvio que o menor dos três era o tal beta.

Se já estava irritado antes, encarar aquele cara foi o suficiente para triplicar o mau humor do príncipe coreano. Pele tão perfeita quanto a de um ômega, estatura alta e esguia, embora tão forte e definida quanto a de qualquer alfa, cabelos negros como a noite e, para piorar tudo, o rosto de traços bonitos e semelhantes aos de um coelho ostentava um sorriso honesto e despretensioso. Por mais confiante que Park Jisung fosse, ver aquele cara havia sido um golpe e tanto para sua prepotência. Quer dizer, o Park não havia ganhado muitos pontos com o noivo, enquanto aquele cara sorriu uma vez e arrancou suspiros até da sua mãe. E se Chenle decidisse casar com ele por livre e espontânea vontade?

- É um prazer conhece-lo, Conde Jeon. - A voz angelical do rei chinês soa pela sala de jantar e, simples assim, todos os olhares dos recém chegados se fixam nele.

Aquela era a reação já esperada quando o ômega Lúpus se pronunciava pela primeira vez: Primeiro, se chocam com a entonação certeira de suas palavras, depois a surpresa e admiração é causada por seus traços e, por último, as pessoas instintivamente farejam o ar. Estranhamente, o tal conde não farejou o ar, apenas permaneceu com as orbes escuras focadas no rosto belo, observando-o com uma curiosidade sem fim. Quase que de forma automática, Jisung e Jeno se empertigam, meio que estufando o peito e marcando presença ao lado do rei.

- Majestade. - Pronuncia por fim, abaixando-se em uma reverência polida. - Nos perdoe pela reação exagerada, não tínhamos certeza de quanto de você era lenda, quanto era realidade. - Comenta com os olhos meio arregalados enquanto solta uma risadinha, mais parecendo uma criança adorável que uma ameaça a toda uma linhagem.