Algo estava muito errado e Jeno percebeu aquilo no momento em que soube da chegada de seu tio. O alfa sabia que o conde era orgulhoso demais para ostentar seu relacionamento próximo com o concubino do rei mas que Minhyuk amava o irmão e por isso, se correspondia frequentemente com ele. Aliás, tinha certeza de que dois dias antes, quando chegou ao palácio machucado, seu pai havia comentado algo sobre dar notícias ao irmão mais velho, então que sentido faria em tê-lo visitando a corte a negócios justo no dia da partida de Jongin? Confuso, tentou afirmar a si mesmo que era tudo um problema de comunicação e que Kyungsoo provavelmente havia esquecido de avisar ao alfa sobre a viagem do amante, ou que, na pior das hipóteses, tratava-se de um assunto de última hora.
Infelizmente, constatou que não havia mais espaço para positividade quando as portas de seus aposentos foram trancadas por fora. Tentou, em vão, jogar-se contra a madeira apenas para se dar conta de que não deveria ter tomado o maldito chá das mãos de uma criada: Renjun o havia alertado que apenas ele seria responsável por seu tratamento, então porque motivo uma beta lhe empurraria aquele chá de cheiro duvidoso? Jogado contra o chão de pedra fria, as coisas passavam a fazer sentido na mente do Lee, que começou a sentir nada além de temor. Temia pelas vidas de seus irmãos, temia por Chenle, temia pelo pai e também temia por seu próprio pescoço: Se aquilo era o que ele estava pensando, a primeira cabeça a rolar quando desse tudo errado seria a do bastardo.
Enquanto os Lee's eram mantidos seguros nos próprios aposentos e longe de qualquer coisa que pudesse associa-los aos ataque, os convidados do jantar ainda estavam sentados à mesa, tensos e confusos demais para compreender a imensidão do que Minhyuk acabara de proferir. Perguntas demais rondavam a mente de certo ômega lúpus e, infelizmente, pareciam haver respostas lógicas para todas elas. Como haviam se livrado dos guardas? Simples, com o rei fora, parte da segurança fora reduzida e com a partida de Doyoung, os reforços chineses também se faziam ausentes. Como o Lee descobriu o momento certo para atacar? Sendo irmão do amante real, não deve ser muito difícil manter-se informado. E, por último e mais aterrorizante: Como ele pretendia obter satisfação por conta da morte de seu filho?
- Conde Lee, uma vez que vossa graça garantiu-nos proteção, gostaria de pedir sua autorização para que eu e meus lordes nos ausentemos a partir de agora. - Pede com toda a educação que o homem não merecia.
- Ah, mas tão cedo? Lamento que eu tenha estragado seu jantar. - O nobre comenta de forma apologética e após depositar um beijo dramático na mão alheia, permite. - Posso contar com a honra de sua presença em nosso banquete de amanhã?
- Mas é claro. - Chenle concorda com um sorriso falsamente doce, endireita a própria postura e inicia sua caminhada, sendo seguido de perto por quatro ômegas.
O rei de Qing teria prosseguido não fosse pela ausência de uma pessoa em seu encalço: Kim Sunoo. Respirando fundo, o lúpus dá meia volta e anda até o menor, repousando a mão nos ombros curtos porque embora soubesse que não seria fácil ou o tipo de coisa que aqueles alfas selvagens aceitariam facilmente, ele simplesmente não poderia abandonar o pequeno Kim. Não apenas porque ele não queria deixar ninguém para trás ou por temer o que a comitiva do Lee faria aos ômegas ali, mas porque havia, de algum modo, se apegado ao adolescente curioso e, na ausência do seu irmão mais velho, sentia-se responsável por ele. Ainda com sua expressão calculadamente inalterada, instrui:
- Sunoo, meu bem, peço que nos acompanhe. - Embora fizesse questão de soar gentil, era obviamente uma ordem.
- Ele não é um de seus lordes. - Um dos guardas de expressão maliciosa e grosseira avança um passo mas é interrompido por Lee Donghyuck, que repousa a palma em seu peitoral.
- Calma aí, grandão. - O moreno se esforça a soar sedutor. - Sunoo será oficialmente um de nós em três dias, quando seu irmão retornar e aceitar a proposta de nosso rei.
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Noivado- Chensung ABO
Random"O tempo é o melhor remédio" Este ditado, infelizmente, será amplamente refutado nessa história. Um reino dividido cujas cicatrizes apenas foram aprofundadas em prol de um amor malfadado tende a dividir-se ainda mais ao longo do tempo, não o opost...