Permissão

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• pov. Rafaella •

Eu estava a ponto de ter um desespero naquele quarto, eu tinha medo do que minha mãe era capaz de fazer com a Gizelly, não que ela fosse capaz de matar ela, mas sei lá, eu temia por Gizelly.

- Rafaella! minha mãe me chamou abrindo a porta do meu quarto e eu dei um pulo da cama.

- Oi mãe.

- Vai pra sala agora. ela disse firme e eu passei por ela sob seu olhar furioso.

Meu coração se aliviou quando eu vi Gizelly sentada no sofá, sorri indo ao seu encontro e me sentei ao seu lado.

- Fiquei com medo por você. falei baixinho e ela sorriu de lado. Ela estava tensa.

- Só meu corpo está aqui, minha alma já foi pro céu, puta que pariu. ela disse me fazendo gargalhar.

- Qual a graça? minha perguntou descendo as escadas e nós duas nos calamos a encarando.

Ela sentou no outro sofá à nossa frente completamente séria.

- Primeiro eu quero saber por que você mentiu pra mim dizendo que ia na praça com a Manu e foi pra um bar? perguntou se direcionando à mim.

- A gente realmente ia na praça, mas acabamos entrando no bar porque tinha um DJ.

- Gizelly me disse que você estava bêbada e com um menino. ela disse e eu olhei pra Gi e voltei meu olhar pra minha mãe.

- A gente estava ficando, é errado beijar agora? perguntei alterando a voz e ela me fuzilou.

- Bêbada com um garoto que você não conhece que podia te levar pra qualquer lugar e abusar de você, ai você me pede um voto de confiança e mente pra mim.

- Porque se eu contar a verdade você não deixa nem eu por o pé pra fora dessa casa, eu sou jovem, por que não posso me divertir como os outros?

- Porque você não é os outros Rafaella! ela disse alto e eu abaixei o olhar.

- Parece que você nunca foi adolescente.

- Eu fui sim, mas eu tinha juízo, ao contrário de você que tem um total de zero. ela disse e eu revirei os olhos. - Eu não sei se agradeço a Gizelly por ter te encontrado nesse bar e ter tirado dos braços desse garoto ou se eu me preocupo de você ter dormido na casa dela.

- A gente não fez nada dona Helena, eu respeito muito sua filha. Gi afirmou. E como respeitava, respeitava até demais.

- Eu posso mesmo confiar em você Gizelly?

- Sim, acha mesmo que eu me aproveitaria dela bêbada? Eu sou uma policial, eu jamais faria isso. ela disse indignada.

- Tem muitos por ai que esquece sua função quando vê uma menina sozinha na noite.

- Eu não sou os outros dona Helena. ela disse a mesma frase que minha mãe tinha dito pra mim alguns minutos antes.

Minha mãe nos olhou por uns minutos às vezes desviando seu olhar de mim para Gizelly e vice-versa.

- Então você sabe da condição da Gizelly? me perguntou.

- Sim, eu sei. respondi calma.

- E o que você sente por ela? me perguntou direta.

- Eu amo a Gi mãe, sou completamente apaixonada por ela. assumi e desviei meu olhar pra Gizelly e sorri tímida. - Não me importa se ela é intersexual ou não, a Gi é uma mulher incrível, a gente ficou apenas três vezes, mas ela acabou se tornando mais especial do que eu esperava, numa rapidez avassaladora, e ela me respeita de uma forma que nenhum outro menino se quer me respeitou. afirmei e ela entrelaçou nossas mãos e depositou um beijo na minha mão.

- Muito bem! minha mãe disse se levantando nos olhando séria. - Eu vou te dar um voto de confiança só porque você teve a coragem de vir até aqui e pedir a mão dela, vocês tem a minha permissão pra namorar. ela disse e eu olhei surpresa pra Gizelly.

- Obrigada dona Helena.

- Não me agradeça ainda, estarei de olho em vocês duas e não ouse quebrar a minha confiança, e eu digo isso em todos os sentidos, ela é menor de idade, não se esqueça disso.

- Sim senhora. Gizelly assentiu e eu revirei os olhos.

Meu Deus eu teria que lutar em dobro pra fazer aquela mulher perder pelo menos um pouco do seu respeito comigo.

- E você vê se sossega agora. ela disse firme e saiu da sala e se encaminhou até a cozinha.

- Eu não acredito que você pediu minha mãe pra namorar comigo.

- Nem eu acredito nisso, eu estava com medo de morrer, enfrentei a general por você.

- Prometo te recompensar. falei com um sorriso malicioso e puxei seu lábio inferior.

- Você sossega esse fogo que eu não vou quebrar a confiança da sua mãe.

- Você podia ser menos respeitosa comigo né? Vamos namorar apenas com beijos?

- Melhor que os namoros antigos que eram apenas de mãos dadas e beijo na bochecha. ela disse rindo e eu passei os braços pelo seu pescoço a puxando pra mim.

- Eu não vou me contentar só com beijos com essa mulher gata que agora posso chamar de namorada. falei mordendo o lóbulo de sua orelha.

- Você não tem dó de mim não?

- Tenho tesão, isso sim.

- Pelo amor de Deus Rafaella.

- Vamos parar as duas com essa agarração ai que meus olhos não são obrigados. minha mãe disse e Gizelly se afastou de mim mais rápido que um raio. - Vem tomar café.

- Vamos. a chamei me levantando e dei minha mão pra ela.

Nós duas fomos até a cozinha e nos sentamos na mesa.

- Bom dia. Mari disse chegando atrás de nós duas.

- Bom dia filha, vem tomar café com a gente. minha mãe disse.

Mari se sentou ao lado de Gizelly e olhou nós duas.

- O que eu perdi?

- Estamos namorando. respondi e ela arregalou os olhos surpresa.

- Não meus amores, eu ouvi direito?

- Sim, ouviu, a chefe deixou eu namorar com a Gi.

- Você me respeita que eu posso mudar de ideia agora. minha mãe disse séria.

- Assim do nada? Está bem mamãe? Mari perguntou colocando a mão na testa dela.

- Estou Mariana, sua irmã não sossega, a Gizelly agora eu espero que coloca juízo nessa cabeça.

- Ou tira né? falou rindo e Gizelly a encarou.

- E ela perde o que tem no meio das pernas. minha mãe disse e senti Gizelly tremer.

A cada palavra que saia da boca da minha mãe, eu tinha mais certeza que seria impossível fazer Gizelly fazer algo a mais comigo.

Após tomarmos café, Gizelly se despediu. E eu fiquei contando as horas pela chegada da noite, iríamos sair.

...

Soltando mais um capítulo pra vocês surtadas kkkkk E não é que a general permitiu esse namoro?

Será que a Gizelly vai resistir provocações da Rafaella? 😏😌

Entre Laços, e CaosOnde histórias criam vida. Descubra agora