Gedächtnis

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Gente... Não me matem.

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O carro onde estavam a filha do presidente Villena, Letizia, além dos seguranças Fernando Torero, Eduardo Ginza e a babá, Julissa Alencar, seguia em alta velocidade pela estrada federal que levaria a menina até o aeroporto de Lorena, onde agentes ...

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O carro onde estavam a filha do presidente Villena, Letizia, além dos seguranças Fernando Torero, Eduardo Ginza e a babá, Julissa Alencar, seguia em alta velocidade pela estrada federal que levaria a menina até o aeroporto de Lorena, onde agentes da CIA, Amaro e Jacqueline Villena esperavam, tensos, pela chegada da menina.

Jacqueline nunca aceitou bem a ideia de separar as saídas dos membros da "primeira família"; para ela, Leti deveria estar com ela, ao seu lado no carro, protegida pela mãe. Por mais que confiasse em Julissa e nos seguranças que realmente estavam ao lado da família – e não participando de esquemas para tentar matar o presidente – ela era a mãe, ela carregou Leti nove meses na barriga!

Mas a ideia era dividir para despistar; porém, a demora do carro em chegar tornou as coisas preocupantes para Jacqueline.

- Eu tô com medo, Amaro... Tô com uma sensação ruim, eu tinha que estar com Leti...

- Vamos confiar nessa estratégia, Fernando já ligou informando que eles estão passando pelo trecho da reserva.

A "reserva" a qual Amaro Villena falava era um parque florestal que rodeava a cidade, separando a região norte da região sul de Lorena como um muro verde. Como o parque era grande, e de acordo com o segurança eles já tinham passado pela orla, tudo indicava que eles seguiam a nordeste, cada vez mais próximos do aeroporto internacional, que ficava no limite da cidade.

Era, até o momento, o único lugar protegido da capital contra a sanha dos golpistas.

No entanto, a situação se modificaria, já que Fernando dirigia cada vez mais rápido, sob o olhar assustado de Julissa, e Letizia segurando um brinquedo contra o peito, preocupada. Tinham-lhe dito que seu pai e sua mãe a esperavam no aeroporto, incluindo sua abuela Paloma, e logo todos iriam a Miami, onde já estava Emílio. Ninguém falou à menina sobre o que estava realmente acontecendo, mas Letizia sentia ser algo grave – pelos gritos, bombas e tiros em todo canto, se aproximando dia após dia do palácio presidencial.

Ainda se lembrava do pai falando mal de um dos homens que estavam incentivando aquelas bombas, Samuel Rosalba. Ele era político, como o pai, mas odiava Amaro. Dizia que ele era um problema para o país, e o tornaria "instável" e "perigoso" para o tráfico. Letizia detestava ouvir aquilo, seu pai não era um problema! Não sabia bem o que era a palavra "instável", mas ela conhecia a palavra "perigoso" – era tudo mentira! Seu pai era um homem bom, que só queria o melhor para as pessoas!

Letizia só queria encontrar os pais e sua abuela Paloma, mas ela sentiu o impacto da trombada.

- Se segure, Leti, porque Fernando vai acelerar.

- Eles vão me matar, Julissa?

- Não, Leti. Nunca! Eles estão... Apressados, só isso.

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