Capítulo 19

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Eda BolatDias atuais

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Eda Bolat
Dias atuais...



Eu tenho fugido para a praça ou para o café quase todas as tardes. Sei lá, está sendo mais fácil trabalhar ao redor de estranhos do que no escritório onde a cada olhar eu sou lembrada das merdas que o destino insiste em jogar no meu colo a cada curva.

E francamente, andar com três guarda-costas á tiracolo, cansa!

Não é que eu não goste do pessoal, minha equipe é fantástica! Meliha com o senso de humor mais ácido que eu já vi na vida, Ali que é super brincalhão e leva a vida de forma tão leve que chega ser estranho, considerando que ele trabalha com segurança, e Hamit que é uma parede. Os três me matam de rir.

Eu estou no café da esquina, Meliha e Ali estão aqui, sentados numa mesa um pouco mais distante para me dar um pouco de espaço e Hamit está no carro, ele não vai com a cara de seres humanos. Estou inquieta hoje, me sinto como se a vida me chamasse lá fora. Minha vontade é de largar tudo aqui correr naquela praça, soltar pipa com os moleques, sentir o vento na minha cara, me sentir livre!

É isso. Eu me sinto presa.

No primeiro passo que eu der, Ali e Meliha vão me seguir... Preciso falar sobre isso com o Serkan. Eu não aguento mais essa vigilância constante.

Parece muito desalmado da minha parte, mas eu quase dei um pulo de alegria quando uma senhorinha esbarrou na garçonete que acabou se desequilibrando. Ali e Meliha correram para socorrer a senhora e eu corri para ajudar a moça que virou um jarro de chá quente nela mesma para evitar machucar a cliente idosa.

Depois que eu a ajudei numa área restrita aos funcionários,  vi que as portas dos fundos do café estavam abertas e isso me deva a oportunidade ideal pra ter dez minutos de liberdade, até eles me encontrarem.

Corri em direção a praças,  mas antes de atravessar a rua, como qualquer pessoas normal, eu olho para para os lados.  A minha direita vejo uma mulher correndo pela calçada em minha direção. É como olhar no espelho. Sou rendida completamente imóvel com o quanto ela se parece comigo... Mais nova, bem mais nova.

— Eda! — A moça chama o meu nome.

Puta que pariu! Ela sabe o meu nome!

Ela é a minha cara, está correndo na minha direção abraçando o próprio corpo e ela sabe o meu nome.

Eu só posso estar sonhando!

Mas não...

Quando ela me alcança, eu ainda estou completamente paralisada, sem saber como reagir. Ela me puxa pelo braço me levando de volta, próximo a entrada dos fundos do café.

Com sua mão trêmula, ela contorna o meu rosto e o seu está banhado de lágrimas. Ela exibe olheiras profundas e cansaço tão nítido que eu penso que ela cairá aos meus pés a qualquer momento.

A Breath Away - À um suspiroOnde histórias criam vida. Descubra agora