27 ¦ flores distorcidas

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#DeusesDeMetal

Chumbo, 26 de Granada de 122 d

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Chumbo, 26 de Granada de 122 d.S.

Depois de duas semanas desde seu primeiro dia, Sooyoung tinha se acostumado à vida do Centro Comunitário, apesar de ser triste admitir que ela estava acostumada ao calor impiedoso, aos choros, à falta de provisões, aos desmaios e mortes... Mas ela também estava acostumada às pessoas sorrindo para ela, ajudando umas às outras mesmo tendo pouco para si, crianças brincando quando só tinham motivos para estarem magoadas e Subin, sua companheira para todas as horas. Era uma felicidade difícil de conquistar, porque aquele trabalho voluntário às vezes doía no peito como ser esfaqueada ao observar os olhos desesperados e famílias inteiras sem ter para onde ir, no entanto, ser capaz de melhorar isso, mesmo que não muito, também a fazia deitar a cabeça no travesseiro do apartamento a noite e sentir que tinha algum propósito maior, que viver para algo além de si mesma era o que ela nasceu para fazer.

Mas era diferente do que deixar ser usada por outros, como fazia na Mansão Cristal desde os 14 anos. No Centro Comunitário, ela dava as boas partes de si sem precisar se sacrificar. Tinha ido lá para tentar ajudar Jimin e Yerim, mas permaneceu por aquela sensação. Quebraria seu coração se eles realmente fossem os rebeldes, porque Sooyoung não acreditava que aqueles ataques eram o jeito certo de mudar o país.

Ela conferia o estoque de latas de milho, ervilha e tomate numa estante, anotando os números em um papel. Sabia-os para não ser enganada quando recebia dinheiro dos clientes, então podia lidar com a contagem quando outros precisavam dar uma pausa daquela dispensa abafada e quente. Haviam outros trabalhando ali também. Eles precisavam conferir o estoque todos dias para saber se algum voluntário havia roubado comida ou simplesmente esquecido de anotar que tirou o alimento.

O rapaz e a moça do outro lado do cômodo estavam conversando baixinho enquanto faziam seu trabalho. Sooyoung ouvia sem pretensão de ser bisbilhoteira, apenas porque não podia evitar ouvir naquele espaço pequeno.

ㅡ Minha prima finalmente conseguiu o passaporte ㅡ a moça disse.

ㅡ Mesmo? Estou feliz por ela. Eu também queria ir para fora do país, mas não tenho família fora daqui e nem dinheiro.

ㅡ Bem, depois que o pai dela morreu no primeiro ataque dos rebeldes; aquela torre em chamas, lembra? O marido dela decidiu ir trabalhar nas lavouras de trigo de Dongjjog depois disso para ajudar a sustentar a sogra e o irmão mais novo da minha prima.

ㅡ Aquele ataque horrível... Felizmente não perdi ninguém próximo nele. Não acha sorte que o Centro Comunitário tenha reforçado a ponte com pilares e vigas uns dias antes? Se não fosse isso, talvez uma parte tivesse despencado.

ㅡ Verdade! Bendita seja Seungwan. Ai, acho que perdi a contagem.

O rapaz riu.

ㅡ Eu não queria dizer antes, mas eu também perdi. Vamos parar de conversar e terminar isso logo, senão esse calor vai nos matar.

imperfeitos: deuses de metal ; livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora