De Frente Com a Delegada

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• pov. Gizelly •

Acordei com o celular de Rafa tocando e a chamei pra ela atender.

- É minha mãe.

- Atende. pedi e ela me cedeu atendendo.

- Oi mãe. Estou na Manu. Mãe...

Ela me olhou e com meu olhar ela entendeu pra ela dizer a verdade.

- Eu estou na casa da Gizelly mãe.

Do outro lado da linha pude ouvir os gritos da delegada Kalimann.

Eu iria enfrentar uma fera.

- Eu estou indo, tchau.

Rafa colocou seu celular sobre o criado e se levantou.

- Eu não devia ter falado que dormir aqui.

- E ia dizer que dormiu onde? Com algum garoto desconhecido?

- Aposto que a Manu não foi pra casa e minha mãe ligou lá e a mãe dela disse que ela não tinha dormido lá, por isso ela não acreditou, eu queria mesmo era me mudar pra outro país, minha mãe é muito rígida, não me deixa fazer nada. falou frustada.

- Sua mãe é muito protetora, talvez quando você for de maior ela te libera um pouco mais.

- Impossível, nem a Mariana ela dá sossego.

- Se ela fosse tão rígida assim, não deixava você sair à noite com sua amiga.

- Ela deixa uma vez na vida e outra na morte.

- E quando ela deixa você vai pro bar beber e agarrar com um menino qualquer, assim ela nunca vai confiar em você plenamente.

- Sua mãe era assim também?

- Minha mãe e meu pai sempre foram muito protetores também, mas quando eu e minha irmã atingimos os 18 anos eles nos soltaram mais, mas sempre deixou a gente sair deixando claro onde nós íamos.

- Por que a senhora Helena não é assim meu Deus? falou erguendo as mãos pro céu e eu rir.

- Vamos antes que ela chegue aqui em casa e faz um escândalo.

- Você vai me deixar na minha casa? Não está com medo de morrer não?

- Você não está me ajudando muito falando assim. falei fazendo uma careta e ela riu vindo ao meu encontro.

- E qual vai ser a explicação que você vai dar à ela por eu ter dormido aqui?

- A verdade, eu não vou mentir pra sua, depois se ela descobrir é pior.

- Vai me entregar pra minha mãe assim? Dizendo que eu estava bêbada e ficando com o Bruno? Vai sobrar nada da Rafaella.

- Vai sobrar nada da policial aqui.

Emprestei uma roupa minha pra ela e nos trocamos, durante o caminho sua mãe ligou mais cinco vezes.

Eu já estava rezando pra minha alma e pedindo perdão à Deus pelos meus pecados. Um deles? Ter me envolvido com uma menina menor de idade.

...

Parei o carro em frente sua casa e ela descemos. Ela pegou suas chaves e abriu o portão. Ao passarmos pelo mesmo, a delegada já veio com tudo, com uma cara querendo matar alguém.

E esse alguém era eu.

- Mãe me ouve. Rafa disse.

- Cala a boca Rafaella e vai pro seu quarto agora, minha conversa é com ela. ela disse firme e eu engoli seco.

- Mas mãe... ela insistiu.

- Rafaella eu não quero ouvir mais nenhuma palavra da sua boca. sua voz saiu extremamente grossa e Rafa adentrou a casa.

Seu olhar voltou à mim e eu já estava esperando ela pegar a arma e atirar em mim.

- Delegada Kalimann será que podemos conversar civilizadamente comos duas adultas? falei calma.

- Você quer conversar depois de passar a noite com minha filha? ela riu irônica. - Eu só não te mato porque vai contra meus direitos, mas posso muito bem pedir seu afastamento como policial pelo menos pra sempre por ter se aproveitado da minha filha, você sabe que ela tem 17 anos.

- Você está me julgando por algo que eu não fiz delegada.

- Vai me dizer que você levou ela pra sua casa e passaram a noite jogando xadrez?

- Eu levei ela pra minha casa porque a encontrei num bar e ela estava bêbada e um garoto que não me interessa quem seja estava se aproveitando dela. eu não queria entregar a Rafaella, mas eu não podia mentir.

- Espera, a Rafaella estava bêbada? Isso está ficando cada vez pior. E por que você não trouxe ela pra cá?

- Porque ela estava bêbada? respondi como se fosse óbvio.

- Me fala a verdade, aquele dia na delegacia, vocês já se conhecia bem mais que um único dia né?

- Não, realmente nos conhecemos no restaurante mas trocamos breves palavras, porém à noite acabamos nos encontrando de novo na praça e começamos a conversar.

- E...

- E ficamos. respondi calma e seu olhar me fuzilava com raiva. - Eu falei pra Rafa que a gente não ia mais ficar porque ela é de menor e eu sou uma policial, mas você deve conhecer sua filha e como ela é insistente, aquele dia na delegacia que acabei descobrindo que ela era sua filha e a partir dali eu tive mais certeza ainda que não ia me envolver com ela, mas a Rafa ficou me mandando mensagem e eu não resistir e acabei passando meu endereço pra ela, ela foi na minha casa e conversamos, quer dizer, mais ou menos, e acabamos discutindo porque eu coloquei um fim naquilo antes que as duas pudessem se machucar, ainda mais a Rafa e passamos um mês sem contato algum e só ontem fui revê-la.

- E por que eu deveria acreditar em você?

- Porque apesar do medo que eu estou sentindo nesse momento, eu tomei uma decisão ontem quando levei ela pra minha casa e cuidei dela, eu não consegui esquecer sua filha um minuto se quer, eu sei que não é certo, eu sei que sou policial e ela ainda é de menor, mas eu gosto mesmo da Rafa, gosto muito, tentei esquecê-la, mas não adiantou e ela também não me ajuda, por isso eu estou aqui diante de você pra te pedir a permissão de namorar sua filha. falei de uma vez e ela me olhou surpresa.

- Admito que estou surpresa com sua coragem, você é a primeira pessoa a me encarar de frente pra pedir algo em relação a minha filha.

- Com certeza nenhum outro gostava o suficiente dela pra enfrentar a general da mãe dela. falei e ela me olhou firme.

- E você não tem medo de morrer, certeza. falou e eu travei.

- Você disse que não pode me matar e não pode mesmo.

- Mas eu posso mudar de ideia. respondeu semicerrando os olhos.

- Eu corro esse perigo pela sua filha. falei e ela me olhou por um tempo em silêncio. Parecia estar me estudando.

- Entre, vou chamar Rafaella. sua voz saiu rígida e eu a segui até a sala.

Ou ela ia me deixar namorar com Rafa ou a que estava mais óbvia, ela ia mandar eu sumir da vida dela.

...

Gizelly grandona com medo kkkkk enfrentou a delegada pela Rafa e agora, o que será que a Helena vai fazer?

Entre Laços, e CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora