Entre Laços, e Caos

Relação (Construção)

5 meses depois.

• pov. Rafaella •

Após a perda do nosso bebê, Gizelly foi meu apoio, meu consolo. Ela não chorava na minha frente e sabia que depois ela iria chorar sozinha, como muitas vezes a peguei. Eu sabia que ela queria se fazer de forte por minha causa, mas por dentro eu sabia que ela estava sentindo tanto quanto eu.

Passamos a chorar juntas, desabafar uma com a outra, e isso fez muita diferença. Aceitamos que o sofrimento é parte inevitável da vida, e ver isso, acabou fortalecendo nós duas não só como seres humanos mas também como casal. Estávamos mais unidas, mais fortes diante dessa situação dolorosa e mais apaixonadas.

Gizelly permaneceu comigo no momento mais difícil que já enfrentamos juntas e seu carinho, cuidado, afeto e amor me fizeram ver a mulher maravilhosa que eu tinha ao meu lado.

Uma mulher que minha admiração crescia a cada dia que passava e me fez enxergar além do que eu via.

Eu sempre soube desde a primeira vez que nos vimos que ela seria a mulher da minha vida.

Ela me faz acreditar que nosso futuro é pra sempre.

...

Eu havia pegado todo o meu dinheiro guardado e o que eu tinha conseguido de lucro nos Estados Unidos e comecei a montar uma clínica veterinária.

Comecei planejando o plano de negócio e legalização. Pensando na estrutura e no ambiente, comprei um estabelecimento já pronto e de porte grande. Queria que minha clínica veterinária fosse agradável por dentro e por fora, não apenas bonita, mas também funcional que oferecia o máximo de conforto possível para os animais, além de segurança e um ótimo atendimento.

Aos poucos fui montando: sala de atendimento, setor cirúrgico, setor de internação e setor de suporte.

Os custos foram altos, mas eu sabia que valeria a pena, medicina veterinária sempre foi o meu sonho e agora poder cuidar dos animais de estimação bem mais além que um petshop era mais que a realização de um sonho.

Por insistência da minha mãe e de Gizelly acabei aceitando a ajuda financeira das duas.

Agora com tudo pronto, faltava apenas contratar os funcionários, precisava de uma equipe que passasse confiança, segurança, empatia e respeito.

...

• pov. Gizelly •

O domingo amanheceu chovendo e fazendo frio. Rafaella dormia com metade do seu corpo sobre o meu, minha namorada estava morando comigo, desde a nossa perda, ela não voltou na casa de dona Helena mais, não quis relembrar a madrugada que tinha passado.

E nós fomos superando e nos fortalecendo aos poucos, um dia de cada vez.

E confesso que dormir e acordar com ela todos os dias, havia se tornado minha rotina preferida. Sou grata por tê-la como minha companheira, grata por todos os momentos memoráveis juntas que vivemos e ainda iremos viver. Como diz o ditado: "não é o tempo, é a intensidade". E tem sido assim, tudo tão bom, tão gostoso, tão lindo. A cada gesto seu, ela faz com que eu me sinta amada e única.
Foi com ela que eu aprendi a ser mais forte, foi com ela que eu aprendi a ser menos teimosa. E é com ela que eu descobri o melhor beijo e os melhores carinhos, é por ela que eu tento todos os dias ser uma pessoa melhor, mas é também com ela que eu aprendi que mesmo que eu não seja perfeita eu posso ser eu mesma por ela me aceita do jeito que eu sou.

...

Sai dos meus pensamentos ao sentí-la se mexer se agarrando mais em meu corpo.

- Bom dia bebê. falei dando um beijo em sua testa.

- Huum... bom dia. falou encaixando seu rosto no meu pescoço e eu sorri com seu jeitinho manhoso.

Eu era apaixonada por cada detalhe dela.

Eu gostava de sentir teu corpo colado ao meu, teu cheiro e tua respiração no meu pescoço.

Eu gostava de ser dela.

E gostava mais ainda dela ser minha.

- Está afim de fazer alguma coisa hoje? perguntei acariciando seus cabelos.

- Aham, fazer amor o dia todo. respondeu me fazendo rir.

- O tanto que você é safada não tá escrito.

- A culpa é sua por uma bela de uma gostosa.

- Gostosa é você. afirmei olhando em seus olhos e ela sorriu.

Entrelacei minha mão na sua cintura e juntei nossos lábios iniciando um beijo lento mas com desejo. Ela me toca me fazendo estremecer, suas mãos deslizando pelo meu corpo me arrepiando por inteira. Rafaella me causava efeitos que somente ela tinha sobre mim e ela sabia disso.

E brincava com isso.

Nossos corpos se encontravam, colados um no outro, o suor escorrendo deles. Minha pele sentindo o calor da sua, seus gemidos no meu ouvido, eu tocando cada parte dela, nossas mãos entrelaçadas, nossos olhares presos um no outro.

E orgasmo dentro de nós explodindo.

Nós duas trocamos sorrisos cúmplices diante da respiração acelerada.

- Eu te amo. ela sussurrou.

- Eu te amo bebê. falei depositando um beijo molhado em sua testa.

E eu a amava com todo o meu coração.

...

Mood: chorando em posição fetal. 🥺🤧