Entre Laços, e Caos

Pedido

• pov. Gizelly •

Ver Rafaella chegar em casa toda feliz depois de uma trabalho na sua clínica veterinária deixava meu coração quentinho. Ela estava realizando seu grande sonho, poder cuidar dos animais.

Rafa havia contratado mais três profissionais para lhe ajudar, uma auxiliadora veterinária, um tosador e uma recepcionista. Para um começo, era o suficiente.

- Boa noite amor. ela disse ao entrar em casa.

- Boa noite bebê.

- Cheirinho bom, já disse que amo sua comida? falou me abraçando por trás.

- Sim, todos os dias. respondi rindo.

- Pois vou falar de novo, eu amo sua comida. falou me dando um cheiro no pescoço. - E amo você também.

- Eu também te amo coisa linda, como foi seu dia? perguntei.

- Cansativo, mas prazeroso porque estou fazendo o que amo.

- Você não imagina o quanto é bom te ver assim, realizada.

- Estou muito, e devo isso à você e minha mãe, sem ajuda de vocês duas não sei se teria conseguido, obrigada de verdade.

- Não precisa agradecer.

- Assim que eu conseguir repor em cima de tudo, eu te devolvo tá bem?

- Já te falei que não precisa, eu não te emprestei, eu te dei.

- Mas Gizelly era seu dinheiro que estava guardado.

- Sim, e já estou guardando de novo, e o que é meu é seu também, e não se fala mais nesse assunto. falei séria e ela gargalhou.

- Amo você com essa cara de brava, me deixa com tesão.

- Rafaella?

- Vou tomar banho, fui. disse se direcionando para o quarto.

Ela era realmente impossível.

...

• pov. Rafaella •

Fui pro quarto e meu celular tocou, o peguei e vi que era minha mãe, atendi sua ligação e conversamos por uns quinze minutos mais ou menos. Agora que eu estava trabalhando o dia todo, não nos víamos na frequência de antes, quando ela estava de folga, às vezes ia na clínica me ver.

Eu sabia que ela tinha sentido a minha saída de casa repentinamente, ainda mais porque eu já tinha ficado fora pouco mais de quatro anos e quando voltei, fiquei apenas duas semanas morando com ela. Mas desde que fui morar com Gizelly, ela não se intrometeu na minha decisão, me apoiou e entendeu que naquele momento eu não queria rever o meu quarto.

O trauma passou, eu fui lá, entrei no meu quarto, mas sempre me dava um aperto no coração. Morar com minha namorada tinha me ajudado muito a superar e eu não via mais motivo para voltar a morar com minha mãe.

Meu futuro era ao lado de Gizelly.

...

Após o fim da ligação, deixei meu celular sobre a cama e fui para o banheiro. Me despi e liguei o chuveiro, a água morna caiu e eu entrei debaixo dela.

Nesses últimos dias, pensei muito em Gizelly e eu. Pensei em nós duas. Em tudo que passamos juntas.

O nosso relacionamento havia começado do nada, quer dizer, com a minha safadeza falando mais alto. Eu querendo e ela fugindo por causa da diferença de idade, mas eu sabia que no fundo ela também queria.

Parando e olhando pra trás, realmente a situação era um pouco complicada. Brigamos, ficamos sem nos ver, nos reencontramos e Gi então decidiu se entregar ao que eu já havia me entregado.