Justiça poética

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Meu aniversário é dia 10, mas o presente começa hoje...

Este capítulo é narrado somente por Destiny.

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- Eu quero te fazer um convite

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- Eu quero te fazer um convite.

Antero apareceu em meu quarto, segurando um cabide coberto, e atrás dele Emilio com uma caixa de sapatos. Atrás deles também tinham algumas mulheres com sacolas – não entendi bem, mas precisava manter a tranquilidade. Até porque meu irmão tava ali, tudo daria certo.

O plano, que eu nem imaginava saber o que era, logo daria certo, ele me prometeu.

- Que convite?

- Terá um baile no palácio do governo com representantes do governo americano. Meu inglês não é muito bom, infelizmente, mas você é canadense, então pode me ajudar.

- Eu seria como... Sua tradutora?

- Sim. Que tal?

- Antero... Eu... Eu não sei, eu... Não sei se seria de bom-tom sair para uma festa um mês após a morte do meu marido. E tem Cass, ela tá na fase de se mexer de um lado pro outro, tá espertinha e tenho medo de que caia-

- Milo será babá. – ele falou de maneira bem definitiva, não esperando uma réplica. Precisava me fazer de acuada, mas sabendo que Emilio ficaria com Cassie, me senti mais aliviada. Só não podia demonstrar. – Sei que está sofrendo pela morte de Ricardo, mas não pode se fechar pro mundo a vida inteira. Você precisa relaxar a mente, pense nisso.

Meu marido morreu há um mês, desgraçado. Um mês.

Ele saiu e as mulheres me deixaram à vontade para tomar banho e começar a me arrumar. Logo depois, vi exatamente tudo que eles havia trazido para mim – o par de sapatos, as joias, o vestido.

Era um tomara-que-caia de tafetá vermelho, com uma fenda na coxa e saltos altos, de mesma cor. Nunca vesti aquilo, me sentia completamente nua, exposta, e aquela cor era um excesso, um exagero. Ele queria uma boneca sensual para ser exposta aos seus amigos, e senti arrepios terríveis ao pensar naquilo.

Nada que Antero Robles fazia tinha boas intenções.

A cabeleireira e a manicure arrumaram meus cabelos e unhas, e a maquiadora usou uma maquiagem leve na boca, disse que focaria meus olhos, que "com olhos desses, tem que ser visto mesmo."

Antero também deixou uma caixa de joias: uma gargantilha, bracelete e argolas de rubi. Definitivamente, a gargantilha tinha um toque possessivo. Ele queria que todos soubessem que aquela mulher "tinha dono", Antero Robles.

Não fizeram coque ou nada do gênero, apenas definiram os cachos e jogaram o cabelo para o lado.

Quando me vi no espelho, senti um desconforto absurdo. Mesmo quando mudei de roupas, para os modelos que Rico tinha comprado para mim, era tudo muito discreto. Saias longas, roupas que não pareciam expor muito. Eu particularmente preferia assim, e se eu quisesse me mostrar, teria que ser nos meus termos. Do meu jeito. Mas aquilo ali era visível que foi feito para mostrar mais do que o necessário - e me incomodava, porque ninguém me perguntou se eu queria me vestir assim.

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