A Dor Da Perda

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Lembrando que é uma fic onde tudo pode acontecer igual na realidade. E isso que elas vão passar vai ajudar a construir e deixar mais forte a relação delas, uma ajudando a outra. Enfim, é triste, mas não surtem. No final tudo vai melhorar.

Boa leitura!

...

• pov. Rafaella •

Acordei sentindo uma dor forte na região do abdômen que ia descendo até a vagina. Me sentei na cama sentindo contrações e entrei em desespero ao ver o sangue vermelho vivo no lençol da cama.

- MÃE! MÃE! a gritei engasgada com o choro.

Tentei me levantar mas a dor era muito intensa. Fechei os olhos sentido uma pontada uterina e ao abrir vi um grande coágulo de sangue.

Isso não podia está acontecendo.

Não podia meu Deus.

- O que foi minha filha? minha mãe abriu a porta e seus olhos foram de encontro a minha cama. - Meu Deus!

- Está doendo mãe, muito.

- Eu vou te levar pra clínica. ela disse nervosa me ajuda a levantar.

Vesti uma roupa com sua ajuda e saímos de casa seguindo para o carro e minha mãe deu partida pra clínica.

- Eu estou perdendo meu filho não estou mãe? falei chorando compulsivamente.

- Se acalma minha filha, vai ficar tudo bem. ela disse e senti que estava tensa.

...

Chegamos na clínica e minha mãe me ajudou a descer do carro e entramos na clínica.

- Um médico por favor, minha filha está grávida e está perdendo sangue. minha mãe disse e duas enfermeiras se aproximaram com uma maca onde me deitei.

- Liga pra Gizelly. pedi minha mãe.

Me levaram para a sala e o médico ligou o monitor e colocou um gel na minha barriga deslizando o aparelho nela.

E dessa vez eu não vi o meu bebê.

Não ouvi seu coração.

Não vi nada.

- O seu diagnóstico infelizmente aponta para um aborto espontâneo, mas para ter certeza vamos fazer um exame de sangue, eu sinto muito. o médico disse e senti um vazio.

Uma dor inexplicável.

Eu só queria gritar e por tudo que eu estava sentindo pra fora.

- Se acalma...

Eu chorava compulsivamente, não conseguia parar, nada mais fazia sentido...

A última coisa que eu lembro foi duas enfermeiras se aproximando de mim até eu não ver mais nada.

...

• pov. Gizelly •

Eu estava na delegacia quando meu celular tocou e vi que era Helena. Estranhei por ela está me ligando em plena 3 horas da manhã e ao ouví-la dizer o que tinha acontecido com Rafa, meu coração se apertou com medo. Fui até meu carro e sai em disparada para a clínica, nem sei como consegui dirigir, minhas mãos tremiam de nervoso.

Calma.

Se Deus quiser vai ficar tudo bem.

A Rafa está bem. Meu filho está bem.

...

Estacionei meu carro e segui para a porta de entrada da clínica.

- Dona Helena cadê a Rafa? Como ela está? Nosso filho? perguntei desesperada e Helena me lançou um olhar que me cortou por dentro.

- Ela teve um aborto espontâneo Gizelly. Helena disse segurando o choro e meu coração ficou em mil pedaços.

Meu filho.

Eu tinha perdido meu filho.

Senti um nó meu estômago que foi subindo até minha garganta.

Eu não conseguia falar nada.

Dona Helena me tomou em seus braços e ali no seu colo me deixei chorar de soluçar até que a dor fosse embora.

Mas eu sabia que não iria.

- Cadê a Rafa? perguntei depois de um tempo.

- Está dormindo, deram um calmante pra ela, ficou muito agitada.

As lágrimas voltaram a molhar meu rosto novamente, e senti os carinhos da minha sogra no meu cabelo.

- Vai ficar tudo bem. ela sussurrou e depositou um beijo no meu rosto.

- Nosso filho, nosso bebê, por que?

- Tudo acontece no propósito de Deus, eu sei que está doendo muito, mas não questiona, Deus dará o conforto à vocês duas.

- Tá doendo tanto. falei me desvencilhando de seu corpo e suas mãos vieram de encontro ao meu rosto.

- Eu não posso nem imaginar o que você e Rafa estão sentido, mas eu estou aqui está bem? Eu sei que tenho esse jeito dura com você, mas eu te tenho como uma filha. falou dando um beijo na minha testa e eu sorri fraco entre as lágrimas.

Ficamos ali mais um tempo, logo Bianca e Mariana chegaram. E foi mais choro ainda.

Falam que toda dor passa. Mas não passaria.

Nunca.

...

• pov. Rafaella •

Acordei e não sentia mais dor. A dor do corpo.

Mas a do coração sim.

Queria ver Gizelly, apertei o botão que tinha ao lado da cama e um minuto depois uma enfermeira entrou no quarto.

- Oi Rafaella, que bom que acordou, está sentido alguma dor? Claro, no corpo?

- Não, pode chamar minha namorada por favor? pedi e ela assentiu se retirando do quarto.

Minutos depois a porta se abriu e Gizelly entrou, ao vê-la o choro voltou com tudo.

Ela veio até mim e eu me agarrei em seu corpo, nós duas chorávamos muito.

- Por que amor? Por que? perguntei soluçando.

- Não sei... eu... não sei. respondeu.

O choro compulsivo.

A dor da perda não passaria.

Nunca.

Apenas cicatrizaria com o tempo.

...

Como eu disse, essa perda vai ser essencial para a relação das duas fortalecer mais. Vai ajudar elas a amadurecer.

Entre Laços, e CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora