Gratidão (Bebês Arco-Íris)

1K 134 22
                                    

• pov. Gizelly •

- Gizelly! ouvi a voz de Marcela após passar várias horas ali na companhia de Mari.

Minha sogra tinha ido pra casa tomar um banho e passaria na minha casa pra trazer umas roupas pra mim.

- Oi, a Rafa acordou? E meus filhos posso vê-los? perguntei.

- Acordou sim, ela quer sua ajuda pra tomar banho.

- Vou lá, Mari pode ir pra casa, a Bia tá sozinha lá com o João Miguel, ela pode precisar de você.

- Eu vou sim, amanhã eu volto tá bem? ela disse e eu assenti.

Nos abraçamos e dei um beijo em seu rosto.

- Manda um beijo pra ela.

- Tá bom, tchau.

- Tchau Mari.

Ela foi embora e eu fui para o quarto. Rafaella estava sentada na cama e uma enfermeira acabava de medir sua pressão.

Ela sorriu ao me ver e eu fui ao seu encontro.

- Como está?

- Com um pouco de ardência, mas tô bem. ela disse fazendo uma careta. - Já viu nossos filhos?

- Ainda não. repondi frustada e ela abaixou o olhar triste.

- Será que eles estão bem? Eu quero ver eles.

- Eu vou conversar com a Marcela depois, ela estava comigo mas já sumiu, vem, vamos tomar banho.

A ajudei a se levantar da cama e abracei sua cintura e a outra mão puxava seu soro.

No banheiro, a ajudei a se despir e tomar seu banho. Ao terminar, a ajudei a se secar e depois se vestir.

Voltamos pro quarto e ela se sentou na cama.

Ouvimos um toque na porta e logo ela abriu revelando Marcela.

- Já tomou seu banho? perguntou.

- Sim, Marcela e meus filhos?

- Queremos ver eles. falei.

- Eu vim chamar vocês pra isso, a demora foi porque fazemos alguns exames para avaliar como eles estão para tomarmos os cuidados específicos, vamos lá?

- Vamos.

• pov. Rafaella •

Tinha vários outros bebês na UTI, só de vê-los naquela situação meu coração se apertava.

- Aqui seus babys. Marcela disse com um sorriso no rosto.

Os três estavam juntos em uma mesma incubadora, tão pequenininhos.

- Ei meus amores. Gizelly disse pegando na mãozinha deles.

Acariciei o rostinho de cada um deles. Os detalhes. Tão lindos.

- Valentina é a sua cópia amor. falei sorrindo abobada.

- Enquanto o Matteo e a Lavínia são o xeroz. ela disse rindo.

- Eles vão ficar quanto tempo aqui Marcela? perguntei.

- Quando eles adquirirem independência respiratória sozinhos e conseguir sugar o leite do seu seio, além de ter mais de dois quilos, fizemos alguns exames neles e aparentemente estão bem, verificamos a oxigenação do sangue, a performance dos pulmões, fizemos um ultrassom para verificar os órgãos internos.

- Podemos pegá-los? Gizelly perguntou.

- Pode sim.

Marcela pegou Valentina e me entregou ela, dos três, ela era a maiorzinha. Lavínia era a menor.

Logo em seguida Marcela pegou Matteo e entregou pra Gizelly que o pegou com todo cuidado.

- Consegue pegar os dois? Marcela perguntou rindo.

- Acho que sim. ela respondeu meia nervosa.

Marcela pegou Lavínia e lhe entregou, Gizelly estava dura como uma pedra, acho que por medo de deixá -los cair.

- A incubadora tem como objetivo ajudar a manter a temperatura ideal do pro corpinho do bebê, monitora os sinais vitais deles, como pressão arterial, batimentos cardíacos e respiração, e por enquanto eles receberam alimentação intravenosa, acompanhando o desenvolvimento deles, vamos esperar até eles conseguirem sugar seu leite. ela disse e eu assenti.

Queria tanto dar o peito pra eles, vê-los sugando por si só. Queria poder ficar com eles todos os dias nos meus braços, fazendo carinhos e ninando eles. Queria ir pra casa com eles.

Mas eu precisaria esperar que eles desenvolvessem cada vez mais e pudessem receber alta.

Me dóia ver eles com todos aqueles aparelhos, com o tubo no nariz.

Mas eu não podia reclamar. Deus havia me presenteado com os três de uma vez após uma perda dolorosa.

Gratidão era o que me descrevia nesse momento ao sentí-los meus braços.

Gizelly e eu havíamos conseguido nossos bebês arco-íris.

...

Bom dia meus amores, tudo bem?

Mais uma att pra vocês. Espero que estejam gostando da história. 👉👈

Entre Laços, e CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora